Sertão
Cada amanhecer, na cidade ou no sertão, é a minha oportunidade de viver e amar com inspiração, trabalhar com suor e muito empenho, fazer o meu melhor, na condição que eu tenho.
Renovo do Sertão
Novembro tá chegando, a seca vai embora,
O sertão resplandece, é festa que aflora.
Com timidez, o verde começa a brotar,
O mato se enfeita, vem pra nos alegrar.
Os riachos que antes só guardavam saudade,
Agora cantam vidas com a nova umidade.
Água corrente e fresca, dá gosto de ver,
É bênção do céu que faz a gente renascer.
A alegria do nordestino é pura emoção,
Quando as chuvas dançam na palma da mão.
Trovoadas ressoam, é música no ar,
Armazenando esperanças pra um ano de plantar.
Assim, o sertão se veste de esperança e cor,
Cada gota é um sonho, cada chuva é amor.
Novembro é renovo, é vida a florescer,
No coração nordestino, sempre vai prevalecer.
O Nordeste é animado
Tem danças na região
O forró é do sertão
Piauí dança o reisado
Pernambuco tem xaxado
Ceará dança o torém
Fica de fora ninguém
Bahia, maculelê
Eu duvido que você
Vá querer ficar parado.
LUIZ GONZAGA
Ele nasceu em Exu
No Nordeste, no sertão
Terra do mandacaru
Onde cantava o baião
O Brasil ele "ganhô"
Conquistou pobre e "dotô"
Viva o mestre Gonzagão
O SANFONEIRO
A sanfona e o sanfoneiro,
no Nordeste a cantar.
O sertão vai festejar
com forró o ano inteiro,
de janeiro a janeiro.
Solta a voz, meu cantador!
Alivia tua dor!
Com tamanha emoção,
faz lembrar o Gonzagão,
o maior dos forrozeiros!
AQUARELA DO SERTÃO
Entardece na cidade,
o céu é alaranjado,
se misturam novas cores
e ele fica avermelhado.
Aquarela do sertão,
nuvens pintadas a mão,
arte viva no roçado.
ROTINA DO SERTÃO
É tão bom viver a vida
Na rotina do sertão.
Bem cedo tomo o café,
Depois vou à plantação.
Levo o gado pra pastar,
Vendo a tarde só passar,
Com Rosa no coração.
CASTELO ZÉ DOS MONTES
O castelo Zé dos Montes,
Situado em Sítio Novo,
Bem no sertão potiguar,
É obra que é do povo.
Faz um grande labirinto,
Acredite pois não minto,
Lá feliz eu me comovo.
TRIUNFO
Encravada no sertão
Numa serra elevada
A cidade de Triunfo
Parece refrigerada
E pra não levar revés
Com a mínima de dez
Só saia agasalhada
IPÊ AMARELO
Quem acha que no sertão
só vai ver planta morrendo,
tá muito mal informado
sobre a flora aqui crescendo.
Olhe o ipê amarelo,
mais parece caramelo,
é o Nordeste florescendo.
PETROLINA
Petrolina é a cidade
encravada no sertão,
de povo acolhedor,
muito bom anfitrião.
Quem vai lá pra visitar
tem vontade de ficar
e morar na região.
Impossível esquecer
os encantos do sertão.
Mesmo saindo de lá,
fica na recordação.
Feito uma tatuagem
gravada no coração.
Quero sair da cidade
Pro sertão vou viajar
O botão do paletó
Quero desabotoar
Calçar a minha chinela
Ver o campo da janela
No roçado descansar
O CANTO DO SABIÁ
No silêncio do sertão
É o lugar do sabiá
Logo cedo de manhã
Ele vem cantarolar
À tardinha, vem de novo
Se exibindo para o povo
Com o seu assobiar
Veio o homem, bicho mal
Pra tentar lhe aprisionar
Preparou uma armadilha
Querendo lhe engaiolar
Mas o pássaro escapou
Bateu asas e voou
Foi rezar noutro lugar
O Nordeste é abençoado
É uma linda região
Tem o mar do litoral
Tem os rios do sertão
Tem cuscuz e forrozeiro
Tem um povo hospitaleiro
Com um grande coração
Olhar vazio que se alastra pela plantação, praga, seca do sertão, primazia do destino, franqueza no hino, turbulência meteórica, retórica diagramica, sexasional do vértice, me oriento com a palavra, o exemplo modifica o mundo, teste interno, desejo eterno, só faço o que acho correto, sonhei no deserto, voei com o vento, superei a dor e lamento, coração pulsante no peito grita, sufoco na vida, pigmentos na pele, mais melanina inerte, antes que a alma congele e o corpo dissolva, furo a bolha, faço escolhas, capacidade, simplicidade, só quero a verdade, me misturo na cidade, monstruosidade.