Sertão
Eis o Piauí
Piauí da cajuína
terra nordestina
terra do sertão
que deságua tristeza e alegria
no Rio Parnaíba
desenhando sua silhueta nua
de um povo que tem uma vida crua
Com sua carne seca
baião de dois
que tem sua esperança refeita
no inverno veranil
com o suor varonil
nesse doce amargo pedaço
de nosso Brasil*
Sou do sertão minha gente
me orgulho desse lugar
em cada palmo pra frente
sinto o prazer em plantar
e nessa terra carente
o valor de cada semente
é Deus quem vem semear.
Quem vem aqui pro nordeste
com a intenção de passear
no sertão ou no agreste
seja na beira do mar
vai encontrar tanta beleza
que eu já digo com certeza
esse é mais um que vai ficar.
A cultura nordestino
Eu trago no coração,
Escutando o Musicamp
Eu relembro meu sertão.
Ouvi vaqueiro aboiando
Zezinho comunicando
Ao som do rei do baião.
FLORES DO SERTÃO
Quantas belas mulheres fortes
Brotaram da terra vermelha,
Dos espinhos do cacto mandacaru
Trazendo vida, alegria e flores
Esperança, que no lajedo habitas,
E um sorriso cativo perseverante,
Que a seca faz da fé abundante
Tornar-se a fonte de seus cuidados.
Singeleza, como era muito linda
A beleza pálida da bisa Maria
Mulher submissa porém cálida
No amor, no aconchego e no zelo
E que seus olhos viram Maria Bonita,
Flor zelosa como uma mãe cabrita.
Mulher que não saía do fogão
Vinha comida à lenha e à carvão.
A flor do sertão nunca envelhece
És a rosa do deserto que não morre
A água em ti demora, mas escorre
Do céu onde a esperança rejuvenesce.
Mulheres sofridas, mas amorosas
Não tem frescura co'as mãos nas roças.
Sem temerem a escaveirada morte
É de Deus o sopro da vida e da sorte.
"Rede no sertão"
No sertão, em uma rede, de uma tarde tranquila debaixo de uma grande árvore e um sol radiante. O barulho do vento no céu do sertão , É lá o meu meu sossego onde me refugio em meu bom e doce lar.
Na sombra de uma arvore me repouso para descansar fico olhando as paisagens sem fim, à me fascinar ,a vida no sertão é um poema a me ninar silenciosamente ,no sertão adormeço na compania dos pardais e dos sábias.
Nem tudo no sertão, é calor e desafiador, em partes é amor. Na rede deixo minha imaginação me levar, no embalo da brisa, em um leve agitar das folhas, o céu a se misturar no solo do sertão à me acalentar.
No calor do dia o ar pesado e seco...
O sertão parece pegar fogo...
Imagens ao fundo da ar de água...
O calor sufoca as nuvens dão um contraste bem ao longe...
O vento soprar um sotaque...
Alma brasileira é guerreira...
Num discurso ao longe margarida se despede do tempo que escolhi uma gota de orvalho...
Feliz dia dos Pais.
Num cantinho do sertão, vou contar sem rodeio,
A história de um pai, que é meu maior anseio.
Não é o melhor do mundo, mas pra mim ele é,
Ensinou-me pescar, caçar e assar castanha até.
A arapuca armou com destreza e cumplicidade,
Cada lição valiosa, sem perder a simplicidade.
Ensinou virtudes e valores, com toda a educação.
Meus dotes de culinária foi dele a motivação.
Esperto e competitivo, humilde e responsável,
Seu exemplo me guiou, tornou-me admirável.
Nas conquistas me apoiou, desde minha infância,
Corrigindo-me, orientando, com carinho e relevância.
No meu coração guardarei, eterno amor e gratidão,
Pai presente, amigo fiel, sempre na direção.
Sincero, preocupado, fala pouco e tem ação.
Admiro seu jeito, virtudes sem igual,
Homem de valor, meu pai especial.
Amo muito, mais que as palavras podem medir
Carinho, orgulho, uma jóia para mim.
Feliz dia, meu pai, com todo meu afeto,
Sábio e posturado, seu legado é eterno
Que sua vida seja plena, tenha saúde e força no viver,
Pai e professor nota 10, continue a crescer.
Que a fé seja teu guia, rumo à vitória a conquistar,
Neste cordel sincero, em versos a vibrar.
Guardo-te no peito, és meu norte, meu bem,
Pai querido e amado, és meu herói também.
Terra natal (Araguari, MG)
Nasci em Minas, o meu chão
Araguari, orgulho das Gerais
Sertão de serra na imensidão
Das flores perfumadas e mais
Da mocidade, aparatos especiais
Que me viu nascer, doce paixão
Que faz aos sentidos, divinais
Do meu bem querer, és coração
Cá para as bandas do cerrado
Em explosão de cor, estrelado
O céu, terra natal, tom maior
Pois, longe de ti, és só saudade
Que na lembrança a dor invade
Araguari, não se esquece, amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 agosto, 2023, 06’28” – Araguari, MG
*135 anos de Araguari, MG
Um chamado João
João era fabulista?
fabuloso?
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?
Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas,
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?
Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal ele era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?
Era um teatro
e todos os artistas
no mesmo papel,
ciranda multívoca?
João era tudo?
tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada?
Mapa com acidentes
deslizando para fora, falando?
Guardava rios no bolso,
cada qual com a cor de suas águas?
sem misturar, sem conflitar?
E de cada gota redigia nome,
curva, fim,
e no destinado geral
seu fado era saber
para contar sem desnudar
o que não deve ser desnudado
e por isso se veste de véus novos?
Mágico sem apetrechos,
civilmente mágico, apelador
de precípites prodígios acudindo
a chamado geral?
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos poderes, das
supostas fórmulas
de abracadabra, sésamo?
Reino cercado
não de muros, chaves, códigos,
mas o reino-reino?
Por que João sorria
se lhe perguntavam
que mistério é esse?
E propondo desenhos figurava
menos a resposta que
outra questão ao perguntante?
Tinha parte com... (não sei
o nome) ou ele mesmo era
a parte de gente
servindo de ponte
entre o sub e o sobre
que se arcabuzeiam
de antes do princípio,
que se entrelaçam
para melhor guerra,
para maior festa?
Ficamos sem saber o que era João
e se João existiu
de se pegar.
Eu sou nordestino
sou deste lugar
do sertão matutino
onde brilha o luar
que por Deus foi eleita
a terra perfeita
pro homem plantar.
O CANTO DO SABIÁ
No silêncio do sertão
É o lugar do sabiá
Logo cedo de manhã
Ele vem cantarolar
À tardinha, vem de novo
Se exibindo para o povo
Com o seu assobiar
Veio o homem, bicho mal
Pra tentar lhe aprisionar
Preparou uma armadilha
Querendo lhe engaiolar
Mas o pássaro escapou
Bateu asas e voou
Foi rezar noutro lugar
O Nordeste é abençoado
É uma linda região
Tem o mar do litoral
Tem os rios do sertão
Tem cuscuz e forrozeiro
Tem um povo hospitaleiro
Com um grande coração
Soneto do cerrado abafado
Quem ateou este sedento chão do sertão
Nesta aridez que nunca mais se apaga?
E para que o planalto com está sua saga
De severo tempo, de sede, de sequidão?
Quem pintou em tom de cinza, desolação
Sentido na toada, de tonalidades pesadas
Num pôr do sol no horizonte vermelhadas
Amarrotando a vereda em ardida vastidão
E, o vento abrasado, e a vegetação aflita
Sol a pino, nuvens no céu que desbotou
Aquentando o verso com cálida pulsação
Quanto calor, e o craquelado na escrita
Um empoeirado que da terra desgarrou
Abafando o cerrado com agre sensação.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 setembro, 2023, 12’12” – Araguari, MG
No sertão do Ceará, Aurora é o lugar,
Onde nasceu Afonso, a brilhar no céu a estrelar.
Com setenta e seis anos, vida de sabedoria,
Professor e mestre, com sua luz, guia nossa via.
Nas veredas do sertão, no sítio Tipi ele nasceu,
Com simplicidade e amor, no coração cresceu.
Hoje em Santo André, São Paulo, ele mora a sorrir,
A vida é uma estrada longa, e ele não cansa de seguir.
No treinamento de gerentes, é um mestre sem igual,
Com sua experiência e sabedoria, brilha como cristal.
Afonso Cesário de Sousa, com seu jeito afável e bonito,
Neste dia especial, receba nosso abraço mais infinito.
Setenta e seis anos de histórias a apontar,
De aprendizados e vitórias a celebrar.
Que a vida continue a sorrir em seu falar,
E que muitas alegrias venham a ti chegar.
Neste cordel de parabéns, com amor e prontidão,
Desejamos a Afonso toda felicitação.
Que seus dias sejam cheios de paz e emoção,
Feliz aniversário, mestre, com todo nosso coração!
No sertão do Ceará, Aurora viu o sol nascer, E entre campos verdes, um mestre a florescer. Afonso Cesário, o nome a brilhar com louvor, Hoje completa 76 anos de sabedoria e amor.
Nas veredas do conhecimento, ele sempre trilhou, E aos jovens gerentes, seu saber entregou. Com maestria e paciência, ele os ensinou a liderar, Guiando-os pelo caminho do sucesso a trilhar.
Mestre Afonso, com sua voz empostada e serena, Fez a educação a sua grande arena. E nas salas de aula, sua luz a brilhar, Iluminou gerentes, fez o saber prosperar.
Comemoramos hoje, com alegria e fervor, Sete décadas e meia de um grande professor. Que a vida lhe sorria, que a saúde continue forte, E que continue a brilhar, como uma estrela do norte.
Parabéns, Afonso Cesário, mestre de grande estimativa, Neste dia especial, que sua jornada culmina. Que o tempo siga, com vitórias a tecer, E que cada aniversário seja motivo de renascer.
Nossos votos de felicidade, com toda gratidão, Pelo legado que deixou em cada coração. Que a vida lhe traga ainda mais inspiração, E que siga iluminando novas gerações, com dedicação!
Assim, comemoramos seu aniversário com fervor, Afonso Cesário de Sousa, mestre com tanto valor. Completando 76 anos, sua luz a resplandecer, No coração do Ceará, um mestre a florescer.
Ah Dr. Cuma me dói
Arrescordá meu passado
Meu sertão de chão rachado
Pela seca arrinitente
Fica tudo diferente
No tempo da sequidão
É fôia seca no chão
Casa veia abandonada
Vacamorrendo atolada
Na lama do cacimbão
Nosso povo vive bem
no sertão e na cidade
nunca destrata ninguém
quem valoriza amizade
pois na terra do vintém
todo nordestino tem
um selo de qualidade
O sertão é agricultura
Chamada familiar,
Que abastece cada lar
Com um tanto de fartura.
O sertão se estrutura
Na sua pluralidade,
Onde a criatividade
Tem papel fundamental.
O sertão é genial,
É supimpa de verdade.
- Relacionados
- Frases nordestinas carregadas de cultura e sabedoria popular
- Orgulho de ser nordestino: frases que celebram nossa identidade
- Frases sobre o nordeste para enaltecer sua grandeza
- Frases da roça que exaltam a simplicidade do interior
- Guimarães Rosa Sertão Veredas
- O grande Sertão Veredas
- Frases de Guimarães Rosa sobre Sertão