Suspiros
SONETO EM SUSPIROS
Quando a saudade aparece
O tempo no tempo regressa
A dor no peito feri em prece
Misericórdia, roga promessa
Toda lágrima chorada, refece
A motivação é o que interessa
Se tristura ou júbilo, houvesse
É nela que a razão se expressa
E sempre se sabe, não esquece
Torna eternidade, na alma fenece
Pois, o vazio dói reto na saudade
E a solidão, pra ausência confessa
Suspiros, uivos, numa tal remessa
Que põe jogada ao léu a serenidade
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
DO POETA (soneto)
Do poeta o encanto aproxima manso
Cochicha suspiros na ádvena ilusão
Mergulha no ventre frágil do coração
Lastrando a inventiva num balanço
Do senso transbordam pulsátil rojão
Rematando a inspiração num lanço
Dando à alma asas e um remanso
Para com as mãos tocar a emoção
Torna à alma, e volta a navegar
Adentra com as formas de amar
Solitário, nos portais da criação
No silêncio, põe a vida a balançar
Balança com a vida a silenciar
E tem vida, na vida com paixão...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano
Que se libertem os suspiros. Desprendam-se das mágoas escondidas nos labirintos da memória. Deixem-se levar pela brisa de um momento de paz que reside no vosso interior. Aterrem no cerne da vossa elevada autoestima. Sintam-se Seres evoluídos de Felicidade.
SONETO DE UM AMOR PROIBIDO
Da paixão surgiu o meu eu encantado
Do silêncio, suspiros sem sons ledos
Engasgados como são nossos medos
Onde o inviável está ali aprisionado
Aqui confesso, então, estes segredos
D'alma que vai com o perigo ao lado
Desgovernado sem o tempo marcado
Pávido e, com os sentimentos vedos
Triste o afeto que quer ser enamorado
E se queima em aventurosos folguedos
De ilusão, que não deveria ser desejado
O que é rochedo é o amor proclamado
Tudo passa, é passageiro, só enredos
E este, proibido, é um amor agoniado...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
Revelo-me a ti nestes versos cadenciados, Teus suspiros são os meus desejos, Nas asas do destino estão agarrados os nossos corações enamorados.
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Sei que você sabe que te vejo multiplicado em mim, Te vejo em cada verso, Te vejo em cada canto, Te vejo poema - és minha respiração.
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Sabemos com intimista certeza o que nos agrada, E que no voo do amor a devoção infinita, o muito nunca será o suficiente...
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Você chega junto com o meu canto, Desejo que os meus beijos não te bastem, E que essa paz que só vem de nós - permaneça com encanto.
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Que o orvalho da minha boca não te sacie, E o meu abraço seja o teu porto - o teu aconchego.
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Existem vestígios na alma desse amor que não se acaba, e que ninguém apaga. O tempo não nos basta, o amor é primavera que não passa.
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Descobriremos a cada dia que amar é o salto da liberdade em plena companhia, e que só o amor traz essa alegria.
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O amor é argila nas mãos de corações oleiros - ele só surge com as carícias de dois. O amor é a valente ousadia de corações aventureiros.
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O amor é um instrumento que depende dos acordes de dois corações.
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Sei que buscas pelo meu amor que é repleto de paz, Estar ao meu lado sempre deixa um gostinho bom e de quero mais...
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O amor de devoção é guiado pelos olhos da loucura doce, A mulher quando ama com obediência, entrega plena e ternura.
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Enlaçada entre os teus dedos, Encontrarei nos teus olhos a chama da liberdade, A liberdade de quem ama.
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Serei perfeitamente grande para ser tua, E me renderes do teu jeito, viveremos essa loucura boa, essa loucura que não terá jeito...
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Sou o teu poema em flor, Anoitecido em verso, Amanhecido em prosa, Um poema verdadeiramente de amor...
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O meu coração está em festa, Bons ventos te trouxeram, E versos nasceram, Carícias em flor te esperam...
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Com a força e a graça da natureza feminina te farei meu, Você é a minha outra polaridade, serei tua, Os olhos não mentem,amar é liberdade...
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A minha educação de fina dama não me permite certos passos, O meu coração reclama a tua ausência, Ouse e serei tua com devoção...
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Neste teu rosto cigano, Encontro a certeza de um amor bruxo que abrirá trilhas da paixão, Sinestesia entre alma, corpo e todo o coração...
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Coloque a tua mão sobre a minha, E juntos coloriremos um futuro com o fervor do amor, O amor é entrega, e também é liberdade...
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Aqueço a tua presença ainda que espiritual com os meus versos de moça, O teu olhar é lindo, e a tua voz é sedutora...
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Como discípula obediente vou tateando o teu pensamento, e tateando o nosso conhecimento, Amar é delicado, um sentimento simples e requintado.
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O meu coração guarda a tua voz como uma caixinha guarda uma joia - a lembrança a mantém protegida em cada tom e até os teus suspiros...
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Os teus lábios são fascinantes e me fisgam todas as vezes que aprecio, Eles são um belo par - emanam um feitiço apaixonante...
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Quero ouvir a sua voz sedenta, delicada e diligente oferecendo o teu colo, Estenda os teu braços e me ofereça abrigo, Serei tua com encanto.
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No silêncio do teu olhar castanho misterioso, Vamos nos desvendando um ao outro, Estamos endoidecidos com o amor e seu feitiço delicioso...
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Guarda-me no teu jardim interior, O teu coração delicada fonte da qual bebo, Lábios que me devoram e fascinam...
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Derramada nos teus braços, Somos habitantes do país chamado amor, O teu jeito me leva e me puxa para onde você for...
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Amar verdadeiramente é como deixar a sua casa com as portas e as janelas completamente abertas para o sol entrar. Amar é liberdade!
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Os teus olhos não me notam, O teu coração está comigo, Sempre voltarás para mim, Você sabe como ninguém que o meu coração é o teu abrigo.
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O amor em plenitude é a mão que te segura,te apoia e que te acompanha até o espaço sideral, se preciso for. É infinito o itinerário do amor.
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O sonho de amor aquecido pela poesia é chama acesa, A poesia distrai a paciência enquanto o amor infinito não vem...
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Escolha a cor do amor que eu vestirei, Cante no seu tom que eu dançarei, Basta um toque que eu me entregarei...
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Com a tua mão sobre a minha vamos desenhando e dando cor ao amor, Vamos romanceando cada significado, O nosso coração é um só e está apaixonado.
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Estou hipnotizada pelo delírio silencioso de me derreter olhando nos teus olhos, Amar é estar agarrada nas asas da liberdade...
Rosas amarelas
para enfeitar
a nossa mesa,
Suspiros como
a sobremesa,
Olhos nos olhos
escrevendo o poema.
Ôh, vida tão efêmera quanto expressiva, feita de suspiros, palavras, silêncio,
encontros e despedidas,
desapegos, afetos, desagrados,
atos impulsivos, calculados,
falsos e verdadeiros,
então, mesmo que não acompanhe
o ritmo do tempo, não pára um minuto sequer, está em constante movimento,
por isso que o viver deve ser intenso e contínuo, do contrário, será desperdiçado e a vida perderá seu sentido.
CAOS
No fundo do meu eu, o meu efeito
São noites, entardecer e alvoradas
Enlevos, suspiros e dores sepultadas
Devaneios engasgados no meu peito
Retas alongadas, curvas e lombadas
Mas, de repente, o esperado desfeito
Refeitos, rajadas do eu ser imperfeito
Clamor, as regras, retintim das ciladas
E nos motins, glórias e nada absoluto
Choro e hosana... Com o dito estrovo
Numa sina dum salmo agreste e bruto
E há no poetizar, de que me comovo
Gritos, festa, agonia, meu eu matuto
Incertezas, e o recomeçar de novo!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CHUVA (soneto)
Chove lá fora. O meu peito também chora
São suspiros de velhos e eternos pesares
Da alma que desapegando quer ir embora
Uma tristura que diviso, repleta de azares
Chove... Que agonia se percebe de outrora
Ah! Quem falou pro agrado voar pelos ares
Em preces de ira, com o chicote e a espora
Deixando as venturas laçadas pelos alares...
Chove lá fora. Minh’alma também aflora
E eu sinto o que o cerrado também sente
O pingo quente, e abafada a aflição afora
E esta tal melancolia que no temporal uiva
Tão impiedoso e ruidosa, que vorazmente
Tem a sensação: - choro! E chove chuva!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
A RUA
Não era itinerário nem outra nova direção
Suspiros! Calor no cerrado. Lembrança
Aqui havia uma rua, casa em demolição
O tempo era maior. A nostalgia uma lança
Tantos são os mortos na minha indagação
O tempo roendo a recordação, em dança!
E nas casas, impregnada de tenra poesia
A saudade, e não mais havia vizinhança
Tudo em ruína, mais nada dizia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado mineiro
SONETO EM REVERENCIA
Evocar o tempo, e nesta saudade em rudez
as lembranças são qual suspiros de tua ida
o silêncio invasor na casa após a tua partida
pra morte, igual, desfolho outonal em palidez
Fatal e transitório, a nossa viveza é vencida
pelo sopro funesto, ao sentimento a viuvez
Julho, agosto, setembro, vai-se mês a mês
ano a ano e outro ano a recordação parida
Da saudade filial, que dói numa dor doída
de renovação amarga e de vil insipidez
que renasce na gelada ausência sofrida
No continuar, o vazio, traz pra alma nudez
chorada na recordação jamais esquecida...
Neste soneto solene: - sua bênção outra vez!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13 de julho, 2016
Cerrado goiano
morte de meu pai
Naquela madrugada, o seu silêncio escreveu saudades e com ele sua morte trazia...
Acordaste do sonho da vida, e tuas lembranças, nos acolhia.
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
SONETANDO FELICIDADE
Feliz, em êxtase a alma, o coração sentia
Suspiros. A paz lhe sai da ideia, alucinada
E abarrota-lhe, a palpitar, a fé iluminada
Da fortuna. Em brado e glória de alegria
Ata a agonia fugaz: prende a dor bravia
Na solidão. E se põe na harmonia achada
Num querer ali permanecer, e mais nada
Repousando no agrado, doce companhia
Cheio de sua paz, e de sua oferta cheia
A concórdia traz um olhar tão profundo
Arrancando o amor do repouso secreto
Posso agora resignar, neste alegre soneto
Pois, ao poeta a poesia muda num segundo
E a vida, assim, continua tecendo a sua teia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/02/2020, 05’10” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
AMOR ABSOLUTO
Amor, latejo em ti, no teu desejo, por onde
For! e sou carícia, e suspiros, e doce poesia
E, em afagos, ao teu mimo o meu responde
E no agrado, agrada mais e mais a cada dia
Dos teus beijos, o prazer nos lábios ponde
Do teu olhar, o delicado perfume contagia
Do carinho, nos teus abraços me esconde
De ti, - eclodo em encantamento e alegria
Vivo, uivo em teu gozo, e em tua emoção
No sentimento, és portento a todo minuto
E eu, ao dispor, e tu sendo a minha razão
Tu estás no meu pensamento e te escuto
Em cada lembrança, flor do meu coração
E essa paixão no peito é de amor absoluto
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/03/2026, 22'18" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CAOS (soneto - II)
Do fundo da minha poesia, ouço e canto
Uma inspiração em suspiros e peugadas
Da imaginação, nas sofrências magoadas
Em um pélago de devaneio e de encanto
Às vezes, um torpor de o meu pranto
Escorre pelas rimas e pelas calçadas
Dos sonetos, são saudades coalhadas
Clamor da dor que retintim no tanto
Da alma ... assim agonia, glória e luto
Poetam choro e hosana, no meu fado
Numa fermentação de um senso bruto
Então cá pelas bandas do seco cerrado
Os uivos do peito que aqui então escuto
Transforma o caos em um poema alado
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29, junho de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SUSPIROS PROFUNDOS
Ninguém sentiu o meu choro inseguro
Ó dolorosa dor entre as dores minhas
Embriagada solidão, máculas daninhas
O falto para mim foi silencioso e duro
Permaneceste no pensamento escuro
Vazia e casta, tristes eram as tadinhas
E chegaste a ter mais do que tinhas
Tornando-te em um flagelo impuro
Invisível tornou o meu sofrer inquieto
A minha poesia, o sentimento secreto
Jorrados do sentir, ali tão moribundos
E, neste trágico, pedaço dos pedaços
Ele, que habitou a ter esses embaraços
Fez-me o dono de suspiros profundos
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/08/2020, 12’28” – Triângulo Mineiro
Dia de Finados
Hoje é dia de finados
Dia de visita ao cemitério
Dia de suspiros alados
De pensamento etéreo...
Nas mãos flores e oração
No coração saudade choro
Nas lembranças emoção
No olhar o vazio em coro...
Nas lápides o diálogo
De almas com os vivos
Num acústico análogo
De lágrimas e risos...
Neste festejo de recordação
Aos que foram nossa gratidão
Peçamos por nós, então
Também, temos a nossa precisão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02/11/2010 – laranjeiras, Rio de Janeiro, RJ
Ó NOITE...
Ó noite, ampla noite, de insonolência
Noite umbrosa, de fado aos sofredores
Suspiros, preocupações e tantas dores
Nessa apertura tediosa e sem paciência
Socorre a alma ó repouso, com essência
De paz, suste a tortura e seus langores
Ó quimera venha a mim para dispores
Sonhos calmosos, e me tire da dolência
E o silêncio, que estronda a harmonia
Numa solidão que no breu se mistura
Insistente, e tão tomado de teimosia
Inquieto sinto o negror da amargura
Sobras frias, sinto áspera melancolia
Na rude poesia, canto! Ó noite dura!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 de abril de 2021, 03’23” – Araguari, MG
LIVRAI-NOS...
Oh paixão fumeante, no sentimento imerso
Dai suspiros ao coração e conceitos serenos
Mostra de ti sensações e o benigno anverso
Da afeição. Aos amadores que creem menos
Aquele que só conta com o que é previsível
Sem importar com o olhar que já é indefeso
O abraço carente, e a fúria do beijo incrível
Disfarçados de monotonia, dando desprezo
Piores dores é o desdém da ardilosa dolência
Sem perdão, sem expiração e, nos atrai nus
Na alma, na emoção sem qualquer essência
Molda o querer, ó ilusão, olhai a nós, Jesus!
Que apenas deseja o afeto, sem aparência
Pra só então, amar e ser amado. Livrai-nos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02, junho, 2021, 10”29” – Araguari, MG
SUSPIROS DE AMOR
(dia dos namorados)
Quando à saudade amorável no poetar
A sensação é sempre aquele palavroso
Carinhoso, que a recordação vai buscar
No rastro daquele suspiro tão gostoso
Da paixão, do coração, ó emoção rara
Do ardor que n’alma então aconteceu
E que rompeu cada sentido, e amara
Cada momento que o afeto anoiteceu
Posso então exaltar o nada esquecido
O tudo a palpitar e cheio das histórias
Do desejo, da quimera, jamais perdido
Tornando ao destino doces memórias
Prazer, glória e nostálgico pensamento
Vai o dia e fica o consorte sentimento!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12, junho, 2021, 12’26” – Araguari, MG
AI SAUDADE
Trovo está saudade que habita o peito
Aninhando suspiros e um vazio intenso
Que se agiganta quando na falta penso
Pensando em ti, ó sentimento estreito
Que deixa os meus versos sem proveito
E o meu versejar sem aquele consenso
Denso... em um soneto penoso e tenso
Que sufoca o pensamento quando deito
Saudade com insônia e sem inspiração
Que esmaga e estraçalha a imaginação
Ah, és cruel e de sussurro tão tristonho
Ai saudade! Ai! sem dispensa me invade
Me arde no amor “a ferra”, sem piedade
Num ritual de aflição no poético sonho...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 junho, 2022, 19´50” – Araguari, MG