Solidão
há uma vaga mágoa
no meu coração...
como que um som de água
numa solidão...
um som tênue de água...
Memoro o que, morto,
ainda vive em mim...
memoro-o, ansorto
num sonho sem fim,
estéril e absorto.
Será que me basta
esta vida em vão?
que nada se afasta
de sua solidão...
nem de mim me afasta
não sei. Sofro o acaso
da mágoa em meu ser...
cismo, há em mim o acaso
do que quis viver -
sempre só o acaso
Solidão abre a mente
Para muita inspiração
Sem nada para fazer
Prefiro escrever
Em outros dias ler
Ouvindo os sons da noite
Tentando descrever
Para minhas dores esquecer
Para a felicidade um dia conhecer.
Contentamento ou Solidão -
O que diferencia
pessoas felizes de pessoas tristes
são, basicamente,
três coisas em conjunto:
A profundidade da alma, a lucidez
da mente e a sensibilidade
do coração.
Na falta,
tem-se contentamento.
No excesso,
solidão.
De resto,
normalidade ou fingimento.
Sou neblina quando o dia amanhece
E que desaparece quando o sol resolve brilhar
Sou solidão na multidão
Sou folhas de outono que caem no chão
Sou o vento que sopra
Pra acalmar
Sou a chuva que vem pra apagar
As preocupações
Que insistem em me desaquietar
Sou um inconstante ser humano
Que precisa de alguém pra pertencer e amar.
Sou flecha que parte sem ter para onde ir
Sou tristeza que se perde em meio ao sorrir
Sou nada mas sou tudo o que eu não deveria ser
Sou a vontade que preciso ter pra viver
VOZ DO SILÊNCIO (soneto)
Nessa solidão rumorosa e calada
A voz do silêncio na alma refugia
Grita, brada, em tom de zombaria
Que endoidece a doçura por nada
E quando a inquietude desvairada
Numa noite escura, na sua ousadia
Embebendo o coração de fantasia
Fazendo a madrugada embalsamada
E a voz do silêncio, insiste falando
Tal a uma ópera buffa e de agonia
Em um concerto dos vis rumores...
Canta e conta assim blasfemando
Ao juízo sereno em tons de valia
E ao repouso avivados amargores...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Enfim...
Um lugar de silêncio e solidão absoluta
Um lugar de descanso
Um lugar pra não ouvir nem falar
Um lugar em paz
Um lugar pra não ser nem existir
Eu queria ir pra lá...
Mas tenho medo do caminho...
Profusas decepções para minha lista interminável
Meu nome desgosto, minha alma solidão.
Uma vida inconstante, onde outrora fora luz, se tornou penumbra e hoje é inteira escuridão.
Explicações vãs a mentes curiosas que não me desvendam... Não há quem me desvende, que penetre em meu âmago, que tire genitura existencial que em mim compreende.
Vivência tesa que cega motivações positivas a sobreviver.
Sinto que se abrir os olhos a realidade mundana e danosa irei padecer.
Brisa melancólica que me tira a roupa e os sonhos
Me leva ao encontro da libertação que me livrará do firmamento enfadonho.
Pairarei leve, fluida, indiferente ao que ficar.
Lá em cima ou em algum lugar... Minha luz inundará e ofuscará toda cor famigerada.
Vislumbrarei vestígios de decepção e dar-te-ei acalento em lembrança a quem sempre me acompanhou em meus momentos.
A maior descoberta da minha vida?
Foi saber que a dor que sinto ,se tornou suportável,que a solidão, já não é tão constante. Foi saber que eu posso ser feliz de verdade.
Como descobri?
Você. Só se tornou suportável, porque você estava lá. Só não é constante, porque você está presente. Só sou feliz, porque você está ao meu lado.
Então,por favor, não vai,por mais que eu n saiba demonstrar,eu te quero muito na minha vida.
Eu juro de dedinho.
Sempre existe um bem no mal.
Um amor no ódio.
Uma companhia na solidão.
Uma genialidade na loucura.
Uma luz na escuridão.
A solidão é bicho estranho. Às vezes, inspira quem escreve, dá um bom livro ou filme. Outras, deprime, faz sentir uma tristeza que parece não ter fim.
Volta e meia, vem do abandono, assola quem fica só. Por outro lado, também faz sentir só quem está com um monte de gente ao redor.
A verdade é que solidão dói, seja qual for sua origem, quando a gente se sente sem a gente. Quando a nossa companhia não é apreciada por nós mesmas/os.
Então, não é somente questão de estar só, mas de como a gente lida com isso...
Profunda solidão
No silêncio aperta meu coração
Silêncio de luto, silêncio de indecisão
Silêncio de dor, silêncio sem perdão
Silêncio esse que parte meu coração
Desde daquela triste noite de sábado
O abraço, o adeus
O perdão pelas falhas
O fim de laços os quais jamais serão refeitos
E no silêncio da milha verde
Eu caminho devagar
Sem um ombro amigo
Sem alguém para amar
Somente lembrar
Daquele passado de ardor
De sentimento e de calor
E a vida só irá clarear
Quando o sentimento na alma findar
E daquela noite melancólica
Adquiro a minha eterna solidão
Pois nunca a ela retornarei então.
Números impares
O número um gosta da solidão
O número três somente vive em triângulos amorosos
O número cinco só trabalha nas quintas feiras
O número sete sempre aposta na sorte
O número nove odeia quando o chamam de seis
Acabe com a solidão da noite sentindo a companhia das estrelas através do brilho sobre seus olhos ao observa-las.
Soneto
A saudade
É a sala da solidão;
É uma lembrança de quem partiu para a eternidade;
É lembrar de alguém que passou pela sua vida;
É a dor da despedida;
É uma vontade de rever quem não está perto;
É como um grito no deserto;
É lembrar de tudo que passou;
É um aperto no coração;
É peso da cruz;
É o momento de conversar com Jesus;
É chorar em silêncio;
É acordar e não dormir;
É um vazio cheio de emoção;
É transbordar pelos olhos o que encheu o coração;
poeta Adailton