Suspiro
Inspiro-me num suspiro e correndo o risco de cair na repetição
Alço e sustento a voz acima dos rumores, tentanto fazer silenciar
a bagunça que faz meu coração.
Tão linda e tão distante, como uma manhã de primavera que ainda carrega o último suspiro do inverno. Um mistério envolto em beleza, fria como o vento gelado que, mesmo em um dia de sol, insiste em tocar a pele e deixar um arrepio. Mas é exatamente essa mistura que me cativa, esse contraste de intensidade que te faz única. Porque, por baixo dessa frieza, eu sei que existe um calor ardente, uma paixão guardada, esperando o momento certo para explodir.
Eu sinto esse calor a cada palavra tua, a cada sorriso que, mesmo tímido, me envolve. Como o sol que, mesmo depois do inverno, consegue aquecer a terra, é esse calor que eu quero explorar, que eu quero sentir. Você é como uma tempestade silenciosa, Patricia, que vai tomando conta sem aviso, e quando me dou conta, já sou tomado por você de uma forma que não sei mais viver sem.
A combinação entre essa calma e essa força me arrasta para um lugar onde só existe nós dois. Seu jeito de ser, a sua frieza, só aumenta o fogo que arde dentro de mim, querendo te mostrar que, por mais distante que você se sinta, o que existe entre nós é incontrolável e vai além de qualquer inverno.
Tão linda e tão distante, como uma manhã de primavera que ainda traz o frio do inverno. Cada dia longe de você é um vento gelado que corta, que deixa a saudade apertada no peito. A distância, por mais que tente me manter afastado, só faz crescer esse vazio dentro de mim, como o frio que teima em persistir, mesmo quando a estação já se renova. É o eco da tua ausência que me alcança, e cada segundo sem você é um inverno que demora a passar.
Mas tudo isso vai mudar, Patricia. Porque o calor está chegando. E esse amor que, mesmo distante, já me aquece, vai ser a força que vai derreter qualquer frio que nos separe. O calor da minha presença, o calor do meu desejo de te ter ao meu lado, de poder sentir teu corpo, te olhar nos olhos e, finalmente, te abraçar. O sol vai nascer para nós, e esse inverno, essa saudade, vai ser só uma lembrança do que ficou para trás.
Eu estou indo até você, e o que nos espera não é mais distância, nem frio. O que vai nos envolver agora é o calor do nosso amor, uma chama que vai iluminar o nosso caminho, aquecer nossos corações e afastar qualquer sombra de insegurança. A saudade vai virar passado, e o que vai restar é a presença, a certeza de que estamos juntos, que tudo o que vivemos agora vai se materializar na nossa realidade.
suspiro
deitado, perdido,
a lágrima não cai.
cansado de sentir que não pertenço
a nada, a lugar nenhum.
a dor no peito aperta.
aceitar que isso nunca vai mudar...
é difícil.
até o dia da minha morte serei assim?
como se digere isso?
suspiro pesado a cada respiração,
na esperança de aliviar
o que me consome por dentro.
suspiro pesado a cada respiração,
na esperança de me tornar o impossível.
Sem fazer nenhum ruído
Um corpo foi despido
Diante do espelho,
Para arrancar um suspiro
De desejo lascivo,
Há de ser um belo bailado
No território [conquistado;
Será um pecado bem cometido.
A leveza dum suspiro
A saudade em flor
Assim vou vivendo
Escrevendo a saudade
Que tenho do teu amor
Nunca te deixei
Foi o vento que me levou
Porque tenho as asas leves
Como as asas do beija-flor
U’a ternura entregue
A saudade permanece
Assim vou te amando
Crendo que os arcanos
Por nós estão conspirando
Nunca te abandonei
Foi o destino que nos afastou
Desconfio que o meu amor era só
E só ele não te bastou
U’a história que não perece
A saudade não fenece
Assim ela vai vivendo
Certa que ela não fenece
Um sacrifício de amor, ela te pede.
✍️Depois que se perde o prazer de viver morre-se todos os dias até o esgotamento do último suspiro de energia.
✍️Quem tiver pavio curto que alongue, a vida exige um longo pavio a queimar até o último suspiro do fogo.
Quando meu último suspiro chegar, que meus saberes me acompanhem, como um legado invisível que nunca se apaga.
A vida é um mistério que nos envolve desde o primeiro até o último suspiro. Estamos aqui por um motivo, embora ninguém saiba como era antes de chegarmos nem o que nos espera depois de partirmos. Apenas sabemos que, enquanto estamos aqui, carregamos uma missão. Cada um de nós recebeu um propósito, e, em sua essência, ele se alinha aos mandamentos de Deus — são as regras que orientam nossa existência, os guias para o curto período que passamos na Terra.
A vida, em sua simplicidade, é como um presente sagrado, mas somos nós que a complicamos. Chegamos ao mundo puros como anjos, e Deus nos concedeu o livre-arbítrio para escolhermos o nosso caminho. As decisões que tomamos são exclusivamente nossas. Cada escolha e ação, tudo o que fazemos e deixamos de fazer, impacta não só a nós mesmos, mas também aqueles ao nosso redor e até a natureza. Assim, a vida aqui é passageira. Nascemos sem posses, sem nome, e a única coisa que realmente levamos quando partimos é o nosso legado.
Nosso nome é mais do que uma simples palavra; ele carrega uma impressão espiritual única, um reflexo de quem somos. Essa marca que deixamos é intransferível e individual, representando o peso ou a leveza que acompanharemos em nossa jornada espiritual. Quando nossos corpos terminam sua missão terrena, o espírito segue em direção a um plano superior, ou, caso tenha falhado em sua essência, é excluído do ciclo eterno. Não basta viver uma vida de erros e pedir perdão no último momento, pois o espírito carrega as consequências de suas escolhas.
Ao observar a morte, seja em um velório ou na despedida de um ente querido, é possível perceber diferenças sutis. Existem corpos que, mesmo sem vida, ainda emanam uma certa energia, como se a presença do espírito se fizesse sentir ali. Outros corpos, em contraste, estão simplesmente inertes, sem qualquer sinal de vida espiritual, como se a essência tivesse se apagado completamente. Os profissionais que lidam com o preparo dos corpos muitas vezes também notam essas distinções — algo que desafia o entendimento comum, mas reforça a ideia de que nem todos os espíritos partem da mesma forma.
Como já expressou o próprio Papa, o inferno não é um lugar físico de punição eterna, mas sim uma forma de exclusão espiritual. Os espíritos que, por suas ações, se afastam da luz podem se perder. Enquanto a bondade e a verdade são forças que elevam o espírito, a maldade e o desvio da essência humana o condenam ao esquecimento.
A vida na Terra é breve e cheia de significados profundos. A energia que cultivamos em nosso espírito é eterna e continuará a vibrar muito além do corpo. Em nosso último momento, o que permanecerá não são bens ou status, mas a marca que deixamos, a vibração que irradiamos e o legado que nos tornará eternos. Que possamos viver de maneira a deixar uma leveza, uma energia que permaneça, pois, no final, é essa a verdadeira eternidade.
Uma flor
Uma flor, um suspiro de esperança,
Uma vida que se ergue, uma luta que avança.
O amor é infinito, em seu puro ser,
Pois sem ele, tudo deixa de florescer.
Sem amor, a flor não nasce,
A esperança se apaga, o sonho se desfaz.
Sem luta, não há a chance
De vencer o que o coração traz.
Tudo acontece quando o amor guia,
Transformando o impossível em realidade,
Que o amor seja sempre a harmonia,
A luz que faz florescer a verdade.
A vida é tão intrigante — ao mesmo tempo que pode ser longínqua, pode ser um último suspiro. E isso é incrível, pois nos mostra que, no fim, somos todos iguais, independentemente de qualquer coisa.
Às vezes, a noite chega como um suspiro de despedida e um convite ao recomeço. Entre o fim e o início, há um instante de silêncio onde cabem todas as reflexões, os acertos e os erros, os sonhos que resistiram e os que precisam ser reinventados. Que esse momento nos ensine a aceitar o que passou e a abraçar o que vem, com a leveza de quem sabe que cada novo dia é uma nova chance de ser, sentir e transformar.
Edelzia Oliveira
Na meiguice daquele olhar, transmuta-se a saudade.
O suspiro de lembrança abraça o coração sensível.
Em meio a cortina da noite,
surgem imagens e medos gigantes,
bem no centro da escuridão.
Transmutando-se, o azul marinho dá lugar ao alaranjado das novas ideias...
A menina planta sorrisos tímidos
e corajosamente semeia amizade,
que germinam na infinita doçura do ser.
Quando te vejo passar, o mundo para,
Tua graça e encanto, em mim se declara.
Um suspiro se escapa, és a própria arte,
No teu andar, meu coração faz parte.
"Quando o pôr do sol beija o mar"
Quando o pôr do sol beija o mar,
há um suspiro no universo inteiro,
como se Deus descansasse os olhos cansados
numa tela viva de luz e silêncio.
O céu se curva com humildade,
num gesto de ternura que só os puros entendem,
e o mar, velho confidente dos ventos,
abre os braços em ondas de encantamento.
Não há pressa.
O tempo se descalça para caminhar sobre as areias douradas,
e cada segundo parece uma eternidade
vestida de paz, cor e esperança.
É ali, nesse limiar entre dia e noite,
que os corações mais sensíveis se encontram consigo mesmos.
Alguns choram baixinho sem saber por quê.
Outros apenas respiram, gratos por existir.
Porque quando o pôr do sol beija o mar,
algo em nós se acalma.
As dúvidas dormem, os medos se recolhem,
e o amor — mesmo sem nome —
nos visita com os pés descalços e alma leve.
As lembranças antigas dançam na espuma,
e as promessas do futuro se pintam no céu
como se dissessem: “Vai ficar tudo bem…
a vida sabe o que faz, mesmo quando parece não saber.”
Há poesia em cada reflexo dourado,
em cada pássaro voltando ao ninho,
em cada barco que silencia no horizonte,
sabendo que não se chega a lugar algum
sem antes se perder um pouco na beleza.
E tu, que olhas o pôr do sol em silêncio,
carregas dentro de ti um mundo inteiro:
as dores que ninguém viu,
os sonhos que ainda não contaste,
as alegrias escondidas em pequenos detalhes.
Mas naquele momento, tudo cabe num só verso:
“Estou vivo. Sou parte disso tudo. E sou amado pelo céu.”
Quando o pôr do sol beija o mar,
há um recomeço disfarçado de fim,
uma luz que se despede só para voltar mais forte,
e uma certeza suave:
mesmo nas sombras, ainda há beleza.
E que belo é saber que, enquanto o sol beija o mar,
o amor também nos beija em silêncio,
nos convida à leveza,
e nos recorda — sem dizer palavra —
que viver é, sobretudo, saber contemplar.
Antes de meu último suspiro, atravessarei altos e baixos, abraçando a plenitude das experiências que a vida tem a oferecer.
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