Seco
LIBERTE-SE
Os últimos resquícios de luz solar se tornaram memórias
Um vento seco deixava beijos ásperos na minha pele sussurrando pesos e histórias
Nuvens escuras se reuniam pesando o azul escuro do firmamento
O mundo se recolhia em cândida letargia e inócuo lamento
As paredes enquadravam um mundo de sentimentos que já não me cabia
Os móveis cantavam em tons roucos que eu não me permitia
Eram marcas de eras douradas que a ferrugem corroeu
Melodias encantadas de um sonho que a realidade varreu
O silêncio gritava como testemunha pungente de todas as risadas que ouviu
A quietude tinha o gosto de beijos e cheirava como cada gota de perfume que caiu
Tudo e nada se envolviam em um mundo amorfo e sinfônico
Cantado por um casal de desconhecido em um tom anacrônico
Em meio a balbúrdia ouvi um riso que não fazia parte daquele final
Procurei sua fonte, incerto de querer descobrir, e cheguei a um estranho vitral
Havia luzes amareladas forçando entrada e lançando luz no meu chão
Caminhei penosamente mas cheguei até lá e tive a mais bela surpresa, o mundo ainda brilhava ao alcance da minha mão
Não queriam me deixar, me prendiam em fios ásperos de memórias e sonhos que não vão mais servir
Mas eu deveria partir, em algum momento todos devemos ir
As ruas estavam iluminadas e uma música qualquer soava por uma janela aberta
Caminhei, corri, voei sem me preocupar com rumo ou direção certa
Não era um lugar qualquer, era meu mundo de trilhas enlameadas e preciosas escolhas
E não era apenas uma vida, era minha vida que brilhava no redemoinho daquelas pálidas folhas
Era eu como queria e escolhia ser enquanto dançava e chorava sob o sol nascente
Eu era passado, futuro, amores e dores, a essência de tudo cozido no coração de uma estrela cadente.
"Era uma vez no Nordeste..."
Ah Nordeste! Nordeste sofrido, seco, agreste, mas de um povo sisudo, valente e destemido! E com muitas histórias! Dentre essas, podemos citar a história de um ser, que apesar de ser considerado dócil, é muito destemido, valente e arrojado. Para ele não tem ninguém acima, abaixo nem se fale! Passa por cima de tudo, leva tudo a peito. Não ouve, não obedece a ninguém, não dá atenção, mas quer toda atenção do mundo! E a sua portentosa presença!... Ah todos temem! E quem aparece em sua frente, ele subjuga! Enquanto penso em escrever estas linhas, ele já rompeu a tela de uma barreira e está tentando comer minhas galinhas! Ah Nordeste! Nordeste sofrido! Onde a lei que impera é a lei do salve-se quem puder! E olhe que esse inusitado, metido a arrogante, não é Texano e não vive no Oeste Americano! Ele tem nome. E o seu nome é Bilbo. É um cão!!!!. Ah Nordeste! Nordeste sofrido!.
Amizades...
"O relógio do tempo não espera, lá fora nuvens se formam, o mato fica seco, tudo se mostra passageiro, tudo se transforma.
São poucos os momentos que valem a pena ser apreciados, que merecem ser registrados dentro da máquina fotográfica do coração.
São aqueles momentos onde nos perdemos nos sorrisos bobos, nos afagos da pessoa amada, no contar de segredos guardados nos lábios, na risada do café que caiu e queimou a mão…
Poucas são as pessoas que carregamos de verdade no peito e são raras as que não nos levam como fardo, as que seguram firme nossas mãos, para não nos deixar partir.
O tempo passa rápido e como mais um clichê não damos importância.
Deixamos de olhar nos olhos de quem nos olha, de beijar na boca de quem nos gosta, de dançar na chuva e rolar na grama.
Deixamos porque achamos que o tempo dá voltas e sempre retorna. Mas ele segue seu fluxo no sentido horário e suas 24h horas nunca recomeçam no mesmo lugar.
Então para esta noite o que desejo é que aproveitem os últimos minutos desta única 24h, que olhem pro lado e se apeguem de verdade a quem sempre esteve aí, de mãos dadas com você."
Visão!
Como pode o ser humano
ter por dentro a alma vaga
gesto seco, bruto, insano
desse mal que se propaga
com Jesus não tem engano
todo ato desumano
aqui se faz, aqui se paga.
O Ciclo da vida.
Um pingo,
que encharca no seco chão e faz brotar um ramo,
do ramo um botão de flor, pequeno, amarelo sol.
No ar,
uma borboleta azul, leve e solta pousa, germina e vai...
Quando retorna,
o botão abriu,
o néctar alimenta a borboleta
e a flor se alimenta ao sol.
O ciclo reinicia
com mais um pingo
que cai e encharca o seco solo e a borboleta vai.
Rivaldo Barros.(2/4/21).
A chuva ao cair
Toca o meu telhado
(De vidro)
Toca a janela da minh'alma
Toca o meu (seco) coração
Toca-me com profunda emoção
Toca uma doce melodia
Aos meus ouvidos
Toca-me os pés rachados
E as sujas mãos
Toca-me os cabelos desgrenhados
Toca-me a pele arrepiada
E a face (des)corada
Toca o meu ser "pequeno"
E ressecado pela ação do tempo
E do vento que passou
Antes da chuva fluir normalmente
O seu curso final
E meus olhos ficaram úmidos!!!
Fernanda de Paula
Instagram: fernanda.depaula.56679
Novo Instagram: mentepoetica2020
Secas folhas de caderno
sessadas pelo árduo
e vil das amarras
do seco espaço-tempo
nas lembranças
nem chuva ou lamento
faz calar os murmúrios
do verão.
Secas folhas que estralam
pelo tempo não são falas que levadas pelo vento
o que o poeta riscou na estação.
O meu amor é vago
Louco e desumano
Frio, tosco e insano
É amargo, vil, seco e imprudente
Insensato, medíocre, rude e doente
É cretino, vadio, estúpido e cruel
Se alojou em meu peito
Foi embora, e nem pagou
o aluguel.
ME SENTINDO
Me sinto um céu fechado na escuridão fria e nebulosa...
Um rio seco se partindo no calor do grande sol...
lagrimas estou sentindo caindo ao chão...
Estou me sentindo as folhas secas levadas pelo vento sem rumo no destino...
Tristeza e choro nos olhos de uma criança que não tem ideia do mundo...
Estou me sentindo...só,
estou me sentindo...
Um desconhecido no meio de quem me conhece...
me sinto uma alma vagando no tempo perdido...
olhos abatidos em lágrimas, os sonhos desistido das pessoas e os pesadelos realizado pelo mal...
Me sinto caído, fraco, abatido, tipo flor se desfazendo em pedaços pelo solo seco...tipo lagarta ao casulo sendo falha na metamorfose da vida me sinto, sinto eu.
Outro quarto de hotel
outras cortinas. outra garrafa vazia de vinho seco.
o sol batia no meu rosto
me recusei a sair da cama
dormi por mais uma hora.
outros braços me envolviam.
uma outra mulher
seu batom vermelho borrou minha camisa branca
mas eu gostava das marcas que elas deixavam
raramente eu fazia questão de lavar minha roupa.
o cheiro que elas deixavam em mim.
o carinho que faziam no meu cabelo
gostava da forma como me enganavam
mulheres.
tão doces.
acordei sozinho naquele quarto
ela havia partido e eu nem percebi.
vi que ainda tinha vinho e cigarros
não estava completamente sozinho.
enquanto se tem isso o homem pode viver.
peguei as chaves do meu ford-T
paguei a hospedagem. saí.
não queria terminar por aqui
era um longo caminho de volta
mas de volta para onde?
outro desgraçado domingo.
voltei pro bar.
uma mulher se aproximou. K.
era assim que ela gostava de ser chamada.
Kristen, volte para cama.
talvez eu só não quisesse sair daquele quarto sozinho outra vez.
A GOTA 02 (poesia)
A gota
Que cai
Dum galho
Tão seco
Da árvore
No lago
Que espelha
A lua
Que flutua
No céu
De estrelas...
Nunca aceito que o seco ou o raso tirem de mim o que sei que deve ser. Até porque a cura para tudo é sempre se molhar: no suor, nas lágrimas ou nos mergulhos.
OLHOS FECHADOS!
O nordestino sofre tanto
com seca, fome e pobreza
um pote seco no canto
um prato vazio lá na mesa
e o preconceito no entanto
não sabe a dor desse pranto
e zomba na nossa tristeza.
O Reencontro
A minha vontade era de te abraçar e não soltar mais
Engolir a seco e deixar pra lá tudo que ficou pra trás
A saudade não acaba quando se gosta de alguém
A saudade sente fome também
É prazeroso admirar o teu rosto
Ele me acalma me faz sentir o melhor dos gostos
Entre vários versos escritos daqui
E esquecidos dali
O melhor neles é que levam a saudade de você Dindi.
Cavalo primata que não cansa,
Criança na corcova descansa,
Galho seco que não despedaça,
Maritaca que na ponta canta,
Não se permita abraçar a TOLERÂNCIA e sentir-se satisfeito, pois ela é um poço quase seco, com apenas um palmo de água, escuro, profundo e que poucos dele escapam. É o refúgio da incompreensão, disfarçando o nojo com um sorriso morno, travestida para agradar. Compreenda, não tolere...
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