Suor Sangue A Lagrimas
Fui gerada em meio a 30 e tantos graus de sol, suor e sofrimento. Concebida na paradoxal terra da abundância e da carência onde a morte abraçava a vida.
(Ceará)
Maldade
Eu sempre soube
Que não era só amor
E esse suor em meu rosto diz
Que não suporto mais
Correr e tropeçar
Subir e cair do alto.
E no final
É sempre sobre saudade
Essa maldade em meu peito
Meu peito torto e oco
De tanto amar
E desabar na maldade
A maldade do amor.
“Dúbia interpretação deste cristal líquido que umidifica a superfície da flora. Será choro ou suor sob a pele da folha fria?
Uso do mesmo artifício e hidrato meus olhos nas madrugadas gélidas de tristeza ou quando me emociono ante tamanha beleza como essas da natureza.”
Orvalho
Com Suor e Com Silêncio
(Letra inspirada em "Com Açúcar, Com Afeto" de Chico Buarque)
Aguentei o peso do mundo,
pra te dar leveza e paz.
Qual o quê
Teus olhares me diziam
Que eu valia o que eu tinha
E o amor ficou de lado
Eu lutei pra ser escolhido
Pra ser abrigo, ser porto, ser chão
Qual o quê
Teu desejo era aventura
E eu, na minha loucura
Te esperei de coração
(Refrão)
Mas tu voltas, já cansada
Com histórias na mão
E promessas amassadas
Eu, que aprendi a ser forte
Te abraço em corte
Sem nada dizer
Te escuto, mesmo sabendo
Que sou só tua opção
Que sou tua última escolha
Eu, que sonhei ser teu homem
Te amo em dores
Mas sem você
Eu vesti os fardos do mundo
Trabalhei dobrado, paguei cada conta
E no fim do mês sou cobra
Se me atraso numa sobra
E não tenho quem me afronta
Eu chorei sem ter quem visse
Sem colo, sem verso, sem força, sem ar
Qual o quê
Pois tristeza de homem é muda
Só se escuta quando é culpa
Ou quando é hora de pagar
(Refrão)
Mas tu voltas, já cansada
Com histórias na mão
E promessas amassadas
Eu, que aprendi a ser forte
Te abraço em corte
Sem nada dizer
Te escuto, mesmo sabendo
Que sou só tua opção
Que sou tua última escolha
Qual o quê
Eu, que sonhei ser teu homem
Te amo em dores
Mas sem você
Para onde vão os amores findados? Deve haver algum céu em que o suor evaporado dos amantes se transforma em nuvem, que o vento leva no dissipar do horizonte.
GARI
Catador de lixo.
Aqui e ali.
Lixeiro, sim, senhor.
Cheiro de suor.
Trabalhador.
Onde está o desprezo?
Logo ali,
Vem um gari
É isso aí.
A independência buscada advém da vontade de ser dono do próprio suor. Suor este que ainda hoje não é pago dignamente. Não é preguiça, tampouco falta de vontade de fazer acontecer, mas sim um desejo de curtir o resultado das artes que pelo suor brilham o mundo, mas que emanam das mãos de quem merece ser o principal produto, a principal matéria prima, o autor da grande obra.
A Rocha e o Campo
Toda rocha colhida,teve seu tempo, um local, um campo, pessoas, paisagens, suor, fome, calor, meu tempo e poeira. Quando se leva e eleva estes fatores, não é mais necessário levar outras considerações.
Recordar? Esquecer? Indiferente! Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode achar a mesma rocha durante a vida inteira, é porque mente! Há uma primavera em cada rocha e é preciso encontrá-la assim, Florida.
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada.Que seja a minha noite uma alvorada.Que me saiba perder, pra me encontrar, enfim, rocha.
Vou te observar em cada detalhe
Até o suor que escorre teu corpo,
Eu queria ser ele
E deslizar sobre você
Como um sonho eterno de amor.
Lembrei da tua pele,
do suor descendo, desenhando caminhos,
do teu rosto rendido ao desejo
e de cada resposta do teu corpo.
E junto a mim, a água do chuveiro escorria,
misturando-se ao desejo que pairava.
E enquanto isso
o planeta incivil de
Março desespera nu abismo
o suor clementino que rebentará mais
tarde em olhos nervosos de primas viris.
Comida na minha mesa coloco correndo atrás, batalhando...com o meu suor. Não com pratos do vizinho, muito menos do patrão !
Insista na trajetória do desenvolvimento
Persista no suor dos treinos
Coragem para não cair
Firmeza para atingir o resultado.
Vejo que não sou nada ao teus olhos, vejo que o que eu faço não lhe importa, vejo meu suor escorrer em meu rosto em vão, vejo a hipocrisia em teus olhos e as lágrimas nos meus!