Sombra
Quando o calor da provação é grande:
Deus dá a sombra da sua presença;
Quando o inverno parece infinito:
Deus traz o verão;
Quando não existe mais Fé:
Deus diz: Acredita!
Quando estamos a um passo do inferno:
Deus nos dá a direção do Céu;
Quando alguém diz que não somos nada:
Deus nos diz que somos mais que vencedores;
Quando difícil se torna o caminhar:
Deus nos carrega no seu colo!
Quando tu partiu, deixou no meu coração tua sombra.
E no silêncio da noite de minha saudade,
eu faço nela o teu contorno.
Acontecimento do Soneto
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A doce sombra dos cancioneiros
em plena juventude encontro abrigo.
Estou farto do tempo, e não consigo
cantar solenemente os derradeiros.
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versos de minha vida, que os primeiros
foram cantados já, mas sem o antigo
acento de pureza ou de perigo
de eternos cantos, nunca passageiros.
.
Sôbolos rios que cantando vão
a lírica imortal do degredado
que, estando em Babilônia, quer Sião,
.
irei, levando uma mulher comigo,
e serei, mergulhado no passado,
cada vez mais moderno e mais antigo.
.
A sombra do cajueiro
O campo verde,o cheiro de mato
Flores silvestres decorando um jarro
O rumurejar das águas do riacho
O canto dos pássaros
O silencio,a paz,eu,a casa!
Um cajueiro florando
O tempo que passa de leve
O sol ao poente e a tristeza
maior que mágica da sua beleza!
E eu aqui sozinha e quieta
vendo a vida passando
e eu, sentada a sombro desse cajue
a sonhor com o meu amor, primeiro.
A saudade, para mim, é tipo uma sombra. Ela existe, sempre me persegue e mesmo quando nem a noto ou lembro dela, está lá. E em alguns dias ela faz questão de se mostrar.
Na sombra da noite
Acontecem coisas..
E quem madruga eh quem pode ver
Quem perambula eh quem pode ver.
Sou um anjo decadente ..
Vivo ao relento, um fantasma...
Uma sombra que resiste ao tempo
O piano e o violino embalam ..
As minhas tristes agonias...
Esplêndidos amores, frios jazigos..
Carrego a minha solidão
Alimentando os corvos e os lobos..
Velas e rosas para sonhar contigo.
Nas minhas façanhas, vejo anjos a chorar
Lágrimas caem na terra húmida e fria,
Sobre as rosas mortas, num caminho sem voltas.
Noite sombria, suave melancolia.
Cobrem as minhas asas e o meu corpo ferido
Meu anjo querido, meu anjo caído....
Feitos de fantasia que conhecem a magia.!!!
Suspiro enigmático.
Vejo-te no meu pranto.
E não me espanto.
Sou sombra, sem culpa.
Do amor que sinto.
Contorno as letras escritas, lidas.
Dos meus impulsos diários
Poema elástico de uma flor.
Revestida de amor.
Para amar na sua dor.
Inventa palavras...
levadas pelo vento.
Na imensidão do tempo...
eterno ou talvez moderno!
Desejo Indomável
Como corre a gazela
pela sombra dos bosques,
enlouquecida pelo próprio perfume,
assim corro eu, enlouquecido,
nesta noite do coração de maio
aquecida pela brisa do Sul.
Perdi o caminho
e erro ao acaso.
Quero o que não tenho,
e tenho o que não quero.
A imagem do meu próprio desejo
sai do meu coração
e, dançando diante de mim,
cintila uma e outra vez,
subitamente.
Quero agarrá-la, mas escapa-se.
E, já longe, chama-me outra vez
do atalho ...
Quero o que não tenho
e tenho o que não quero.
Faço o meu caminho como um anjo...
Ando sempre com uma sombra...
Junto e colada a mim anda a morte....
Doce companheira........silenciosa e segura....
Anjos soltos caídos...deuses transportados...
Sombras esquecidas........perdidas num caminho....
Aprendi com as flores como a beleza é frágil...
Ensinaram-me a crueldade do tempo e do vento...
Caminho segura, entre as sombras da morte....
Anda um anjo doce e companheiro colado a mim....
"alegre e sorridente".!!!