Sede
Pensamento líquido que se infiltra no cimento. Ouro? É água que mata sede no deserto. Sabedoria? Por que o negativo precisa existir pra que eu possasorrir? O caos tem que existir pra que eu viva em paz. Sempre vivi no pecado. Escrevo pra mudar o que me impede de tentar; escrevo pra curar angústia da existência sem propósito, vou além do óbvio, dou sentido pro ócio. Vou aproveitar meu tempo livre pra trabalhar pra Deus.
Sapienciais 1:3
Eis que permito que você esteja entre os leões; portanto, sede sábios diante dos lobos, pois entre eles há morte e impiedade.
AQUELE QUERER
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tenho fome das fomes que já tive,
minha sede de antes me dá sede,
pois a rede repousa o corpo inerte,
mas me cansa o sossego indefinido...
Sinto falta de abismos e vertigens,
muita falta das faltas que não sinto,
minto a esmo verdades inventadas
sobre como alcancei a minha paz...
Quero aquele querer sem tino e prumo,
retomar incertezas do passado
para mais uma vez não ter futuro...
Meu escuro e meus saltos desmedidos,
minhas cismas e o velho desconforto;
este porto seguro é fim de linha...
Não cabe a palavra Amor no que já se tornou banal e cotidiano. Amor é descoberta, vivência, sede de novos e imensos horizontes. Simplesmente não dá para prender o Amor em um vidro de conserva.
Os Homens do lixo e os da Fome
Por: amauri valim
De fome ou de sede são todos vítimas da ignorância e dos
poderes dos soberbos; povoam os pátios, tanto quanto os
próprios lixos. Assim como os ratos as moscas por poder
de sobrevivência.
Os lixos que saciam a sede e a fome desses seres vêm
dos grandes pátios dos poderes políticos, dos anciões soberbos
vestidos de homens. Para os homens de poder de influência “lixo é lixo”,
restam aos homens de ignorância cultivada os lixos como alimentos.
A voracidade da fome dos homens não distingue o paladar nem o torna
rejeitável esse lixo como alimento; pois suas necessidades são superadas
e saciadas. Por Deus! O que se pode esperar do bicho homem?
O homem prostra-se diante dos altares da salvação por fome e sede,
mas, o que o homem pode esperar de Deus? São os homens as vítimas
dos víeis das etnias, dos poderes das políticas e dos anciões.
Salvem-se deles! Se puderem.
Mesmo sendo os lixos, alimentam estômagos e cérebros,
o estupefazem na fé e na esperança por um novo lixo no próximo dia.
correr na rua
embaixo da chuva
molhar o deserto da alma
tirar a secura da boca
matar a sede de ser feliz
e tirar o gosto amargo
que acompanha nossos dias.
estou no deserto
e não vejo nada por perto
não consigo mais andar
a sede veio me buscar.
estou no calor
sentindo enorme dor
aqui no coração
fico olhando a imensidão.
estou aqui deitado
permaneço calado
não bebi, quebrei a taça
nesse sono me abraça.
A mente, assim como o corpo, só se fortalece no desconforto. Procure-o, vá atrás dele. A mente sedentária, como o corpo sedentário, adoece. Saia da zona de conforto. Exercite-a fora dela. A mente também precisa levantar peso, correr trilha,correr na orla,nadar no mar.
INTENÇÃO
Naquele sentido pensativo e abandonado
Onde trago devaneios tão cheios de sede
instantes de tédio, enquanto se despede
o pôr do sol, só tenho, saudades ao lado
Com o pensamento num canto da parede
Crio ilusões, entrançadas tal um bordado
No silêncio do anoitecer por cá no cerrado
Ó tormento lavrado, que emoções impede
Dá-me um soneto cheio de cor e quimera
Junto, entre flores, arrebatado sentimento
Em um cenário de sentimental primavera
E, ainda carregado, não sensação pouca
Se o suspiro leva, que seja um momento
Quero poética que rime com beijo na boca
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 julho de 2023, 19’31” - cerrado goiano
AGORA EU QUERO IR (soneto)
A minha saudade tem saudade de crê
Me planejei, me desmoronei no sedento
Nas verdades não fui inteiro a contento
E no querer o todo, metade teve porquê
Experimentei descanso e, labuta à mercê
Confiei no silêncio, me encaixei no lamento
Precipitei no ir e na volta, foi ensinamento
Me desmanchei nos sorrisos em comitê
E na busca de me reconhecer, descanso
Afinal, as trilhas não são de vento manso
Porém, ao me refazer despertei com a dor
Se agitado ou imoto me equilibrei no balanço
Da quimera, pois sempre nos resta tal ranço
De jugo. Agora quero ir e, apreender o amor.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 26 de março
Cerrado goiano
SECURA SEQUIOSA
Sequiosa a secura, como é frágua
o chão ressequido árido secou
Posso ter sede de mais água
mas do craquelado, o cerrado eu sou
E na cremação dos meus versos
saudades, magia e seca maresia
Rimando no cerrado, diversos:
O abrandar da noite, a azia do dia...
Fria está sequidão, ardida e fria!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2016
Cerrado goiano
Nos teus lábios é onde eu sacio minha sede e se alguém me beijasse, tudo que saborearia é o sabor dos teus beijos.
Sou curiosa, aprendiz, grata por tudo aquilo que se apresenta claro.
Mas tenho sede pelas sutilezas que se apresentam nas sombras, pelos segredos que só os olhos inquietos ousam sondar e por aquilo que exige silêncio e alma para ser compreendido.
Sou uma boa leitora de entrelinhas e, mais do que isso, sou uma boa aluna da vida.
E, assim, na escola onde você é aprendiz, eu sou a mestra!
A razão, se contra põem a emoção quando sede as pressões das vida. Mas as emoções quando lúcidas, e saudáveis superam as tribulações da vida, e nos fazem compreender que sem elas, a vida já não terá mais vida...
A pior realidade de sofrimento para um ser humano, não é passar fome, sede, passar por prisões e perseguições. Mas sim, ser completamente esquecido por Deus, e estar separado Dele na eternidade para sempre no inferno.
A fonte da espiritualidade é inesgotável, quanto mais se bebe mais sede tem, é eterno aquele que a encontra e insaciável aquele que a prova