Coleção pessoal de GermanoGoncalves5

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Coisas do Oriente.

E era uma borboleta, que voou, voou...
Sobre os quatro cantos do planeta.
Encontrou com muitos senhores e, senhoras.
Percorreu toda uma história, de sabedoria.
Quando um sábio chinês.
Perguntou-lhe:
Posso ser você?
Sonhando que era uma borboleta, pousou!
Em um velho poço.
De onde bebeu d´água purificada.
Tornando-se moço.
Ensinou para seu povo.
Se não tens nada para me trazer!
Leva-te o que tens aqui!

HuMAUnidade

Gente que só pensa em si.
Maltrata a alma.
O corpo ele acaba.
O lugar é meu.
Conquiste o teu.
Vive na superioridade.
Nada de oportunidade.

FAVELA.

Favela
Viver nela
Todo dia.
Favela hoje.
Favela amanhã.
Favela menino
Favela, sim senhor.
Favela menina
Favela sim senhora.
Nos também temos história.
Periferia viver nela
Todo dia, a vida brilha.
Porque existe a poesia.
Favela.
Morar nela.
Todo dia.
Vamos mais além.
Dizer pra todo mundo.
Que aqui é terra de bem, também.
Favela periferia.
Com a poesia.
Toda a comunidade brilha.
Por toda a vida.

CÁRCERE

Agora
Depois do... depois de...
O homem volta a ser.
Um ser sagrado
Tudo será perdoado.
Não foi nenhuma
Passagem fenomenal.
Não era nem carnaval.
Apenas natal.
Do indulto ficamos mudos.
Saímos pro mundo.
Pensamos, mas não voltamos.
A dor da gente.
É a dor que sente
A minha mãe.
A minha mina.
Pobre mãe.
Pobre meu pai.
Descanse em paz.
Minha mãe, também foi uma menina.
Por favor, entendam.
Meus amigos parentes e vizinhos.
A minha expressão.
Não está na proporção.
Do meu coração.

40 ANOS.

Porque muito se diz:
“A vida começa após os quarentas”.
E na periferia é assim, a periferia é assim.
Periferia, tiros.
Pá, pá, pá...
Sangue no jornal.
Abandono total.
Quarenta anos de periferia
Não era o que queria.
O que eu queria mesmo.
Era me mandar...

POESIA.

Para se entender poesia.
Deve-se ler. Uma, duas, três Quatro e cinco vezes.
Entender poesia.
Devem-se ler seis, sete, oito, Nove e dez vezes.
Para se entender poesia.
Deve-se ler.
Cem duzentas e trezentas vezes.
Para se entender poesia.
Deve-se ler mais de mil vezes.
Para se entender poesia. Devem-se ler mais vezes.
Devem-se ler mais e mais vezes.
Deve-se ler infinitamente.
Deve-se ler diariamente.
Deve-se ler eternamente.
Para se entender poesia.
Devem-se ler todos os dias.
YO!

NASCER

A porta da entrada
É a da saída.
Dor do parto
Dor da vida.

AMÉM

Vivendo como um santo
Dormindo como anjo.
Ninguém descobre o manto.
Cada um fica no seu canto.
E fim de papo.
Meu aliado.
Tudo explicado.

PAZ

Sem olhar
Para traz
Não conhecerá.
A paz.

A LEI

Os gatos no telhado
Os homens com os ratos
Sentados na sala.
Armando as malas.
Nos degraus, desesperados.
Com os miados.

HIP–HOP
Favela Lugar de gente sofrida.
Dizem que só tem bandido.
O coração fica ferido.
E daí a vida é airada,
Na favela tem gente que trabalha,
E daí tem a vida que é foda
Tem o pessoal do Hip Hop.
O som que fala.
Não é nenhum som pop.
Este é o som que fala.
Fala dos problemas,
Quer apontar a solução.
Que todos querem é educação.
Esporte e lazer ter prazer.
Pra poder viver.
É do gueto, que é deste jeito.
É de sangue na veia.
É do pensamento.
Ë do elemento e tem o conhecimento.
Grafite, Dj e Mc’s nós somos assim.
O som que veio da comunidade,
Como uma pequena ilha,
O som que tem a sua Gíria.
Bate-cabeça é nosso estilo.
E o gênero é Rap positivo.
B.boy chapo a coco com rap no pé.
Mostrar para os Gambé que temos fé.
Não tem problema.
O Rap é arte e poema.
Fica a Pampa que ninguém estranha.
É isso ai embaçado.
E fim de papo.

PESAR NATURAL

Assassino incerto,
Sem tiro certo.
Pagar pelos restos.
Imortal animal.
Inseto.
Minhoca e borboleta
Mosca e barata.
Lagartixa e, tatu bola.
Pisar esmagar.
Sem a consciência culpar.
Pesar dos pesares azar.
Pernilongo.
Tapa orelha.
Perder o sono.
Tudo fica em pune.
Vaga-lume.

GARI

Catador de lixo.
Aqui e ali.
Lixeiro, sim senhor.
Cheiro de suor.
Trabalhador.
Onde esta o desprezo.
Logo ali,
Vem um gari
É isso aí.

ANOITECER NA PERIFERIA
PARTE III – epilogo.

É chegada a hora, a tarde vai-se embora.
E o anoitecer vem chegando às periferias.
A noite vem se apresentando e, com ela, os transeuntes.
Passando de um lado para o outro, uns vêm das fábricas.
Outros vão para as igrejas e muitos já estão ingerindo geladas.

O vento sopra na tarde de mais um dia.
No portão, deitar ao chão, nuvens no céu.
Figuram-se nas mentes de quem for capaz.
A garota e o rapaz sentados na praça a olhar
A rua calma, as pessoas passam.
O vento sopra o tempo.
Tardes pra andar.
Tardes pra pensar.
Tardes pra descansar.

Amanhece o dia.
O dia amanhece na periferia.
Abrem se as janelas, das casas e barracões,
De tábuas e alvenarias
E começa um novo dia.

AMOR IMPOSSÍVEL. – Ao meu genitor (em memória).
Autor: Gonçalves Colar de Arrudas.

Se você dissesse para mim, que me amaria para sempre!
E que para isso, teria que me dar um castigo.
Eu tivesse que catar, todos os grãos de areia da praia do mar,
Para que você fosse minha para sempre...
Eu sei que é impossível, mas eu tentaria: por quê?
Porque o mundo fica parado.
Porque com você ao meu lado.
Eu tentaria tudo até mesmo o impossível.

AVÓ MARTA.

Na descida.
Todo santo ajuda. (Para vó Marta)
Na subida.
Tudo muda.

CABEÇA DE VENTO.

Cabeça de vento.
Coisas do pensamento.
Que com o tempo.
Mistura-se com o vento.

LAVRAGEM

Lá fora, o sol. Queima.
Meio dia. Lá dentro.
O suor.
Queimado
De um dia, ensolarado.