Selva de Pedra
"A cada nova manhã somos enviados à morte nesta selva de pedra em que vivemos.
Nem durante a noite estamos livres dela (morte).
Este é o destino ao qual estamos fadados.
Mas há muita vida neste percurso e somos agraciados com visões paradisíacas vez por outra.
O encanto e a beleza estão muitas vezes escondidos, assim como o ouro e o diamante inexplorados.
Existem pessoas encantadoras no nosso trajeto e da mesma forma as más (Estas não precisamos procurar muito)."
'Põe-me uma mesa, Senhor, na presença dos meus amigos (Só os verdadeiros) e nos fartaremos nela.'
Parar uns minutos no meio dessa "Selva de Pedra" para prestar atenção no canto dos pássaros que, apesar do barulho dos carros e caminhões, consegue ser alto o suficiente para se tornar único e inesquecível, parar alguns minutos para me acolher na sombra fresca das poucas árvores que ainda existem é tão calmante e rejuvenescedor.
Eu vivo em uma selva de pura pedra e aço,
Negociei meu coração com a leoa... Em troca de segurança.
Peguei meus princípios e construí um abrigo.
Minha verdade é uma lança.
Me vesti de esperança...
Vivi alerta, alma trancada mas com uma janela aberta.
Queria ver o sol, queria ver a lua...
Queria muito ver além...
A beleza da vida pura e nua...
A pedra me atingiu
O aço feriu
A leoa partiu
O abrigo sucumbiu
A lança se partiu
Esperança hoje vejo que jamais realmente existiu.
O sol afetou minha visão.
A lua não posso ver, se escondeu na escuridão.
A vida desnudou minha solidão.
A cada palavra ecoa seu nome...
Ele dança na minha mente acompanhando o compasso dos versos...
Nao ouso colocar meu nome nessa obra...
Não é minha... Ela é sua...
Então pegue e assine...
Esse nome que não sai da minha alma...
Esse que é tão simples
Francine...
Nesta selva de pedra
imposta pelo totalitarismo
de quem tem o ego frágil,
Prefiro ser verbo ágil
e deixar para lá o quê não
agrega e tampouco compensa,
porque nada na vida é definitivo
e nem mesmo é sentença,
Por isso considero levar tudo
como fosse música e dançar
como quem espera o fim do mundo.
Sou loucamente delicado e agressivo
Sou rio e sou vulcão
Sou selva de pedra e maré aberta
Sou estável e mutável
Sou contrários e contraditórios
Sou amor manso e desejo enfurecido.
E na Selva de Pedra
Há falsos brilhantes e luz escondida.
Há muitos solitários acompanhados.
Há celebração utópica de vida em sepulcros caiados.
Há corpos de estômago farto, de alma faminta.
Há juras de amor em janelas mecânicas,
e corações torturados pelo nada.
Há medo de partir e deixar tesouros perecíveis,
Mas o medo que impede é o mesmo
Que dá coragem para silenciar em morte sonhos de luta.
Há jovens velhos e velhos jovens.
Há sangue de resistência e cale-se da impunidade.
Há rios que não matam a sede;
Sua fonte é a amargura, lágrimas que levam a dor daqueles que tiveram sua alma e esperança despedaçadas.
Há nascer e renascer.
Há morrer e deixar de existir.
E na Selva de Pedra...
A selva de pedra está parecendo um deserto, onde as pessoas estão vendo miragens.
Miragem de sentimentos contraditórios, miragem de pensamentos, onde podemos nos afundar em areia movediça de falsas ilusões.
Cansaço é EXAUSTÃO de si mesma sendo, vivendo; ainda persistindo em sobreviver na Selva de pedra, sem ser devorada pelos leões algozes.
"Como pode ser tão pequena…
E ser tão forte…
Nasce nessa selva de pedra…
Onde só os grandes sobrevivem…
Aos olhos do mundo sou fraca…
Mas a divindade que habita em mim…
É maior do que qualquer um…"
Na selva de pedra
Os animais odiavam outros animais de mesma proposita
Vão esta no poder e acabar a selva
"A vida é uma selva de pedra, você tem que quebrar um leão por dia, se a 'sorte' não tiver do seu lado."
vrf14
Conto: O sequestro
Preciso ser sequestrada desta selva de pedra.
Os dias cinzentos e caóticos da cidade grande enfim estavam chegando ao fim para Kayra. A correria constante, o barulho ensurdecedor dos carros e a falta de natureza ao seu redor estavam começando a sufocá-la. Ela sentia um desejo profundo de fugir, de se desconectar de toda aquela loucura urbana e se reconectar com a natureza, com ela mesma.
Foi então que Kayra decidiu que precisava ser sequestrada. Mas não um sequestro comum, feito por criminosos ou por necessidade de resgate. Ela queria ser sequestrada por algo maior, por algo que a libertasse da selva de pedra que a envolvia. Queria ser sequestrada por um lugar de paz, de beleza e de tranquilidade.
Para isso, ela estabeleceu alguns requisitos para o seu sequestro. Queria ser levada para um lugar de natureza exuberante, com árvores centenárias, flores coloridas e aromas silvestres que enchessem seus sentidos de alegria. Queria ouvir o canto dos pássaros e o som suave das águas correntes de um rio cristalino. Queria dormir em uma rede na varanda, sentindo a brisa fresca acariciar sua pele enquanto ela se entregava aos sonhos mais doces.
Kayra queria vestir trajes simples, feitos de materiais naturais, que a conectassem com a terra e com o universo ao seu redor. Queria saborear um café da manhã com frutas colhidas no pomar, almoçar e jantar com alimentos frescos e saudáveis da horta cultivada ali mesmo. Queria se alimentar não apenas o corpo, mas também a alma, nutrindo-se da simplicidade e da pureza da natureza.
E durante as noites, Kayra queria serenatas ao luar, com canções suaves e românticas tocando em seu coração. Queria sentir o encantamento da noite, a magia do momento, e ter seus lábios beijados suavemente por quem a sequestrasse. Queria se entregar ao amor, à paixão, à beleza que só a natureza poderia proporcionar.
E assim, Kayra se viu sendo sequestrada da selva de pedra, levada para um refúgio de paz e harmonia, onde podia finalmente respirar fundo, sentir-se viva e em paz consigo mesma. Ali, entre as árvores centenárias, as flores coloridas e os rios cristalinos, ela encontrou a liberdade que tanto buscava, a felicidade que tanto almejava.
E naquele lugar mágico, Kayra descobriu que o verdadeiro sequestro não era feito por mãos criminosas, mas sim pelo desejo profundo de se entregar à natureza, de se reconectar com sua essência, de se libertar das amarras da vida urbana. Ali, ela encontrou o seu lugar de pertencimento, o seu refúgio de paz e amor, onde finalmente podia ser quem realmente era.
E assim, entre as árvores centenárias, as flores coloridas e os rios cristalinos, Kayra viveu feliz para sempre, sequestrada pela beleza e pela magia da natureza, sequestrada por sua própria vontade de ser livre. Porque, afinal, o verdadeiro sequestro é aquele que nos liberta, que nos faz sentir vivos, que nos faz amar a vida como nunca antes. Kayra encontrou seu verdadeiro sequestro, e nele encontrou a si mesma.
Minha Raridade
Sou a sombrinha na chuva fina
O feio pato que virou cisne
Na selva de pedra sou graciosa sina
Segredo salvo na pele de linho
Em cada passo nas ruas tortas
Minhas rachaduras não escondo
Veja beleza na vida que desapareceu
Minhas cicatrizes são o meu tombo
Minha raridade é minha coroa
De faço loucura minha canção
No turbilhão minha alma voa
Sou o avesso da razão normal
De olhos fechados vejo o brilho
Do meu mundo todo colorido
Na dança louca sou o trilho
De um trem desenfreado e querido
Carrego estrelas nos bolsos
Uma galáxia no meu riso doce
Raridade escondida em destroços
Transforma o pouco em ouro macio
Minha raridade é minha coroa
De faço loucura minha canção
No turbilhão minha alma voa
Sou o avesso da razão normal
Viu que tinha as garras e as presas de uma felina, vivendo
em uma selva de pedra; não era mais aquela ingênua menina...
PEDRAS E PEDRADAS
"O mundo se tornou
uma selva de pedras"
Uns às usam para ferir ou são as próprias pedradas, "Ai daqueles que os cruzem no caminho".
Outros usarão para construir degraus para subir e alcançar seus objetivos.
Os feridos fazem muralhas que causam bloqueios de defesa ou transformando-se em pedras que por sua vez darão continuidade ao círculo...
Jorgeane borges
São Paulo
Bebi vagarosamente o último gole de café enquanto olhava a garota da mesa ao lado, após um longo tempo decidi sair, aquela fria garoa cortava a carne de meu rosto feito navalha, insultava à todos que fugiam em busca de abrigo...
Lá fora a metrópole pulsava, com seus muros gritando obscenidades, conforme eu caminhava junto a marginal sentia o pútrido odor do rio, não pude deixar de pensar que toda aquela sujeira é um pouco de todos nós...
Todos somos um pouco loucos e inocentes, decadentes e gloriosos...
estamos presos nessa metrópole artificial mecanizada pulsando alucinadamente. Enquanto eu passava, os observava ali parados, absolutamente nada a perder na selva de pedra... vejo neles um pouco de mim...
Formas e retalhos de quem um dia foi alguém, alguém com família e amigos. Tínhamos algo em comum, um dia todos fomos crianças, tínhamos sonhos e se não fosse uma mulher que muito me amou eu talvez também estivesse ali entre eles, seria mais um.