Sons do Silêncio
Como uma bela canção entoada,
Minimalista,
Feita pelas mãos do Mestre,
Entre sons e silêncio,
Aguardo,
Faço-me e refaço-me,
Em letras disfarçadas,
Embaralhadas,
Acordes dissonantes,
Entre cordas e metais,
Tempos e contratempos,
Distraio-me,
Perdendo-me no compasso,
Partitura rasgada,
Vista embaçada,
Regida pelas mãos do Maestro,
Retorno,
Desprovida de semitons,
Permaneço,
Agradeço,
Olhos fixos no Maestro,
Até o fim do concerto,
Mantendo-me em acerto,
Plateia singela,
Quieta, feito vaca amarela,
Sem grandes aplausos ao findar,
Para que toda Glória ao Grande Maestro,
Eu possa dar.
Do ruído ao silêncio
O ruído dos motores dá lugar aos sons das pisadas firmes, de quem tem pressa de chegar. A chave que abre e fecha rapidamente o portão; as portas entreabertas, e a família se reúne novamente.
A pressa acabou, mas acabaram também os abraços e beijos de fim de tarde, no cessar da correria.
Conversas não te graça, melhor não ter tempo de tê-las; lágrimas, preocupações e excessos de cuidados, agora ocupam o tão precioso tempo.
Agora o tempo sobra, não tem como ocupá-lo. O vazio, o inesperado, o medo, angústia em tempos sombrios.
O olhar perdido, não encontra o que procurava até o amanhecer. O mesmo vento que leva as boas lembranças, traz as incertezas do amanhã.
Os sons do silêncio
Fique quieto e saiba que eu sou Deus. - Salmo 46:10
Três meses após o início do novo Aeroporto Internacional de Denver (DIA), em fevereiro de 1995, várias centenas de pessoas fizeram uma festa barulhenta para celebrar algo que não ouviam há muitos anos - o silêncio. Os celebrantes eram moradores do bairro Park Hill, em Denver, perto do Aeroporto Internacional de Stapleton, que foi fechado quando o DIA foi inaugurado.
"É como se nos mudássemos e nos instalássemos em um novo lugar", disse um homem. "Você pode continuar conversando, ouvir televisão e trabalhar no quintal sem barulho."
Muitas vezes chamamos nossas devoções pessoais de “tempo quieto”. Por alguns minutos todos os dias, excluímos os sons do mundo para obedecer ao mandamento do Todo-Poderoso: “Fique quieto e saiba que eu sou Deus” (Sl 46:10). ).
Parece estranho, então, preencher o resto do dia com fones de ouvido, música de fundo, talk shows de rádio e aparelhos de televisão tocando em salas vazias. Nos tornamos ameaçados pela quietude? TS Eliot escreveu: “Onde a palavra será encontrada, onde a palavra ressoará? Não aqui, não há silêncio suficiente.
Nós não podemos parar os aviões trovejantes. Mas o que podemos desligar hoje para que possamos ouvir com mais cuidado e calmamente ouvir a voz de Deus?
Sozinho com Deus, o mundo proibido,
Sozinho com Deus, Ó blase retirada!
Sozinho com Deus, e nele escondido,
Para manter com Ele comunhão doce. —Oatman
Para ouvir a voz de Deus, diminua o volume do mundo. David C. McCasland
Ao mesmo tempo que os sons da Natureza causam silêncio dentro de mim, o silêncio da natureza também faz barulho dentro de mim.
Na calada dos sons que estão interruptos por dentro.
Tão pouco é o silêncio, mas clareia como um triste anseio.
As decepções são acumuladas em um pote cheio de esperança e angústia.
Tranquilo e sereno são os tristes devaneios de uma pessoa que só se importa com a própria cor de seus sentimentos.
Talvez não aja redenção para aqueles que gostam de colecionar gatilhos emocionais e tão pouco aqueles que quebram a lealdade de quem mais acreditou.
Não é difícil, não é promíscuo, tão pouco omisso.
Está ali, sempre esteve e estará.
Dos sons mais notáveis,
O silêncio,
Dos fins não findáveis,
A paz,
O amor de verdade não acaba,
Muda,
Como tudo na natureza,
Transforma,
Ainda que transtorne.
"Nós somos o silêncio preenchido por sons exteriores ou somos os sons interiores cobertos pelo silêncio exterior?"
Sons do silêncio
Porta se abrem,
Breu
Explosão sem sons.
Dois corpos na troca total:
Emoções.
Momentos eternos,
Indiscretíveis.
Só o sentir.
Vão-se os mundos,
Unem-se as almas.
Tanta intensidade,
Que nenhuma fórmula matemática
Equaciona.
Químicas que reagem,
Equilibram-se:
Emoção e prazer.
No horizonte o mar ,
Segue seu curso.
Os pássaros voam,
O vento embala as folhas,
Tudo está tranquilo.
O momento se eterniza,
Sem palavras,
Só paixão.
No silêncio é que descubro quantos sons produz minha mente. Percebo também o quão difícil é silenciá-la. Mais um exercício de equilíbrio no despertar para mim mesma. Tentando.
Silêncio.
O silêncio é privilégio.
Fico imaginando Deus a ouvir todos os sons da terra se propagando em ondas até o céu, e invadindo o seu universo, todo dia e toda noite… sem parar e infinitamente… infinitamente barulhento e ruidoso… sete bilhões de vozes, mais bilhões de ruídos de animais, e folhas e ventos e objetivos que se chocam, sons estridentes, músicas boas e ruins… buzinas, gritos, e orações. Pensamentos… preces silenciosas para os ouvidos, mas que soam ao coração. Sons de tiros, sons de gaitas e foles, o som de um parto, de uma obra qualquer… todos estes sons somados um a um, espalhando-se e multiplicando-se até os ouvidos de Deus. Meu Deus! Impossível de imaginar…
O silêncio é liberdade. É libertador.
Mas é quase utópico.
Estamos sempre acompanhados de sons… do mundo todo, e dos pensamentos, vozes, imaginação, inconsciente… até quando pensamos estar em silêncio… será, que de fato, estamos?
O silêncio é necessário…
Porém, ele, na verdade, não existe…
Falamos em silenciar o exterior, sempre na perspectiva de calar uma voz para ouvir outra (no caso, a interior), mas nunca para que não escutemos nada, de fato.
Como silenciar o externo, o interno, o consciente, o inconsciente, como é que podemos estar realmente, em silêncio absoluto?
Se silenciarmos tudo, ainda assim, a batida de nosso coração produziria som…
O silêncio absoluto significaria, então, a morte?
Nesta vaga reflexão,
Chego à conclusão de que atingimos o silêncio quando, na verdade, calamos a nós mesmos, aos outros tantos, e nos permitimos ouvir a voz e o som de Deus… é quando o som, seja interno ou externo, vem cheio de paz e alegria para a alma, para a mente e para o coração. Quando ele simplesmente conforta…
Silêncio é quando nos permitimos sentar no banquinho do jardim de Deus.
E essa chuva?
Chuva de sons, de silêncios
De verdes lavados e sapatos sujos
De pausa pro café
De reflexão mais demorada
Chuva de água na vidraça e palavras não ditas
Ou pensadas e depois lavadas
Chuva de alentos e pormenores
Que por maiores que sejam
Deixam essa água lavar...
Inicie o dia contemplando os sons da natureza e termine a jornada enaltecendo o silêncio da noite que nos traz as respostas da vida.
Griô
E sons dos atabaques penetravam em todos os voos do silêncio
Brotavam cantos do eterno continente
Não cessavam nunca
Inspiravam o velho griô
Aqueciam o Quilombo
Faziam-nos felizes
O musical pode estar inocente como as manhãs, conscientemente projetando sons harmônicos no silêncio.
" No meu silêncio ouço gritos de guerras, sons de batalhas, sob forte pressão, vejo minha mente cansada vagando em meus próprios pensamentos."
Yosef Mashiah
Sons do universo
“A canção que o meu coração canta só eu ouço.
O canto que canto é intenso.
Se ele tem alcance, se é áfono ou desligado
não há porque não ofertá-lo.
O importante é o desabrochar da partitura
e cedê-la ao maestro universo”.
Sabei escutar, e podeis ter a certeza de que o silêncio produz, muitas vezes, o mesmo efeito que a ciência.