Sonetos de Amor
SONETO DO AMADO
É a encarnação do zelo. Pulsa-lhe a paixão
Cheio de afeto, repleto de afável piedade
Tem um olhar do desejo e a altiva emoção
De que todo tempo é tempo, à toda idade
A alma curva-se ao sacramento da união
Se abre em gozo de uma total felicidade
Quando, sempre, o querer, é mais coração
Mais respeito, razão, e fiel a simplicidade
E assim, com o peito ansioso, e ao dispor
Corado o pensando, o suspiro a lhe arfar
O lábio ao ríctus, crispa-se em tímido riso
Nada lhe falta, torna-se um real paraíso
Conciso. E sem o apuro de como se amar
Há quem, o privilégio tem, de ter o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/03/2020, 04’55” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO PLENO
Amando, soando o coração, mão nervosa
Suspira. A emoção sai da poesia, excitada
E toma-lhe, a palpitar, a prosa apaixonada
Em uma inspiração com estrofe carinhosa
Tenta a ideia romântica: verseja com rosa
Inspira. E a rima, assim, do amor é retirada
Com afeto em que o desejo brota do nada
Seduzindo a trova numa louvação gloriosa
Pega o pensamento, doma a ode em cena
De satisfação, liberta as palavras apertadas
Na solidão, e as busca da sensação secreta
E, assim, tão profundo, no delírio do poeta
Em gritos de triunfo, e clausulas douradas
Ao pé do mundo, confessa a sua obra plena...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/03/2020, 06’36”- Cerrado goiano
Olavobilaquiando
APARTE (soneto)
Amo.... Vejo elevado o coração que ama
Todo o êxito, fé, que tem a relação boa
Alberga-o a glória, e a imaginação voa
Todo o afeto que na sensação chama
Amar.... É o princípio que não atraiçoa
Do ramalhete, a rosa, da rosa sua rama
Se tem os espinhos, suplante o drama
Pois no afeto, sabe bem quem perdoa
E o que fazer para ser como um amado?
Ame! assim feliz estará com o seu amor
Seu o senso! o outro somente agregado
Então, não se preocupe com seu dispor
Disponha! Terá sempre o tal apropriado
Que com os olhos do agrado, dará valor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/03/2026, 14'53" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
NARRATIVA (soneto)
Ah! quem nos dera diferente ser, porvir
Inda nos perdoasse! Ah! quem nos dera
Que inda juntos pudéssemos mais sorrir
Ver o pôr do sol e o florir da primavera
Vivíamos com a leveza do simples sentir
E os dias eram longos e felizes cada era
Narrávamos as horas no prazer de existir:
- os beijos, os olhares, restam na quimera
E, no coração, a lembrança que implora
E em cada suspiro a saudade que palpita
E de visita o teu cheiro na difícil memória
Ah! tão sem glória ver tudo isso ir embora
O querer chora, e o amor não mais acredita
Outrora contíguo... e agora, nossa história!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/03/2020, 04’49” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SEM JURA (soneto)
Nesse poetar sofrido e atado
Refúgio da minha desventura
Usando o trovar como mísula
Nada consola ou é consolado
A dor doída é sem o agrado
E o coração sem ter ternura
É um verso com amargura
E que no peito é mastigado
A voz da falta, nele falando
Reluz com sofrer em gritos
E que na saudade murmura
E, porque ficar blasfemando
Então, com os versos aflitos
Se já não mais existe, jura!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/03/2020, 12’23” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O AMADOR (soneto)
Ser-se amante é ser-se abundante
(- ou mais do que generoso talvez)
É doar-se em lealdade tão gigante
E pôr-se ao total dispor na validez
É olhar com um afeto importante
Ciente de ser mais que uma vez
Ao qual cada beijo é sussurrante
E o amor, então, cheio de vividez
É saber que o ardor nos consome
A sede, do querer, saciada no bem
Rir, cantar, e ter o escolhido nome
É acertar no que não nos faz refém
Que nos detém! e ter do outro fome
Porque a gente ama, e quer ir além...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 14’01” - Cerrado goiano
CANÇÃO À AUSENTE (soneto)
Pra te esquecer ensaiei minha saudade
Deixei então de pronunciar o teu nome
Me escondi no silêncio que me consome
Pra te esquecer ensaiei a minha vaidade
Pra te omitir ensaiei diverso pronome
Busquei na poesia uma profundidade
E na maldade do verso tu me invade
Pra te omitir ensaiei não ter de ti fome
Pra te esquecer ensaiei a minha razão
E no vão árduo o pensamento chorou
Para te omitir ensaiei o meu coração
Pra te esquecer e te omitir só sobrou
Um prazer agridoce e amarga ilusão
Para te omitir, esqueci.... acabou!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 19’10” - Cerrado goiano
REALIDADE (soneto)
A dor foi longe demais, para voltar
Nos canteiros onde havia só flores
Hoje a erva daninha tomou o lugar
O que era voz prazerosa, há dores
Em nós, vazio ficou o falante olhar
Aos antigos sensos, outros amores
E na saudade do amor, um silenciar
Com os esboços com outras cores
Valores? Há um, a doce lembrança
Que ficou no outrora, ali a de estar
Uma vez já bailada, outra a seresta
Quebramos tudo, toda a esperança
O que era para ser, se perdeu no ar
E a poesia dedicada, não mais nesta!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/03/2020, 12’07” – Cerrado goiano
PEDI UM SONHO (soneto)
Fui pedir um sonho para a doce poesia
Quis pedi-lo, ao desdém, me disse não
Os desamores não sabem, lá onde estão
A inspiração que criam o carinho no dia
A poesia suspira... é cheia de ousadia
Quando o amor é rima com a emoção
E se tem a paixão, ah! é de total razão
Então, quis arrancar-lhe tudo que podia
Aí os afagos raros, vieram ao meu lado
Nos dedos escorreram o afeto intacto
Aonde pude me ver, assim, denodado
E o trovar apaixonado, surgiu em flor
Perfume dos cravos, rosas, num pacto
Que o sonho seria a firmeza do amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/03/2020, 10’36” – Cerrado goiano
BREU PROFUNDO (soneto)
Em cada estrela no céu a palpitar
Na imensidão do breu profundo
Me sinto agora em outro mundo
Quase sem ruído, tudo a silenciar
Noite. De um negror moribundo
O veto proceloso na greta a uivar
E o sonho sem ter como sonhar
As horas mais lentas no segundo
E a voz da solidão no abandono
Que nas sombras se escondem
Azoado, sinto o hálito do sono
Minha alma tal como um refém
Devaneia na saudade sem abono
Na escureza velando por alguém
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01/04/2020, 19’29” - Cerrado goiano
Soneto: Amando
Coração que bate-bate
Como asas de borboleta
Senta na flor como não quer nada
E depois voa levando sua calma
É nas asas desse silêncio
Que o amor se faz presente
Respira cheiro de flor
E contradiz deixando poeira
Mas quando o amor é de verdade
A saudade visita sempre
Acalma o coração daquele que é valente
O coração põe-se a vibrar
Faz verão o ano inteiro
E primavera nos dois olhar
Autora #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 09/06/2020 às 14:30 horas
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
#love
Filho da casualidade,
Nasceu soneto,
Sobre os mares,
Sonhando, desbravando,
- e cantando
E a sua rota traçando,
Flutua a caravela,
Procurando aportar
Em terra firme;
O amor não tem limite.
Prosseguindo a embarcação,
Desenhando espumas,
E tatuando o coração,
- a saudade
Nem o vento a tomba,
As brumas não a amedronta.
Herdeiro da verdade,
Eu te escuto,
No tilintar das estrelas,
No beijar dos cometas,
No dobrar das forças,
Eu te pertenço,
E para sempre irei ser tua
Por toda a eternidade...
Soneto: Sedução e Desejo
Na dança das estrelas, a sedução,
Um jogo ardente de desejo e fogo,
Teu olhar, chama acesa, tentação,
Em cada gesto, um convite, um jogo.
Na pele, o tato suave, feitiço,
Carícias que incendeiam a paixão,
Desejo que se acende, como um vício,
Nos labirintos do meu coração.
Tua voz sussurrando segredos quentes,
Em versos que revelam a luxúria,
O tempo para, e nós, serpentes,
Dançamos na luxúria, sem censura.
Sedução e desejo, nossa sina,
No calor do amor, a noite ilumina.
Soneto I
Amo-te por amar, sem condição, Pois amar por razão, seria ilusão. Não sei porquê, mas te amo, não, Outra forma há de amar, só a paixão.
Te amar assim, sem lógica ou razão, é a única maneira de me entregar. Não há conveniência em meu coração, Amar-te é simplesmente me encontrar.
Por que amar? Não sei responder, apenas sinto, Este amor que transcende qualquer explicação. É a essência pura, que em mim habita, e eu minto,
Se não confessar, é você, minha inspiração. Então, que seja assim, um amor instinto, Que só sabe amar, sem pedir razão.
soneto da frase sobrando: O poeta esta morto
O poeta calou-se depois do meio dia
Inúmeras informações sem afeto
Datas, nomes, números(informação fria)
Senta-se na calçada, taciturno
Nada falava, nada sentia
Miríade de comentários floresciam
Foi a mão desumana e hipócrita
Ordinária mão do meio dia
Razão pela qual o poeta calou-se
Amar já não era a política que via
Temer a ambição da matilha sedenta
Emergente ação pacífica
Melhor calar-se e observar a volta
Enquanto a ternura retorna vívida
Ruas gritam pela volta da poesia
FRAQUEZA (soneto)
Se de novo à minha porta bater a ilusão
sorrateira, repetitiva, para o meu amor
hei de dizer-lhe toda a minha decepção
e o meu furor, como um gládio vingador
Já não instiga o fascínio da imaginação
cândida, pois outrora, sagaz foi a dor
dilacerante, fatiando a minha emoção
agora letarga, tal uma desfalecida flor
Mas, ai! há sussurro leve pela janela
d’alma, suspirando que nunca é tarde
pávido, enfrento-a, isto tudo é balela!
Oscilo... Vacilo... E sôfrego... perdido,
afrouxo ao coração como um covarde.
Pois amor pro amar nunca é esquecido.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 abril, 2025, 17’34” – Araguari, MG
Procurei,
em trova, soneto e prosa,
nos versos líricos do poeta;
o significado de Te Amar?
Perdi-me, e não sei quando,
talvez em rimas poetando;
este teu sorrir a Florejar.
Soneto Dissimulado
É. Eu passei a esquecer tudo
De uns dias pra cá não sei porquê
Das horas, relógio, do mundo
Qual a razão? Alguém venha dizer
Mas confesso que posso imaginar
Vai ver é por causa de um sonho
Vai ver é por causa de um olhar
Talvez seja a Lua, suponho
Tão tão além do que imagina
Brilha tornando o céu todo seu
É, quando sai detrás da cortina
Esqueço também até quem sou eu
É que o eu vira nós com ela
Tão incrível é pra mim…tão bela
Confissões Profanas
Tudo que te peço é um segundo;
Para poder dizer o que sinto;
Se digo que a amo,não minto.
Sei que você sabe lá no fundo.
Até agora venho escondendo;
Pois tenho medo de levar um não;
Se não sentires o mesmo,eu entendo;
Não há tempo,começarei a confissão:
Como eu,ninguém jamais te amará;
De longe admiro teu sorriso;
Porém sei que meu,ele nunca será;
Uma chance é tudo do que preciso;
Em algum momento você perceberá;
Não suportava ser só amigo.
TUA LUZ
Nas multicores de tão bela pintura
Busca minh'alma, ao distinto olhar
O que a bem descreve em candura
E com seus encantos a faz brilhar
Seria loucura essa tal procura?
É sinfonia a magia desse sonhar
Que no ritmo das linhas sela a jura
Da estrada de estrelas juntos trilhar
A lançar semente, ver nascer a flor
Nos jardins da vida revelar o amor
Abrir o peito aos matizes da beleza
Pois de todos os tons é o da pureza
Que Ilumina a face no brilho a oferecer
Clara luz, clara alma...eterno amanhecer.