Sombra
Só nossa sombra pode proteger e conservar as águas que alimentam nossas próprias raízes. Nenhuma outra.(Walter Sasso)
O bom amigo não lhe faz somente a sombra ele o tira do sol dos problemas e o refrigera com sua amizade.
Nem minha sombra me segue tanto
Igual esses merdas brotando do escuro
Criticando o que faço, analisando minha vida
Querendo dar opinião do meu futuro
A pressão por uma vida perfeita
Desencadeia o término da sua juventude
Mesmo vivendo super bem, conquistando seu espaço
Querem continuar opinando sua atitude
Ser um molde social ou um completo boçal
Já é uma realidade
Se torne um robô dessa indústria
Destinado ao fracasso
Por aceitar viver essa mediocridade
Mas dá tempo de parar
Esboçar em um momento um vestígio de esperança
Indo contra a maré com a ousadia de um espartano e a simplicidade de uma criança
Pode até ser tachado de louco
Ou um fardo da sociedade
No final você verá que em meio a tanto caos mudará metalidades
Pois o que somos no universo
Além de atitudes e história
Mude o mundo ao menos um pouco agora
Antes que a morte comemore
Terminando com um legado
Intitulado de doido ou talvez herói
É melhor que morrer na rotina dessa vida que aos poucos te corrói
Talvez o mal do século não seja a Aids nem tão pouco o câncer
Mas a pressão pela perfeição a própria depressão. Tudo tudo a seu alcance
Mas quem sou eu pra dizer o certo, errado ou talvez o que fazer?
Apenas mais um escritor inspirado
Indagado pela pergunta... Será que irão entender?
À sombra do meu fragilizado sorriso vive um ser magoado que, infelizmente, insiste em manter-me triste
A SOMBRA DUM PEQUIZEIRO
Fugi da sequidão
do mormaço, do calor grosseiro
busquei, na beira do ricão
a sombra de um pequizeiro
O fumo no céu embaçado
ar poeirado, era paragem
e na imensidão do cerrado
o horizonte, uma miragem...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano
À MINHA SOMBRA
Você estava cansada
em minha sombra te abriguei.
Quando você teve fome
te dei meus frutos.
E quando veio o frio
te aconcheguei em meu tronco,
e como você estava triste
te germinei com a minha semente
para te transformares em flor.
Dia da Árvore.
Feliz por existir, me deixar respirar, me acolher em sua sombra e ainda quando não tiver mais folhas, me aquecer em suas chamas.
Caatinga
~ Conjuntura Ambiental ~
A Mata Branca…
À sombra da mais rubra flor amarela em brilho
Emana-se em vida ao proferir da época
Porquanto se quiseras verde estiveras cinza
De quando se fizeras cinza estiveras verde
Por consequente for do tempo estar
Revelando-se em essência o colorir em traço
À bruta pedra a se brotar em seiva
Implodindo em cores a ascender ao tom
Entoada na macambira, no umbuzeiro, no mulungu,
Na umburana, na catingueira, na faveleira, no umburuçu, na flor roseira do mandacaru,
Na carreira ligeira da cobra corredeira, do tatu, do teiú, do calango, do preá, do caititu, no voo rasante da coruja buraqueira, do carcará do nambu…
Do bem-te-vi,
Quem bem te quis te ver por lá…
Na caatinga a se pronunciar…
Bem-te-vi feliz por estar
Emoldurada num cenário de riqueza, força, vivacidade e beleza…!
Não tenha medo da sua sombra, seja amigo dela, ela faz parte de você, lembre-se ninguém gosta de ser rejeitado.
Agora imagine o que poderá acontecer se você a rejeitar?
Hoje sou uma sombra que paira pelo relento das noites escuras é que sente uma angústia indescritível.
PASSOS E GROSA
Passos, passadas
noite escura...
Música de lambada, tons
na sombra frágil figura
atrás da lâmpada de neon.
Medo, medão coração
trema, tema no espaço
compasso marca no aço
DÓ, RÉ, MÍ, SOL, LÁ, SI, FÁ
pelo norte e sul do salão
marca tempo o batucar.
Ginga na mímica a imagem
refletida na bolha, de sabão
ponteio de dedos coragem
pela calçadas a visagem
treme de medo a paixão.
Choro segredo, lagrima
aperto corpo frenesi
couro, morro, labaredas
socorro! socorro! Não...
Não é p'ra ti, nem para mim.
Antonio Montes