Sem Sentido
Se tirarem os absurdos, os casos passam a fazer sentido! Isso vale para os grupos clássicos: família, igreja e escola.
O Universo começa dentro de mim.
E dentro de mim sinto o tudo, sem esperar o nada.
Respiro-te com a fragância doce da existência, o meu pensamento repleto de ti, inesgotável no dorso do tempo, deste tempo que me faz feliz.
Na mancha de todas as luzes, no topo de todas as coisas, no tapete planetário de todas as flores, vejo o Sol nascer.
Não há tempo para decifrar.
Nascida debaixo da terra, a vida pulsa. Pulsa para nascer.
O vislumbre daquilo que era tornou-se assustadoramente imperceptível.
O som soava longe, para além das miríades de luzes diáfanas numa noite de lua vazia.
Semicerrei os olhos, na tentativa vã de ver o que eu já sentia.
E o arrepio – um único arrepio – percorreu o meu corpo, volatilizando tudo à minha volta, num turbilhão de sentidos, à margem de todo e qualquer entendimento humano.
Gosto, sincera e abertamente, de amar a Deus, de ser eu mesma, de rir, de viver, de fazer o bem, de estar em paz, do meu café da manhã, de caminhar descalça, da amizade que tempera os bons e os maus momentos, de ser feliz e de fazer os outros felizes.
Talvez a vida seja só um jogo sádico, feito "cabra cega", onde a gente brinca no escuro, tentando descobrir quem verdadeiramente somos. O hilário é que a resposta sempre esteve dentro de nós, só faltou olhar para lá.
Por ter Deus e o Universo dentro de mim deixei de me importar em não receber e passei a dar ainda mais.
Não sou uma caçadora de tempo, de espaço e de modo, mas consigo sentir nos meus sentidos as forças maiores do que eu.
Não sei dizer quanto tempo permaneci ali.
Invadia-me uma paz translúcida e, mesmo de olhos fechados, eu conseguia ver as cores do mundo.
Remeto os meus valores, os meus sentidos e a minha essência para uma verdade que nunca será quebrada, toda uma arquitetura emocional a par da minha consciência em grandes porções de coração, responsabilidade e liberdade.
Algumas pessoas estão a perder-me devagar, devagarinho, como o copo que se enche de vinho e se quebra sem transbordar.
Não sei quantas vezes agarrei no livro e não sei as vezes sem conta que dei comigo a ler o mesmo parágrafo.