Seca
Becos do Cerrado
Becos do meu cerrado
Amo a tua melancolia, seca e tortuosa
Teus ipês breves. Teu devaneio encantado
De recantos de chão árido, e flora andrajosa
Teu cascalho roliço, céu cinza e enfumaçado
Deixando a alma da gente, comovida e chorosa
Do pôr do sol nos tordos galhos, luzidio, encarnado
Amo o silencioso horizonte, cheios de tal quimera
Que em polmes dourados e os olhos cheios d’água
Suspiram em poemas de rogo, tal a rudeza, quisera
O vento, em açoites nos buritis, aturando a frágua
Nas frinchas de suas folhas, e que ali então esmera
Que se defende, peleja, viceja e na imensidão vivace
Desenhando o sertão do planalto de intrigante biosfera
Como se a todos nós um canto de resistência declamasse.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de março de 2020 – Cerrado goiano
paráfrase Cora Coralina
Folhagem
Cai a folha seca depois da chuva,
mancha o chão de sua dor,
não mais serve a folha,
somente forra o tempo da vida.
Cai a folha seca da estação,
parece que seca a vida.
Morre o tempo de florir,
perde-se o fio da esperança.
Mas nessa imensa vida,
é luz o seu olhar
que, no meu tempo,
é vida sem fim.
Não morre jamais a folha do amor,
das folhas, os frutos...
Onde vive a vida, vive o amor,
o amor sem fim.
É impressionantemente como a vida dá voltas. Onde antes era terra seca e árida.
Hoje floresce os girassóis
🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻
Eu superei a obesidade mórbida deixando pra trás 46 quilos e vencendo um câncer. Não foi, não é e nem nunca será fácil mas acredito que desistir, abandonar-se e não lutar não é escolha e nem deveria ser opção pra ninguém.
Portanto levante todos os dias agradeça a Deus por estar vivo e vista sua armadura e vá lutar você tem uma guerra pra vencer e sonhos pra realizar.
Se não for capaz sozinho peça ajuda as guerras são vencidos por exércitos.
Conte comigo!
Estarei contigo nas trincheiras se você quiser. Meu desejo e oração pra sua vida neste dia é para que Deus faça de você um Grande Vencedor!
Um realizador de sonhos!
É isso que eu quero pra vida. Ser uma realizadora de sonhos.
Esperança do nordestino
Como é difícil abandonar sua terra
A seca é cruel e não espera
Em busca de uma vida melhor todos almejam
Arrumar o sustento para aqueles que ficaram
A viagem para o sudeste é muito cansativa
Longa, num pau de arara e cheia de expectativa
De conseguir trabalho nesse lugar desconhecido
Para um nordestino longe de casa e esquecido
Muitos não conseguem voltar
Se viram como podem nesse novo lugar
Na esperança de um dia poder retornar
Para seu nordeste querido que um dia foi seu lar
Quando menos se espera, anos se passaram
Apenas lembranças e saudades restaram
Sotaques e costumes desapareceram
Filhos e novas famílias apareceram
E assim encontraram seu novo lar no sudeste
Deixando para trás as dificuldades do nordeste
Com um sonho distante de mudar de vida
Sem esquecer das raízes de sua terra querida
Frágeis.
Antes..!
Eu era frágil...
Era como folha seca....
Que ao pisar....
Se triturava em pedaços....
Pensei que era um simples copo de vidro....
Que ao cair no châo....
Em caquinhos se desfazia....
Ou até uma porcelana....
Que se quebra facilmente......
Qualquer palavrinha.....
Me machucava.....
Possou o tempo.....
A maturidade chegou.....
E ela.....
Veio acompanhada de uma lâmina de aço....
E ao esperimentar-la
Vi que posso cortar tudo aquilo que possa me ferir...
Homem da alma blindada.....?
Não...!
Todo dia é dia...
Somos frágeis sim...
Mas devemos suportar as dores que vem...
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa
Meu sentir após a infecção por covid…
Após tal três meses por mim passaram;
Mas a tosse seca ainda em mim ficou;
Mas graças a tal, meus pulmões limpou!!!
De muitos dos lixos que em mim entraram.
Importou foi passar-me: o faltar de ar;
Tal como os distúrbios intestinais;
Ao fim de passado um mês ou mais;
Embora ainda a mim fuja o paladar!
Tem-me também fugido o bom olfacto;
O que me leva a vestígios sentir;
Mesmo passado o tempo que passou!...
Daí saber que dela em mim ficou;
Gravado este vírus nesse fluir;
Que por muita sorte venci de facto.
Porque no prazo de nove meses [apesar de “muito” cuidado] já
fui infectado duas vezes, tal como já em anos anteriores venci duas pneumonias sem internamento hospitalar (embora bem medicado e muito bem cuidado) digo: nada de pânico, pois, ele veio para em nós ficar; mas só nos matará se com uma possível febre nos desleixarmos. Logo, se a tal (febre) em ti sentires e após toma de antipirético (paracetamol) verificares que a mesma não baixou, contacta os serviços de saúde e/ou dirige-te imediatamente para o hospital, pois a mesma (neste caso de infecção pela covid) quando aliada a falta de ar poderá significar que em pneumonia para a ti matar, se encontra a transformar.
O sertão parece ser tão calmo,
Até o anúncio da irrigação,
O solo se torna alvo,
Na seca se encontra o pão.
SEM DÓ!
Na seca o gado morre.
A chuva nem dá sinal.
A fé é quem socorre.
O verde do matagal.
Até que o sangue jorre.
O sertanejo não corre.
Da sua terra natal.
Somos folha seca que cai da árvore e que será consumida pela terra. Cada um de nós é semelhante ao vento, que chega e vai sem avisar. Somos nada no meio do nada. Um dia tudo passa, tudo acaba.... Nada dura para sempre...E a nossa vida ? Vaidade das vaidades, já dizia o Grande Rei.
Atila Negri
O que seca as relações é a busca. A busca por respostas ou qual parte está disposta. A busca fastidiosa por afirmação e reciprocidade. A inquietude se está gostando demais ou se gostam de menos. A busca infindável no outro por aquilo que não é cultivado primeiro em si mesmo.
O que sentir?
É normal sentir-se vazia?
Oca?
Seca?
Tento chorar, mas não consigo
É ai que eu percebo que até as lágrimas me abandonaram
Nem elas mais aguentam ser gastas com tanta angústia, dor e sofrimento
Agora só sinto o vazio
Apenas o vazio.
Cerrado goiano
Canta o vento na folha seca
Dos galhos ásperos e tortuosos
A flora chora por uma trégua
Craquelado em uivos dolorosos
É o arqueado doce seco cerrado
De campos densos e preciosos
Chão goiano irregular e sulcado
Povo alado, de serena alma a trovar
Este cerrado abarroado, elevado
Que o desencanto encanta o poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/03/2016, 18'50" – Cerrado goiano
AOS POETAS
Na seca terra do meu jardim
plantei sementes de variadas cores.
Reguei e cuidei e hoje vivo assim:
no meio de tantas e belas flores.
"Vale a pena a tentativa de cultivar até a mais seca das terras. Se fores capaz de fazer uma única semente germinar na terra árida, terás nesse dia encontrado o sentido de acreditar na sua própria determinação"
"O vento seca os trapos e as lágrimas ...seca tudo sem fazer distinção ...seca os trapos e seca as lágrimas, que são os trapos do coração"