Sombra
Calmos, na sombra incolor
Que dos galhos altos vem,
Impregnemos nosso amor
Deste silêncio de além.
Juntemos os corações
E as almas sentimentais
Entre as vagas lassidões
Das framboesas, dos pinhais.
Cerra um pouco o olhar, no teu
Seio pousa a tua mão,
E da alma que adormeceu
Afasta toda intenção.
Deixemo-nos persuadir
Pelo sopro embalador
Que vem a teus pés franzir
As ondas da relva em flor.
A noite solene, então,
Dos robles negros cairá,
E, voz da nossa aflição,
O rouxinol cantará.
Minha sombra é o resultado do que acho que sou multiplicado pela luz que de mim saí. Ou seja, sou um mísero deus criado a minha imagem.
Sinto que, sem sombra de dúvidas, me encurralaram. Sim, sinto que fui encurralado . Ao longo do tempo fui sendo, suavemente, encurralado. E agora, chegado este momento, que percebi não haver para onde fugir vou ter mesmo que parar. Vou ter que parar para pensar e, quem sabe, descobrir como sair daqui.
Primmeiro gostaria de saber como vim parar aqui e como, de repente, não há uma saída. Também gostaria de entender porquê que não vi que estava a chegar a este beco. Talvez não seja um beco sem saída, mas sim uma parede fria onde sou obrigado a encostar-me cada vez que as espadas ficam apontadas na minha direção.seja como for, tem que haver como escapar – pelo menos é nisso que penso quando olho para o céu azul ou para as estrelas na escuridão. É difícil olhar em frente quando estamos assim – encurralados, num beco sem saída ou com espadas a encostarem-nos à parede – mas podemos sempre olhar para cima e perceber o espaço que ainda temos para crescer.quero acreditar que olhar à minha volta e ver tudo aquilo que quero, e ainda não alcancei vai me vai fazer descobrir o caminho para as alcançar. Quero acreditar que nenhum beco vai me impedir de ver as inesgotáveis opções no horizonte. Quero, e vou, acreditar nas boas ferramentas que me podem ajudar a sair daqui; e até nas más, que vão me trazer a sabedoria necessária para não as utilizar.eu sei que, mais cedo ou mais tarde, vou sair daqui. O meu único medo: é que seja tarde.demais . Estaria tudo bem se eu fosse o único responsável por esta situação; mas não, não sou e isso é que me custa (dói mesmo). Custa-me, também, ver o tempo passar e saber que, mesmo que eu seja capaz de sair, ele nunca vai voltar !
IMAGENS...
À sombra do prazer me entrego
Ansiando pela recíproca voragem
Bebo teu néctar com fervor, não nego
Me enterro em sua paisagem.
Me deleito longamente, sôfrego
Sou fogo e chamas, qual tua imagem
Me entrego, qual bêbado, trôpego
Que louco deleite, que voragem.
Não podemos viver exclusivamente da sombra em nossa vida, necessitamos também do calor e da luz para uma vida harmoniosa. De vez em quando o frescor da sombra é uma delícia mas, não podemos depender dela para sempre. A umidade, o mofo e as bactérias certamente nos atingirão. Elias Torres
Seja você, não a sombra de alguém.
Você pode, você consegue!
O que te impede se chama MEDO E INSEGURANÇA!
Mas, são rebatidas facilmente por CORAGEM E DETERMINAÇÃO!
Então tente.
E se eu me tornar uma sombra e esquecer como era estar na luz?
E se minha vida se tornar tão complicada que o desespero possa parecer uma saída?
E se eu passar a sentir calor mesmo quando estiver sozinho no frio?
algo se move pela sombra,
no vale bela tarde,
muita cachoeiras florescem na alma,
disperso pelo descampando,
a luz reflete esperança,
nos olhares esquecidos da terra,
ermo caos do precipício,
a chuva transmite gotas de sonhos,
no qual despõem os trovões
que acalento deslumbra o coração,
o caminho se perde na escuridão,
abrupto sentido o olhar vazio...
enobreci as falhas nas rochas das montanhas,
até que luar aterrador se virtua...
nas maiores aparições reaviva a ternura...
neste compasso que a solidão
dos meus pensamentos se torne palavras.
A PERDA DE UMA CHANCE (ou “A Sombra das 13 Horas)
Como todos os dias sentava
No mesmo lugar, na mesma praça
A via sempre do outro lado
Queria saber o que pensava
Onde ia, o motivo de estar ali
Mas não...
Todos os dias, lá estava eu
Sabe-se lá por que
Mas imagino que por ela
Passava, olhava, esperava
Então saía, e eu ficava
Mas não...
Um pensamento doce
Um sabor amargo
Uma dor sem sentido
Esperava todos os dias
Naquela praça
Mas não...
Se escondiam nos olhos
Um segredo sem fim
Bem cedo estar só
Conseguirei saber?
Seria melhor?
Mas não...
Então aconteceu
O medo nasceu
Nunca mais vi
Aqueles olhos
Pra onde foram?
Pra onde foi?
Que angústia imperdoável
Seria tão bom
Se eu tivesse coragem.
Mas não...