Sentir a Natureza

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A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza.

Charles Chaplin
Casamento de Luxo (1923)

Aqueles que têm um grande autocontrole ou que estão totalmente absortos no trabalho falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio.

Ela

Mas que haverá com a Lua, que sempre que a gente a olha, é com um novo espanto?

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

A sua irritação não solucionará problema algum. As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas. Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar. O seu mau humor não modifica a vida. A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus. A sua tristeza não iluminará os caminhos. O seu desânimo não edificará a ninguém. As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade. As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você. Não estrague o seu dia. Aprenda a sabedoria divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o infinito bem.

Chico Xavier
Agenda cristã

O que importa se você tem olhos verdes... se o vermelho dos meus refletem o verde da natureza...

Bob Marley

Nota: Autoria não confirmada

Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas, por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não tem máscara.

Oscar Wilde
De Profundis, 1897.

Abro o jogo!
Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.

Há verdades que nem a Deus eu
contei. E nem a mim mesma. Sou
um segredo fechado a sete chaves.
Por favor me poupem.

Clarice Lispector

Nota: Os pensamentos costumam aparecer unidos na internet, mas pertencem a obras diferentes. O primeiro é de "Água viva" (1998) e o segundo é um trecho do conto Brasília, e está presente no livro "Todos os contos" (2016).

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Nós, seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Portanto quem chuta ou maltrata um animal é alguém que não aprendeu a amar.

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar...

Alberto Caeiro

Nota: Trecho de "O Guardador de Rebanhos", do livro "Poemas de Alberto Caeiro", de Fernando Pessoa (heterônimo Alberto Caeiro).

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Como é estranha a natureza morta dos que não têm dor. Como é estéril a certeza de quem vive sem amor...

Solitário

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Qual é o teor da sua energia?

A mediunidade faz parte da natureza. Todos somos médiuns, uns mais, outros menos desenvolvidos, e trocamos energias uns com os outros.
Com umas você sente prazer enorme em conversar, com outras você antipatiza, quer vê-las pelas costas. Isso não é apenas um capricho seu, mas um reflexo das energias que elas irradiam e você capta.
Existem pessoas nutritivas e pessoas sugadoras.

As nutritivas são:
Independentes. Cuidam de si, assumem suas próprias necessidades, evitam descrregar seus problemas nos outros, procuram ganhar seu próprio dinheiro.
Generosas. Dão os bens que não vão mais utilizar, cooperam com as obras de cunho social. Estão sempre se renovando.
Confiantes em si. Estudam as experiências alheias, mas na hora de decidir não perguntam aos outros o que fazer.
Otimistas. Em todos os acontecimentos olham os lados positivos. Nunca fazem drama de nada.
Respeitosas. Nunca invadem o espaço de ninguém. Aceitam os outros como são sem desejar muda-los.

As sugadoras são:
Vítimas. Sofredoras. Quando lhes acontece uma coisa boa, ficam logo esperando uma coisa ruim. Culpam o governo, a sociedade, as pessoas por suas dificuldades.
Dependentes. Nunca fazem nada sozinhas. Acham tudo difícil. Sentem-se incapazes.
Indecisas. Não têm opinião própria. Só fazem o que os outros dizem.
Depressivas. Jamais falam do que já têm, só do que ainda lhes falta. Estão sempre querendo atenção especial das pessoas e revoltam-se quando não são atendidas.
Inseguras. Apegam-se a tudo e a todos. Têm medo das mudanças, do novo e do futuro. São ansiosas e dramáticas. Vêem o lado pessimista dos fatos.

Quando você capta energia de pessoa nutritiva, sente-se muito bem. Mas se de repente sente o corpo pesado, boceja, fica deprimida, triste, com dor de cabeça ou enjôo, provavelmente absorveu as energias de uma pessoa sugadora.

Nesse caso, vá para um lugar sossegado e faça o seguinte exercício:
Feche os olhos e pergunte mentalmente de onde vêm essas energias. O rosto da pessoa aparecerá em sua memória. Então, imagine que você está dentro de sua pele e diga com firmeza:
- Eu não quero nada de você... O que é seu é seu. O que é meu é meu. Fico com minha energia. O resto vai sair agora, não quero isso para mim.
Sentirá imediatamente grande alívio. Contudo, se você se sente rejeitada pelas pessoas, está na hora de observar quais as energias que você irradia. Elas são responsáveis por tudo que você atrai em sua vida.
Pense nisso.

Quem não é humilde por natureza, tem que ser humilde por esperteza.

Saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo o que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz.
A beleza continua a existir mesmo no infortúnio. Se procurá-la, descobrirá cada vez mais felicidade, e recuperará o equilíbrio. Uma pessoa feliz tornará as outras felizes; uma pessoa com coragem e fé nunca morrerá na desgraça.

A natureza lhe dá o rosto que você tem aos 20. A vida talha o rosto que você tem aos 30. Mas depende de você merecer o rosto dos 50.

Coco Chanel
Coco Chanel, de Marcel Haedrich, Editions Belfond, 1980

Realmente, eu não gosto da natureza humana a menos que esteja toda temperada com arte.

Carta Extraviada 3

Não é da minha natureza esperar que me deem liberdade,
não espero pelo pouco que há de essencial na vida.
Sendo liberdade uma delas, eu mesmo me concedo.
Ser livre não me ensinou a amar direito, se por direito entende-se
este amor preestabelecido, mas me ensinou as sutilezas do sentimento, que, afinal, é o que caracteriza e o torna pessoal e irreproduzível.
Te amo muito, até quando não percebo.
O amor que sinto pode parecer estranho, e é por isso que o reconheço como amor, pois não há amor universal: não, caríssima.
Não há um amor internacional, assim como são proclamados os
cidadãos do mundo. Cada cidadão, um coração, e em cada um deles,
códigos delicados. Se não é este amor que queres, não queres amor, queres romance, este, sim, divulgadíssimo.
Te amo muito, e não sinto medo.
Bela e cega, busca em mim o que poderias encontrar em qualquer canto, em todo corpo, homens e mulheres ao alcance de teus lábios e dedos, romance: conhecido o enredo, é fácil desempenhá-lo.
E se casam os românticos, e fazem filhos e fazem cedo.
O amor que sinto poderia gerar casamento, pequenos acertos, distribuição de tarefas, mas eu gosto tanto, inteiro, que não quero me ocupar de outra coisa que não seja de você, de mim, do nosso segredo.
Te amo muito, e pouco penso.
Esta carta não chegará, como não chegarão ao seu entendimento estas
palavras risíveis, estes conceitos que aos outros soariam como desculpa de aventureiro ou até mesmo plágio, já que não há originalidade na ideia, muito difundida, porém bastante censurada.
Serei eu o romântico, o ingênuo?
Serei o que quiseres em teu pensamento, tampouco me entendo,
mas sinto-me livre para dizer: te amo muito, sem rendimento, aceso,
amor sem formato, altura ou peso, amor sem conceito, aceitação,
impassível de julgamento, aberto, incorreto, amor que nem sabe se é este o nome direito, amor, mas que seja amor.
Te amo muito, e subscrevo-me.