Súbito Amor

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Inconsciente querer

Amor é como uma tempestade inesperada
de líricos sonhos,
um raio súbito riscando teu céu poético,
um estrondoso trovão de versos,
que você só ouve quando já aconteceu
Quando você se dá conta, já estás no meio
da tempestade sem se quer ter tido tempo,
de perguntar-se: Será que eu quero?
Teu coração responde antes.
(Edna Frigato)

Inserida por ednafrigato

Aí você me encarou de um jeito súbito, causando a morte dos meus sentidos. Então o vento espalhou o teu cabelo cor de terra pelas nuances do teu rosto, enquanto teus olhos, tão fogo, me atraíram para um abismo raso de amor e ódio. Então, fico confuso! Confuso sobre o quanto teu corpo parece manipular todos os elementos de um jeito só. De um jeito só teu!
Naquele momento eu pensei em te amar como alguém que vê um cometa desprender do céu, mas que não sabe exatamente aonde ele caiu.
Tua língua ácida tão pura de inocência e, ao mesmo tempo, tão cheia de ilusões perdidas e frases tortas. Teu sorriso, tão cansado. Tua mania de gostar de sol e chuva competindo pela atenção do céu. Teu jeito de colocar o cabelo para trás da orelha. Ah!
O sol da manhã coloria o teu rosto tão pétala, da mesma forma que iluminava os edifícios do teu corpo. Aí eu te abraçava como quem tenta desarmar uma bomba. E me perdia entre os meios das tuas paredes de concreto e flores.
E a cada tarde, você dormia encostada no meu braço como se o meu corpo fosse a tua própria galáxia, Cometa! E bocejava lentamente, como quem planejou a vida inteira esse sutil movimento. E me induz a amar até o teu ronco baixo, assim como o paraíso dos teus traços, tão frios, tão calculados. Tão seus.
A tua sobrancelha arqueava na mesma intensidade em que o rubor das tuas bochechas dava o ar da graça. E eu achava lindo! Fez-me acreditar que, se amor fosse uma cor, seria exatamente aquela.
Tua respiração era uma sinfonia desregulada, cheia de contratempos ensaiados e melodiosos. Eu esquecia que era humano e flutuava ao menor dos teus toques, crendo que vivia em uma gravidade invertida e repleta de nuvens de ti.
Até que um dia, a linha da tua boca ficou muda. Tua cara de ponto final, tão cética. Tão linda. Tão longe. Teus olhos, antes réplicas de Capitu, dissimularam para um local distante. Teu ego claro inflou teus pulmões de dúvidas. Os olhos ardiam em chamas claras. O vento jogou tuas tranças para o lado oposto. Para o lado oposto do que sonhamos em ser.
Viramos cometas de galáxias distantes.
Viramos gravidades opostas.
Viramos apenas um ensaio de nós.

Talvez amar seja isto. Mesmo longe, querer a pessoa perto, nem que seja por um segundo súbito, e, contudo, suficiente o bastante, dentro de um minuto, para aumentar a eternidade eterna no coração.

Inserida por MariaAlmeida

Súbito

Um, dois, três... Quem conta, quem liga?
Acanha-me, pois sei que na fresta da porta do destino me espreita;
Ali, silenciosa e ansiosa por um abraço sem desfeita;
Meu abraço, como se fosse amiga...
... Quatro, cinco, talvez seis, talvez horas, talvez mais tarde...
Que tarde!
Vou ficar, vou contar um-à-um;
Por mais triste que isso possa ficar;
Lembranças virão de um ‘cara’ comum;
Eu a ouço e isso me deixa assustado;
Porque não fugir? Porque não evitar?
Não quero! Estou cansado!
Minha respiração se torna mais ofegante;
O coração bate mais forte, num ritmo estranho;
Memórias confusas surgem nesse instante;
Rês desgarrada do rebanho...
Eu não estou pronto;
Não me sinto à vontade;
Em vida, como cheguei a esse ponto?
Nada disso era real há um mês...
Seis, cinco, quatro, três...

Inserida por ItamarRoter

"Ao mirar o meu olhar com teu,de súbito senti que serias só meu."

Inserida por TatiBellaOliveira

Sofro de ataque súbito: sentir sua falta.
Sofro de amnésia: lembrar onde erramos.

Inserida por SixxSense

⁠Sou como a pena que descai o semblante.

De súbito, te afogo em um afago.

Quem poderia amar mais que um homem que beija teu ventre?

Inserida por Diogovianaloureiro

⁠⁠PASSARÃO

Podes meu eu repudiar, quando quiseres
De súbito, quando a desilusão me crucia
O ideal da má sorte uno, se, assim, preferes
Apressa-te e me asfixie nessa árdua poesia

Ah! deixe então à mercê da vil crueldade
O meu trovejar piegas, e que então fine
Na desilusão a fúria bravia da tempestade
Do desprezo, assim, então o desejo arruíne...

Se me hás de desprezar, afirmo, seja logo
E não depois em que o afeto estiver calado
Desdenhe-me de pronto, assim, me afogo
Na ilusão do ideado tão querido pelo fado

Dores, pranto, suspiros vou ter no coração
Tendo-te perdido eu, mas, eles passarão!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14/05/2016, 09'35" - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol