Sentir
Sentir a esperança é fazer reinar dentro de nós os céus que Deus já nos reservou ha tanto tempo atrás.
Felizes devem ser os que choram nas partidas.
Eu já não sei sentir dessa forma...
Difícil pra mim é ter que voltar,
fingir que mudei quando me mudei.
Mas em cada canto da cidade
me salta os batimentos a saudade.
É forte, não sei suportar sem deixar escapar
aos poucos, leve, nos cantos dos olhos.
Eu queria sentir que esse medo fosse por causa de segurança, mas as vezes é preciso ser atropelado por uma bicicleta para saber que a calçada é segura.
"Antes, o meu coração, batia só por você... Agora ele bate, por sentir vontade de viver... Não sou feliz, mas já penso diferente... E que isso agora é possivel."
“Me ensina a gostar menos de você, a não te querer o tempo todo, me ensina uma maneira de não sentir falta, falta dos seus abraços, sorrisos, beijos, falta de você.”
Nossa historia
Gosto de ouvir historia, vinda de sua boca
Sentir o cheiro, o aroma de tua roupa
Enxergar tua pele mexendo, com gesto de boba
Vê seus cabelos, de prata, toda solta
Não há mistério, que guarde essa imagem
De sua memoria feita de coragem
E suas palavras vivem em uma miragem
Que só quem escuta percebe a verdade
A cada dia que vive um novo fato acontece
São pegadas na estrada do caminho que segue
Feito palavras que ilustram o momento celebre
São lembranças doces que compõem a sua prece
Aquele velho tempo que se apagou
Foi a borracha brincando de “E o vento levou”
Mas nada apaga a chama do amor
Que só a senhora viveu e criou
“Você não precisa ser feliz tendo muitos amigos e alguém que te faça sentir assim. Felicidade está dentro de cada um de nós.”
Vou me largar pra fronteira!
Sentir o cheiro do que é meu.
Recarregar minha guaiaca de "grussuras"
E matar a saudade de quem sou eu!
Quando volto pra querência;
Sinto de novo a essência,
Daquilo que já fui.
Lembro até da minha fala,
Pausada, e misturada.
Com palavras dos paisanos
Que trazem os orelhanos,
Embaralhando, versos pampeanos
Com cúmbias, em ritual.
Me sinto de novo bagual;
Como se nunca tivesse o buçal
Da cidade, me domado.
O minuano é meu regalo,
Por ter voltado pra casa.
Assobiando uma vaneira;
Trazendo o cheiro de chirca
Que guardarei pra mais uma temporada
Sem voltar pra minha morada
Perdido pelo mundão...
Lembro dos tempos de liberdade
Uma cachorrada barbaridade
Que eu mantinha de esquadrão
Pitoco, bolinha, bocão!
Eram todos batizados...
Cada um com servidão:
Uns pra mulita, outros de ratão
Tava sempre preparado
O meu fiel batalhão.
Saia de manhã lá pro morro da antena
Passava o dia inventando peleias
E lidas que de verdade, só tinha os "grito"
No mais, era coisa de piazito
Que não tinha ocupação...
Só em dia de vento que não!
Vento quente, que embaraça os cabelo
Te resguarda e cuida o pelo;
Que hoje é dia de cruzeira!
Me dizia a conselheira,
A velha vó, missioneira;
Que de tudo tinha formação.
Podia perguntar sem receio!
Na tampa e sem floreio
Ela vinha com a verdade,
De tudo sabia a utilidade;
E pra cada pergunta,
Uma explicação!
De engenheiro e doutor
De peão a vagabundo,
Ela tinha o mesmo segundo, pra avaliar o valor...
Pra tudo isto que retorno,
De tempo em tempo a resgatar
Vou buscar aquele piá
Que um dia sonhador, pensou em ser "viajador"
E agora vive pra sonhar...
Mas preciso sempre lembrar;
Que tenho um poso, neste lugar.
Onde sou: aquilo que sou.
E a dica de hoje é: Vamos nos permitir!
Vamos viver, vamos sentir o gosto do novo, vamos errar.
Que graça teria em viver se não fossem tombos e tropeços, se não houvessem as estórias?
Por mais que seja inevitável sentir saudade,
Só que a alimenta, deixa permanecer.
Por mais que os problemas cheguem,
Só quem não os administra, deixa engrandecer.
Por mais que se apaixonar seja repentino,
Só quem abre a guarda deixa acontecer.
Por mais que não queira contar,
Só quem não faz, deixa esconder.