Surrealismo

Cerca de 47 frases e pensamentos: Surrealismo

⁠TORRE DE CRISTAL

Feita de argila e bronze
obra de Surrealismo.
Foi Brennand quem a criou,
impôs seu Expressionismo.
Eis a Torre de Cristal,
que é um cartão-postal
de Recife... Simbolismo!

Inserida por RomuloBourbon

Sigo
As cores do meu mundo
Tudo o que vejo à minha volta
É um DESERTO de sonhos e ilusões.
Busco na areia a minha razão.
Sobrevivo.
Louco é este processo.
Estou parado.
Estou irrefletido.
E o deserto?
Telas de vida...

Eu e eu mesmo
Sozinho aqui comigo.

Inserida por Gonza

Curioso, crio minuciosamente cada pincelada de prazer de onde emanam as coisas fingidas

Inserida por carlossaramago

Real é este o seguimento de ilusões que transformo em forma narrativa que tem, por vezes, o intuito de instaurar um aparato virtual permanente entre mim e as telas.
As ideias dançam dentro de mim sem a necessidade da minha intervenção.
É lá que vivo e transmito esta dança ,sempre que posso. A minha própria Realidade.

Inserida por carlossaramago

Sou Metáfora...
Em permanente contágio mental em torno da minha loucura que me empurra para a tela, misturo-me com as cores, como se de uma floresta densa de ideias perdidas do meu ser inquietante se tratasse.
Curioso, crio minuciosamente cada pincelada de prazer de onde emanam as coisas fingidas - surreais - para ganharem vida estática em cada tela saída do meu sonho.
E Eu?... eu sou metáfora de cada tela.

Inserida por carlossaramago

Este sou Eu;
Omitido em tantas atmosferas Marcianas,
numa busca de confirmar a existência de mim ...
encontro-me
em lado nenhum.
Tomo a atitude;
mato-me lentamente com pincéis e tintas
na ânsia de satisfazer uma "não separação"
entre o Homem e o Artista.
Neste comportamento inusitado
presencio o começo.
Atinjo o fim.

Inserida por carlossaramago

Que Salvador Dali me perdoe, mas nada é mais surreal que os gabinetes do Congresso Nacional.

Inserida por breguedo

TARDE VAZIA

A tarde está vazia como o cântaro no deserto,
E nublada como miha alma que mergulha na escuridão,
Tal qual a noite mais densa, quando chega sem avisar,
Querendo levar a seu covil a nobre alma de um guerreiro.

Até a mais intensa luz que busca se aproximar se nebula,
Mais se parecendo um tênue farol em meio à neblina densa,
Que, após perceber a turbulência, vai se distanciando,
Continuamente, tornando-se cada vez mais pálida, até desaparecer.

Poucas e pobres almas que inadvertidamente ousam chegar perto,
Em um mar de lamas são lançadas, maculando-se na essência,
Pelo poder negro que brota violentamente em minha alma,
Devorando os restos de humanidade nelas contidos.

Sou como o catarro pútrido onde se hospedam os vermes,
Que se alimentam, constantemente, das entranhas da carne,
Tal como faço com as almas que ousem se aproximar,
Sem se atentarem para o risco da nebulosidade de meu ser.

Do mundo, rechaço quaisquer bens, em descrença de suas futilidades.
E as donas, todas elas, belas ou não, são comidas como frutas,
E os caroços rejeitados no lixo, contaminados com a podridão de meu ser,
Temperados de tal modo que lá ficam como dejetos indesejados.

Inserida por Menkent

Tinha o coração dos poetas, a mente dos surrealistas, a coragem dos samurais. Mas a imaginação dos prisioneiros.
As vezes, 90% não é suficiente.

Inserida por MatheusHoracio

OPULÊNCIA DA VELHA SENHORA


De João Batista do Lago


São Luis – essa Velha Senhora! ‒
Quanta opulência ainda te mora
Segredada em teus casarios
Nas tuas ruas estreitas… sombrias
Em tuas pedras de cantarias
Nos becos de todos os Desterros:
Sombras que tatuam teu presente!


Teus poetas sequer desconfiam
Do mal luso em ti segredado
Desconhecem as tuas patranhas
Amam-te ‒ todos! ‒ enganados
Porém ‒ eu ‒ sei das artimanhas:
Teu altruismo de vãs veleidades
É “Quimera” colonial


Cantamos os teus azulejos
Declamamos as tuas sacadas
Nos extasiamos com telhados
Pintamos de orgulho toda Ilha
Porém não temos sentimento
Para enxergar toda obviedade:
Índios e negros marginais da cidade


O ‘fausto’ da Velha Senhora
Expande-se à Caxias e Alcântara
Onde também se cantam versos
Da nobiliarquia maranhense
Onde suas gentes nobilíssimas
São almas per se condenadas
Por algozes do algodão e arroz


Do estratagema dominante
Monta-se a treta arrogante
Miscigenam-se as nacionais
Com filhos de comerciantes
Garantia do futuro ufano
De escravagistas sociais
Casta de senhores feudais


É dessa casta que aparece o
Estupro da preta escrava
Nos casarios e nas senzalas
Sob o manto desses silêncios
Relicários da velha igreja
Estuprada pelo vintém
Perdoará pecado senhorio


É desse caráter social
De fonte lusitana tosca o
Genocídio do povo indígena
Ainda hoje aqui perpetrado
Pelo lusitano esquálido
Que se imagina proprietário
Da nação timbira sem terra


A Velha Senhora impávida
Desfilava só sua opulência
Sobre as pedras de cantaria
Sua carruagem sempre rangia
No lombo negro que sofria
A mesma desgraçada sorte
De um Souzândrade ameríndio


Atenas fez-se por encanto
Pensando ser toda sua glória
Esparta faz-se na história
Ainda hoje na sua memória
Retém os grilhões dos infantes
Almas penadas que vergastam
Ruas e becos da Velha Senhora


Índios… negros ‒ sempre! ‒ excluídos
Remetem a uma não Paideia
Mesmo que a opulência planteia
No imaginário dum só poeta
Por certo haverá miséria na
Opulenta Ática timbira


Amo-te ‒ Ó Velha Senhora! ‒
E quanto mais amante sou
Te quero livrar dos pecados
Dar-te o fogo dos numinosos
Ver-te livre das injustiças
Saber-te mãe eterna: virtude
Plena de toda alteridade

Inserida por joao_batista_do_lago

AS FLORES DO MAL


De João Batista do Lago


Vago-me como “Coisa” plena
pelo labirindo que me cidadeia
meus passos são versos inacabados
há sempre uma pedra no meio do caminho:
tropeços disruptivos que me quedam
na dupla face das estradas
espelhos imbricados na
memória experencial dos meus tempos


Vago-me como “Mercadoria” plena
atuando no teatro citadino a
comédia trágica dos atos que não findam
um “Severino” ou um “Werther” autoassassinos
transeuntes de suas identidades
perdidas pelas ruas das cidades
onde me junto e me moro nos
antros cosmológicos de experiências e memórias


Vago-me como o “Amor” sempre punido
tonto e perdido no meio da sociedade
donde me alimento do escarro possível
onde “sujeitos” sem experiência e sem memória
negociam os amores vendidos na
fauna de “humanos” prostitutos
segredados nos prostíbulos das igrejas:
lavouras de todas as flores do mal

Inserida por joao_batista_do_lago

Eu e minh’alma

De João Batista do Lago


Aqui, diante um do outro,
eu e minh'alma nos olhamos
‒ com olhares narcísicos.


Acima de nós um espírito que nos contempla
admirado e intrigado e esperando o primeiro verbo…


Quem, diante de nós falará a palavra inicial – ou terminal! ‒
num afeto magistral de dois entes que se amam, mas se destroem ao mesmo tempo,
na nave que nos segreda a milionésima parte dos nossos átomos
que nos tornam unos e indiferenciados?


A fogueira do tempo queima-nos diante da divinal espiral
que nos empurra para cima
fazendo com que dancemos os enigmáticos sons
que nos saem dos mais profundos átomos
que nos enfeixam de vida e morte,
como se vida e morte existissem!


Eu diante da minh'alma sou eu e minh'alma.
Sou único…
sou uno!
Sou apenas alma.
Sou apena eu.
Somos o átomo universal na cadeia infinita do universo
que nos produz como carnes e verbos
oferecidos aos lobos que se nos desejam alimentar.


Ó grande espírito que nos espreita,
se nós – eu e minh'alma –
tivermos que furtar o fogo para ajudar a toda humanidade
a superar seus atributos infernais,
assim o faremos.
Em nós – eu e minh'alma –
não há sentimentos de pudicas verdades…


O universo é o espaço e o tempo
que precisamos para gerar nos ventres cosmológicos
os sãos sujeitos de nós mesmos:
a trindade agora é perfeita…
é única…
é una
– eu, minh'alma e tu, ó grande espírito!


Entendido pois está o mistério:
Somos tão somente o verbo atômico universal.

Inserida por joao_batista_do_lago

ABORTAMENTO


De João Batista do Lago


Quando eu morri, um deus qualquer me pariu!
Na casa onde parido fui havia duas dimensões:
primeira delas o ventre-rio solitário e escuro;


na segunda parição tive por casa o mundo,
e sem me cortarem o cordão umbilical
vadiei pelos aposentos ‒ já ali sujeito obscuro!


Na primeira casa naveguei todos os sonhos.
Na segunda casa fui jogado para “Outros” monstros:
qual casa, então, devera seguir!?


Hoje percebo a casa que me é original:
hei-me aqui parido como filho primogênito,
expurgado para sempre para a mundidade do mundo.


Nenhuma outra casa existira; fora tudo ilusão
Sou-me de mim a única casa repleta de eus
Todos os meus aposentos revelam-se: meu Corpo

Inserida por joao_batista_do_lago

NECROFILIA


De João Batista do Lago


E esta carne que se me apodrece
a alma, o espírito e os ossos,
que fará de mim?


‒ Me danará pó
na consciência de todos
os condenados de miserável sorte!?


‒ Terei então dado a resposta do que sou:
antropoema nascido da vagina do universo,
sacrário que me guardará no ventre
do meu eterno retorno do mesmo;


Serei, então, o épico do humano
na minha própria comsmogenia
enterrado no sarcófago
da minh’alma errante e vagabunda.

Inserida por joao_batista_do_lago

INFANTICÍDIO


De João Batista do Lago


Minha barriga está cheia!
Preciso urgentemente defecar
as tradições que degluti
e que me foram impostas
pelas tradições de todos poderes…


Estou empanzinado!
Necessito cagar velhos poemas
não posso deixá-los crescer:
se os parir como alimentos
serei algoz; cometerei infanticídio

Inserida por joao_batista_do_lago

QUERENDO PELA VIDA TE QUERER

De João Batista do Lago


No meu coração
Há um mundo de paixão
Guardado só pra você
Querendo pela vida te querer
Viajar contigo as emoções
Entre versos e canções

No meu coração
Há um campo vasto de ternuras
Sensato, sublime e puro
Capaz de suportar todas as dores
E assim alcançar teu porto seguro
Contigo viver instantes de amores

No meu coração
Há um jardim de flores
Pronto para o aconchego
Ao raiar de cada dia
Fazer do meu coração
Tua eterna moradia

Inserida por joao_batista_do_lago

⁠Surreal

É quando nos olhamos e os nossos olhos sussurram.

Inserida por LyuSomah

QUADRAGÉSIMO QUINTO HEXÁSTICO

Toda imanência recrudesce
ao sentir a vida em potência
caos sagrado e profano nasce
no Sujeito-poema acontece
faz-se desejo de existência
no eterno retorno da mente

Inserida por joao_batista_do_lago

QUADRAGÉSIMO SEXTO HEXÁSTICO

Representar-se poema é:
saber-se duplo na imanência
observador e objeto em essência
sujeito na extensão do poema
criador e criatura em si mesmo
único sujeito em potência

Inserida por joao_batista_do_lago