Sonetos de Amor

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TUA LUZ

Nas multicores de tão bela pintura
Busca minh'alma, ao distinto olhar
O que a bem descreve em candura
E com seus encantos a faz brilhar

Seria loucura essa tal procura?
É sinfonia a magia desse sonhar
Que no ritmo das linhas sela a jura
Da estrada de estrelas juntos trilhar

A lançar semente, ver nascer a flor
Nos jardins da vida revelar o amor
Abrir o peito aos matizes da beleza

Pois de todos os tons é o da pureza
Que Ilumina a face no brilho a oferecer
Clara luz, clara alma...eterno amanhecer.

AMADOR SEM COISA AMADA

Ando no cerrado sem coisa amada
No coração um eco de um amador
Que atroa pela emoção tão atada
A solidão, que se dissolve em dor

Se me quiser, não me traga cilada
Ou então me deixe imoto por favor
De tédio a alma já se acha calada
E o olhar, no chão, cheio de travor

Quando a ventura fica embaciada
A sorte se enche de um tal pavor
E a sensação fica toda prostrada

E no amador sem a coisa amada
Sou um apaixonado aonde eu for
Aprendiz, buscando está jornada

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano

⁠RECOMEÇO

Não há tempo de suspirar saudade
Tenho muito à sentir, querer ainda
Prosas na ventura, quimera infinda
Pois, no amor eu tenho imensidade

Toda sensação é mais e bem vinda!
Em cada emoção uma sublimidade
Felicidade do coração com vontade
Há tanto afeto e tanta ternura linda

Já andejei em dezenas de direções
Tropiquei em vacilos e nos senões
Tive a solidão, e a lição da vaidade

E, agora com o sentimento consolado
Vivo o momento, não mais o passado
A saudade, decorrida, a deixo de lado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31, outubro, 2021, 08’40” – Araguari, MG

ELA

Ela me afoga, ela me traz à tona
Ela me me mata e traz de volta a vida
Ela me acolhe e cuida e me abandona
Prende, encurrala e mostra-me a saída

É ela quem acende a luz nas noites
E apaga a escuridão no amanhecer
E acaricia-me com seus açoites
E me maltrata com seu bem-querer

É ela a minha musa mais dileta
Ela é meu rio: curso, leito e borda
É ela o meu trajeto, a curva, a reta

Que guia-me nos sonhos e me acorda
Que quando estou vazio me completa
E que quando estou pleno me transborda!

Oldney Lopes©

NA MADRUGADA

É madrugada, sei que estás dormindo
Talvez sorrindo, alegre, no teu sonho
E me ponho a pensar se choro ou brindo
Se é lindo o teu sonhar ou se é tristonho

Queria estar morando em tua mente
No que sentes ou pensas, no que sonhas
Mas nas tristonhas horas, num repente
A serpente do ciúme me abocanha

Sonha comigo, amor, pois me apavora
Pensar que no teu sonho um outro mora
Sonha sonhos de amor, não te envergonha

Mas como não pedir, neste queixume,
Se até dos sonhos teus sinto ciúme
Sonha comigo, amor, ou nada sonha!

Oldney Lopes ©

CONSTELAÇÃO

Sem ti sou um epíteto do nada
Refuljo toda vez que te aproximas
Olhando o céu na noite enluarada
A tua imagem doce me sublima

Quando acordo sem ti fico tristonho
Se te busco no início estás no fim
Se me ponho a dormir estás no sonho
Como fujo de ti, se estás em mim?

Olhar-te como estrela é minha sina
És como o sol que brilha e me ilumina
Como uma lua em todo o seu clarão

Mas não podes, se a noite se insinua,
Ser sequer o meu sol ou minha lua
Pois que já és minha constelação!

⁠O TEU OLHAR

O teu olhar é diferente
dos olhares que o meu já encontrou.
É um olhar muito atraente,
que de repente, me enfeitiçou.

O teu olhar tem mais vida,
mais brilho, beleza e cor.
O teu olhar, minha querida,
confesso, me conquistou.

Não, não sei explicar
o que se passa no teu olhar.
Só sei que me enche de emoção.

E quando estás me olhando
eu vou me controlando,
dizendo: agüenta coração!

POÉTICA CONFISSÃO

Leia-te nos meus lhanos versos singelos
Que o meu coração tem para te poetar
São talhados com tão aguçados cutelos
Da minha inspiração, para lhe ofertar...

Tem amor nos detalhes, e nos paralelos
Do desejo, almejo, e sentimento a arder
Deixa dar-te em pensamentos donzelos
Encanto, tal o luar dum impar anoitecer

Estes foram feitos para ter-te sensação
Afagos, beijos, e muita, muita emoção
Pois, o verso guarda o amor enamorado

Então, amo-te demais, e mais a paixão
E, em prosas puras para ti, essa canção:
- a poética confissão de um apaixonado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/09/2021, 05’38” – Araguari, MG

⁠VIVE EM MIM UMA SAUDADE

Encarcerado no peito sentimentos imersos
Não vejo a inspiração que um dia pude ter
Já não tenho forças pra refazer meus versos
Pouco a pouco, eu sinto a aflição me vencer

Sou um pensamento vazio e sonho infértil
No alvor, sou noite desperta e duro fardo
Sussurra sensações escuras na alma frágil
Onde a poética já não é mais deste bardo

Minha poesia cansada, versos em pranto
O talvez cinzento, em vão, e tão infinito
Aflito. Esgotou em mim qualquer encanto

Preciso de razão, de motivo, uma vontade
Pra ter e haver aquele sentido mais bonito
Devoluto, pois, vive em mim uma saudade...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/09/2021, 18’43” – Araguari, MG

⁠AMAR É TUDO

Não há poética maior que encante
Nem há maior sentir que se iguale
A essa sensação que o prazer cante
O amor. Deste doce e gracioso vale

E se sabemos que é correspondido
Amigo, n’alma é só aquele acalanto
Portanto, se tem sustento e sentido
Se divertido, ah! contenta-se tanto

Já nas controvérsias, tem sua parte
Vário aparte, pois, é afeto humano
E não apenas um simples encarte

É poesia, ação, e nenhum engano
Quando o sentimento nele se farte
Então ame, ama, sem sê-lo profano

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04, junho, 2021, 08’00” – Araguari, MG

⁠ENGANO FEITO

No que restou da ilusão busco vontade
Das poéticas que um dia me apaixonei
Do desejo, do tudo mais, vem a saudade
Neste vazio do silêncio a quem me dei

Ah! ó fatalidade que no vão me esquece
Numa sensação de uma urgência sentida
De onde aquela emoção não mais aquece
E o descolorido no apenas tinge a vida...

De tropeço em tropeço vou neste mundo
Porque a dor no peito arregaça bem fundo
E nestes pedaços, me vejo sem mais jeito

E, assim, poetar triste na culpa eu assumo
De tantas culpas, tantas, o sombrio rumo
De uma escolha malfeita e o engano feito!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08, junho, 2021, 09’17” – Araguari, MG

⁠OS OFENDIDOS

Viver no silêncio, calado e todavia
Sentir no peito um aperto, depois
De um vazio rodeado, a dois, sois
Da sofrência servil, no dia a dia...

Um sentimento de ociosa sensação
Que vai mascando o viver, e assim
Chora, e a dor aflora, - ai de mim!
Que mais não sou que só a ilusão...

Então, chega a vez de olhar pra ver
Com olhos dos fatos reais contidos
Deixando a razão na realidade doer

Pois, só pra retribuição se dá ouvidos
Sentidos, e que no coração vai bater
A superação, abafando os gemidos...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09, junho, 2021, 09’12” – Araguari, MG

⁠O ESCRITOR

Posso ser homem
E até ser mulher
Ideias me consomem
Sou coisa qualquer

Posso ser astronauta
Alienígena, talvez
Um mero internauta
Africano, chinês

Posso voltar no tempo
Ou ir direto ao futuro
Até congelar o momento

Posso derramar ódio
Ou transbordar amor
Prazer, sou o escritor

⁠ILUSÕES PARALELAS

Ó, como está saudade é de rotina
Mora no hábito, é dor no clamor
No entanto, um dia mandou flor
E o prazer era presença matutina

Como por ti me apaixonei, Amor!
E vê: que na memória contamina
O suspiro, que aos olhos neblina
Enche o dia de tristura, ao dispor

Ah, que falta faz o do teu olhar
Ah, os teus abraços a me ocupar
As coisas belas que não disseste
Tantas e tantas, que seriam elas
Nesta solidão, ilusões paralelas
Para emoção sair deste agreste

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro

⁠ naquilo que pode ser
sentido
não há quem sequer encontre
sentido
tu já me tens
sustido
em teu pélago
tens escondido
e se este calvário
tornar meu próprio castigo
é culpa do coração
que fechou o postigo
e de refém lhe tens
mantido

⁠PÁGINA ÍNTIMA

Meus poemas tão cheios de ilusão... os perdi
os deixei de cantar, mansos, estão no destino
apertando a sensação, tão solitários, os dilui
lastimando ou rindo no meu poético destino

Era boa canção de um coração de um menino
singelos versos, e que não feria, se então sofri
feliz fui, muito adquiri no trançado do figurino
pois não sabendo, entretanto, que iniciava ali

Aí, cada pranto, cada sorriso, cada um norte
e a sorte, a quimera, a inspiração, ora brando
ora forte, mas sempre com o sonhador porte

Ó página íntima, tão cheia de ilusão querida
Da lembrança, saudade, a lágrima chorando
Sigo eu em outros poemas, à minha vida! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 25/07/2021, 15’55”

⁠PRA ADOÇAR...

Galanteios a escolher eu tive. E, todavia
elegi os sem sorte, oficio dum azarento
triste, talvez, sem sedução, sem poesia
e pelo destino me achei sem ter assento

Um lindo canto de encanto e fantasia
amores vão cantando, com sentimento
canção do coração... cheias de intento
harmonia. Olhares, e, eu largado sentia

Suspiros e as noites sem o calmo freio
a toda minha sede, a todo sonho meu
notando outro lábio e outro noutro seio

Hoje sem! E o amor em sua sobrecarga
nesta hora, busco a poética do meu eu
pra adoçar a sensação da vida amarga!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG - 31/07/2021, 18’47”

⁠ALVOR DE SAUDADE ...

A noite se vai e vem o dia regressando
Com seu manto cintilante do rebento
Todo suspiro passado vou lembrando
Aperta o peito, a vontade, sem alento

Solevo o olhar pro horizonte olhando
Encontro o sol, grandioso e tão atento
Que no alvorecer ele vai no comando
Causando agrura no meu sentimento

Ó estrela reluzente, guia, tem piedade
Leva toda está minha bruta ansiedade
No teu mando, me faça assim, alegrar

Envia o teu esplendor a tua claridade
Pra essa tristura na alma, de saudade
Deste amor que não deixei de amar!...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/03/2021, 08’39” – Araguari, MG

⁠VELHA PAIXÃO

Enfim, depois de tanto ido no cerrado
Tantos arredores, e dores no coração
Eis que ressurge noutra a velha paixão
Nunca perdida, e ao desejo amparado

É bom sentir o teu perfume ao lado
Com o sussurrar brando e, sensação
Antiga. É bom estar tão apaixonado
E ter-te comigo nesta doce emoção

Se tive no caminhar aquele engano
Tive também o olhar de um querer
Sem disfarçar, burlar ou ser insano

Paixão: sentir que a vida não explica
Que só vai ter, tendo no vário viver
E quando tem, o amor se multiplica!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/06/2021, 08’20” – Araguari, MG

⁠Fado pecador

Sobre as asas de um poema sedutor
Uma sensação voando da inspiração
Trazendo em seu canto tanto primor
Paixão, agrado e a sorte no coração
Sobre as asas de um poema maior
A poética tão enroupada de emoção
Prosa que leva seu cântico de amor
Desbotando a saudade e a solidão

Ah! fado pecador: - perdão na falha!
Aquele escasso que sonhei e secou
Tal a aridez do cerrado acinzentado
Fez-se craquelado, versos na palha
Quebráveis, dum pouco que sobrou
Agora, sonhos se foram. É passado!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 fevereiro, 2024, 19’51” – Araguari, MG