Sentir a Natureza
No raio de um alcance do sol.
Sobre a fina linha do horizonte.
A ventania que sopra sobre
as asas do Falcão.
A sim como nos olhos do lince, os meus também podia refletir toda emoção do que era está livre... do que era viver a natureza.
Lá eu estava, eu podia vê-la, eu podia senti-la. O vento recaia sobre os pinhos; e as montanhas pareciam tocarem o azul celeste do céu. Eu estava finalmente a onde sempre sonhei está.
Com simplicidade me guiei pela estrada em busca de algum caminho que conduzisse ao horizonte mais próximo.
Tudo que eu quis era deixar para trás tudo aquilo que eu nunca tive. Para no mundo mim perder por puro prazer de viver. Nos altos picos alcançar os céus... para a sim minha alma transcender. Muito além de mim. Num ato de um puro prazer de viver em plena natureza. Numa total e pura liberdade.
Queria me encontrar só... só, sozinho no meio da imensidão do tudo. Unido ao todo. Bem longe de todos. Vastas paisagens brancas de campos verdes onde a neve repousava. E livre me encontraria em toda aquela imensidão vasta... vasta pura imensidão. De braços abertos com o coração cheio de emoção em minhas próprias mãos. Longe da hipocrisia. Bem longe da burguesia; bem perto da poesia. Mas novamente longe... longe de toda falsidade da sociedade. Longe do falso conformismo. Longe de todo materialismo que a mim só corroía a alma. De braços abertos então me encontraria olhando para toda aquela imensidão celeste de puro azul. Que no céu resplandece em toda sua gloria.
Nada de apego tudo de desapego. Para trás poder deixar tudo aquilo que nunca foi meu. Para buscar por verdade... para buscar por pura verdade; sinceridade. E viver perdido em plena natureza. Ter de lá as estradas. Ter de teto as estrelas. Ter de teto o azul do céu; o branco das nuvens. E de parede as montanhas... de parede somente as montanhas. As vezes verdes e outras vezes simplesmente brancas. Eu estava livre. Livre como sempre fui. Livre como nasci para ser. Livre como sempre sonhei. Um grande homem. Um indomável leão das montanhas. Um puma a caminhar sobre as montanhas que tanto prazer lhe trazia. Que de coração e com tanto amor eu recebia.
Êxtase Natural
Louco como nunca fui.
A não ser porquê não
precisei mais de explicação.
Louco pela natureza, louco
pela natureza, simplesmente
louco pela natureza.
Ressoava tal som dos sentimentos
que provinha das minhas
entranhas.
Loucas entranhas, loucas
pela natureza.
Tanta contentação pela
natureza.
Que expressava dentro da
densidade da minha alma.
Que pulsava pela liberdade.
O êxtase trazido pelo
elo eterno e cósmico com
a natureza ligada a mim.
Toda confusão morria nas
densidades místicas das
florestas.
Morria nas densidades místicas
da minha própria alma.
Porque minha alma se fortalecia
no interior místico das matas.
Ninguém preenchia o meu
vazio.
Mas a natureza preenchia
toda minha alma.
Tudo a natureza me trazia.
Êxtase, ar; alegria.
E tudo mais que minha alma
livre podia querer.
Por simplesmente do fundo
da alma... ama-la.
As pessoas sempre acham que a felicidade está no outro. Mas nunca em si mesmas. Nunca em todas as coisas que Deus, deixou ao nosso redor. Eu simplesmente estava ali vivendo o presente na minha total liberdade de ser... Livre! Livre para adentra nas entranhas das florestas. Livre para descobrir seus tesouros mais sagrados de uma forma mística. Livre para mergulhar com toda paixão naquele mar de arvores densas. Um falcão a sobrevoar sobre os altos picos contemplando o azul celeste do céu; do mar.
Às vezes eu sempre guardava como forma de recordação e de lembrança. O pôr do sol e o nascer do sol. Nas manhãs quando olhava para o horizonte ele me contemplava com o nascer do sol. Quando olhava a tarde na direção da linha do horizonte. Ele me contemplava com o lindo pôr do sol. Estava eu então a viver livre.
Ser simples e humildade é o melhor caminho que o homem tem para seguir. Fortuna não faz história. Coragem e altruísmo sim. Uma vida eremítica nos vales entre montanhas. Natureza e castidade. Quando se ama a natureza ou se vive a natureza. Jamais dela quer se separar. E voltar a se contaminar com a civilização. É um amor verdadeiro. Uma relação mística com a natureza. Quando conheci a história de McCandless, eu só queria supera-lo também. Superar o tempo que Chris viveu no Alaska.
Resta ao indivíduo verdadeiro ou em busca de verdade. A buscar no fundo da sua chama de vida. A sua real e pura naturalidade e com ela construir sua verdadeira imagem.
Passava boa parte do tempo a lê e a sim a buscar conhecimento. Finalmente me encontrava com o meu verdadeiro eu. A busca o que a minha chama de vida tanto ansiava encontrar. Ansiava tanto amar o que eu sempre amei e para sempre amarei. Me sentia como parte total dela e ela de mim. Estava unificado com a natureza. Pescava, caçava, como tal no começo tive que ferir a mim mesmo.
Livre como uma das estrelas que cobriam todo o céu a noite. Me encantava com a beleza da aurora. Um viajante solitário, um aventureiro, um eremita. Um mergulho profundo na essência da minha alma. Em busca de um lugar místico no interior dela. No interior da minha própria alma. Eu quis buscar nela o mais puro de mim. Longe de todas aquelas irritantes obrigações.
Pensava no final ter como objetivo me recolher numa solidão eremítica para criar, para escrever até o fim da vida. Meditação na pura paz que a natureza me dava, que os altos picos me proporcionavam. E nada mais que pudesse me afastar da minha verdadeira essência existencial de ser vivo, de ser livre.
Se tivesse que morrer então morreria livre e apaixonado como nunca me via antes apaixonado. Morreria então nos altos picos em busca do eu superior. Morreria com o coração carregado de amor e paixão. Por tudo que com verdade e liberdade para sempre amarei. Com toda liberdade que tanto a mim me seduzia. A ser livre para fluir, para criar, para escrever. Livre para de fato poder realmente viver. Em toda aquela imensidão que o meu coração e minha alma podia além da minha visão alcançar, a sim como uma águia na imensidão azul do céu. Na natureza eu viverei e morrerei com todo amor e gratidão por toda liberdade dada a mim por ela
Um coração livre para poder escrever, um coração que precisa da liberdade para poder escrever. Vivendo livre para poder contemplar cada amanhecer, entardecer; em plena natureza selvagem... viver!
Aquela obscuridade da sociedade me fazia cada vez mais querer fugir dela. Cada vez mais, cada vez mais aquilo me contorcia de dentro pra fora. Espremido minhas entranhas me fazendo a alma morrer, sem ao menos saber de fato o que era viver.
A alma morta para tal liberdade não sonha então ver se imponte. A possibilidade de sonhar dá ao homem azas e mundos que ele nunca era alcançar. Se não tiver força para dessa prisão sair. E ter um foco de um raio a brilhar no horizonte numa tarde de tempestade.
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