Som Alto
"Façamos agora todo o bem possível, que um dia colheremos. O que temos nós deixamos, o que somos nós levamos. Não basta saber, é indispensável ser. O amor que se faz apaga o mal que se fez. Vale a pena amar, o amor é alma da vida."
A essência da poesia
Está nas rochas
No som que o mar revolto produz
No silêncio falante da natureza
Naquilo que só o coração sensível o suficiente consegue perceber.
O ser humano consegue romper a barreira do som. Jesus Cristo foi o único que rompeu a barreira da morte e lhe dar a vida eterna.
Em dois mil e vinte e um, sorrir lembrando do Mussum, dançar ao som do Olodum, viajar para Cancun ou Cafarnaum, tomar um rum ou um suco de jerimum, comer um atum, rezar para Ogum, ouvir um mutum e se houver um zumzum, sem problema algum, como um cidadão comum, celebrar a vida e a liberdade, soltando um pum.
O som da noite
Com seus mistérios
A percorrer os labirintos
Da minha alma
Trás a superfície sentimentos
Que transbordam por todas
Margens do meu corpo
Fluem como as águas de um rio
Nas épocas de cheias
Que correm ao encontro
Do mar destruindo todos
Os limites que se atravessam
A sua frente.
A procura de estravazar
Todo seu caudal
Sem rumo sem interrupções.
Depois que a tempestade
Passa o rio corre no leito
Calmo e tranquilo
A natureza das coisas
Se perpetuam
Se eternizam no tempo
E no espaço das horas
E os corações sentem
O amor superar todas
As inconsistências do sentir
Com forças e domínios
Sabendo dos caminhos
A seguir para atingir
Sua plenitude.
Deê palavras ao coração
Deixe o que os sentimentos emita o som
E que a tristeza não perca a fala
Para que a coragem não permaneça em uma caixa;
Se você escutar,
sons de gargalhadas.
É muito difícil;
o som das risadas,
serem de felicidade.
Os seres humanos,
por causa, dos defeitos;
dos pecados;
da corrupção,
tem maldade.
Na maioria,
dos casos são:
Fofoqueiros(as);
invejosos(as);
zombadores(as);
escarnecedores(as),
que escarnecem.
Com sorrisos.
Festejando, os seus defeitos.
Acham graça,
com a sua desgraça.
Risos, dos maldizentes.
Quando você tropeça,
aparece as alegrias.
Deles, e delas.
99% de qualidades,
e 1% de defeito.
99% são desprezados.
1% toda a atenção.
Erros;
chamam atenção,
das pessoas. Plural.
Acertos,
aparece a inveja.
A fofoca. O ódio. A raiva.
A vontade, de ver erros.
O seu passado,
é comentado no presente.
TUDO TEM SOM!!!
Você já escutou o som de uma plantinha quando cresce?
Já ouviu o som de uma flor que se abre à luz do sol? Escutou o som da sombra da noite, quando envolve a terra na sua escuridão? Já sentiu a leveza da aurora quando, ao amanhecer, pousa sobre o mundo a sua luz?
Se você ainda não se deu tempo para escutar a natureza...
Ao menos captou o movimento de sua mente quando se abre para a compreensão de uma palavra? Já percebeu a beleza de uma expressão carinhosa, quando desliza da mente até o coração?
É possível que toda esta realidade já esteja envolvendo sua vida. Pode ser também que você ainda não tenha desenvolvido tal
sensibilidade... para crer sem ver.
Assim é no plano da fé. É a fé que nos faz ver o invisível e experienciar a sua realidade.
Violão ao céu azul
No fundo o campo verde
O som na expansão da natureza
As melodias na pura beleza
Pássaros cantando
Árvores dançando
Ventos harmonizando
E tudo aperfeiçoando.
Triste por dentro, gelada por fora.
O som do desespero que ecoa entre meu ser.
Tento desviar o pensamento, mas tudo me recorda sobre você.
É triste o som de seu desprezo, envolto de mais um relento.
Cortada por entre sua indiferença, sangro sem saber como estancar esta ferida.
Deixada ao relento de meu ser, minha alma grita.
Por quê tamanha sua indiferença? Por quê tamanho afastamento?
Se aproxime, deixe me tentar consertá-lo.
CARPE DIEM
Quero o azul como manto a proteger
Meus sonhos, essência do existir.
Quero o som de todos os cantos a preencher
Meus sentidos, movimento constante da transformação.
Quero as palavras como expressões do que é ou poderá ser
Minha direção no encontro e desencontro do eu ante os outros
Quero o sorrir e as lágrimas para sentimentos ter
Meu aprendizado, libertação dos grilhões da escuridão da ignorância.
Quero uma bela semana para aproveitar cada dia como se fosse o último
Pois para viver é necessário saber resistir para a certeza do existir.
Às vezes acho que você realmente não acredita nas coisas que diz; você apenas gosta do som das suas opiniões.
O berro do bueiro
Aquele som estranho dos carros bêbados
descendo a rua acelerados
e eu ali parado
vendo o movimento da madrugada
fria e dura a me espreitar.
E todo aquele ensurdecedor silêncio no ar
e o barulho dos cães latindo sem propósito
e dos galos cantando fora de hora,
enquanto os passos mudos de alguém vira a esquina em sinfônia randômica
e a orquestra da vida noturna aleatória rege o caminhar cuidadoso dos gatos
a espreita dos ratos
e dos ratos a espreita das sobras e restos
nos ralos e bueiros sujos e cinzas da avenida meu Universo.
Na calçada, esperando o caminhão da coleta passar na segunda,
o monte de lixo amontoado na esquina,
sendo revirado por todo mundo -
(cachorro, gato, rato, cavalo, gente...).
Naquela hora, a neblina que baixa sobre a rua
e encobre o plano, aumentando o drama e criando o suspense que nos comove.
Ao fundo, o som dos aviões na pista do aeroporto
aquecendo as turbinas e os motores para a próxima viagem.
De repente o rasgo abrupto
do sopro e do grito afoito
ecoando imaginação afora
e fazendo firulas no ar escuro da madrugada,
o estrondo no céu parecendo trovão
e o deslocamento massivo de ar
que canta melódico sua fúria, enquanto surfa pelo vácuo do éter febril do firmamento.
Isso encanta, mas também assusta.
De repente alguém que grita
e a multidão na praça se alvoroça
e volta a ficar muda e bêbada
e cega e suja e dura e pálida
e surda e débil e bêbada.
E o susto repentino na fala de alguém que reclama alto
e foge rápido, sem destino,
só corre por causa do risco imensurável que impõe-lhe o medo.
Sozinhos, a essa hora, todos estão em alerta por medo do que não se vê:
- O rato corre do gato
- O vento corre no vácuo incerto como o susto do medo
do vazio que traz desassossego
e do incerto que ninguém quer pagar pra ver.
Enquanto dorme o bairro só eu estou acordado...
Olhando para o tempo em silêncio,
para o vazio a minha frente,
auscutando meu coração acelerado,
tomando o último trago,
fumando o penúltimo cigarro
e assistindo de camarote a chegada triunfal do sol, antes do fim.
Teu silêncio, tão meu silêncio, um encontro sem nenhum desencontro, desaparecendo na brisa, ao som do teu sorriso que aprecio calado, teu silêncio.
Sinto com coração de menino o som que a paz te tocou enquanto mulher, te vibro a existência como homem, disposto e exposto, ao sentimento que sem medo lhe levo aos pés. Ave bela e liberta, com jeito de menina, se um dia eu for tua sina, me encontrará a sua espera, antes de pensar, até na primeira esquina, eu pronto pra ser teu homem e tu a minha mulher.
Desejo
E sem perceber me perdi em você e segui.
Mirei o olhar.
Naveguei no som da sua voz.
Aspirei o seu verso.
Flutuei na sua mente.
Desejei a sua alma.
Uma palavra sem ação é como um davul
É grande
Tem volume
Seu som pode ser estrondoso
Mas é oco
E pode ser transportado a qualquer lugar