Seca
O quadro nu na parede seca
faz sala na rosa sobre a mesa.
Copos vazios de meias palavras enfeita
cinzeiros cheios em meio a madrugada.
E aos olhos do olho da nuca cega,
a verdade na retina da palavra certa
faz companhia à lua, majestade daquela noite.
Em silêncio,eu ouvia seu desabafo.
Sentia a garganta seca
e meus olhos em seu
semblante parado!
Então eu só conseguia entender que entre nós estava tudo acabado.
Minhas mãos suavam frias,
suor escorria gelado e o que dizer do meu pobre coração acelerado...
Depois de um tempo com os olhos ainda lacrimejados e percebendo meu mal estar se levantou,foi até a cozinha voltando com uma xícara esfumegante em mãos.
Na situação lastimável em que me encontrava,sei que mal
poderia ficar pé!
Que sofrimento o meu!!!
Sentindo o aroma delicioso em minhas narinas,tomei um gole saboreando
Cada momento,me sentindo bem,
restaurado e cheio de fé!
E ela já sentada esperava ansiosa
Que eu dissesse algo.
Olhei-a sorrindo e disse;
Finalmente um café!
A folha no seu percurso natural seca e cai no chão,mas as vezes há um imprevisto e as folhas verdes também se desprendem.
ESPERA!
A seca tudo devora
não deixa a gente plantar
a chuva passa e demora
só cai em outro lugar
quem deixa a terra que mora
é todo dia que chora
pedindo a Deus pra voltar.
Seca, a figueira supunha que em data alguma viriam lhe visitar.
Nem era a estação de seus frutos.
Como arbusto, orgulhava-se ao vento por suas madeixas.
Um galileu faminto moveu-se até ela;
inquiriu-lhe dos frutos.
Sorriu matreira, se esquivou e silenciosa manteve-se.
No âmago, a fome não o deteve.
Saiu-lhe em palavras lançadas ao vento.
Cobriu suas folhas, desceu pelos ramos,
percorreu até o solo, achando suas raízes.
Raízes são a boca das plantas.
Ali, pôde o misterioso homem devolver-lhe a fome.
Ele segue; e ela, seca, testemunha o mal que é fingir-se alimento diante da fome de alguém.
Guerreiros
A poeira que levanta da terra amarga,
tão seca quanto as árvores retorcidas que alí vivem.
As nuvens vazias que atraem a esperança.
As lágrimas que inundam os olhos tristes,
daqueles que na terra esperam ver a vida renascer.
A caminhada exaustiva na busca pela vida,
onde o sol não perdoa, castiga.
A fé que os rege e que os guia.
A força e a coragem que os faz seguir em frente.
O sorriso alegre que esconde as marcas da vida,
as marcas de quem lutou, de quem acreditou.
São marcas de guerreiros,
guerreiros nordestinos.
Visto cara de coruja afoita
seca por beber de noite
versos noturnos de canudinho
nos períodos diurnos
Sô passarinho adormecido.
Até uma folha seca quando se desprende,Deus Tem determinado o seu tempo.Então é sábio não duvidar do poder de Deus.
Seca e cortante, é como as foices do sentir me sondam,
Não há mal no amar, não há mal no viver.
É preciso ter força para se sobressair
mas é preciso sanidade para não se perder.
Quem disse que aquelas pernas irão me enganar mais uma vez?
Meditando o sossego da existência
é a única utopia que ando alimentando.
Ora, vês! quem diria, logo esse mar de sensibilidade que fui.
Ora, vês! eu diria, sou por mim o sentimento mais inconstante, amanhã direi que de nada disso sabia.
Cedo ou tarde, cai a seda sobre o rosto, o olhar se contrai e os punhos se fecham. A boca seca, o desejo e uma humanidade. Escolhas e espinhos, sangue e justiça? Aquele homem morreu por nós. O vento está frio essa noite.
Pois derramarei água na terra sedenta, e torrentes na terra seca; derramarei meu Espírito sobre sua prole, e minha bênção sobre seus descendentes.
Eles brotarão como relva nova, como salgueiros junto a regatos.
Isaías 44:3,4
Seca
A folha secou, a árvore murchou
o sol se pôs e o inverno chegou.
Lembranças inundam uma mente senil,
que dentro de alguns instantes
também as apagará.
Grito. Alguém ouve?
Você está bem. Logo supera.
A vida se supera, mas não reina.
Queima, mas apaga
com a enxurrada que vem com as lágrimas.
Onde estou? Para onde vou?
Caminho e não vejo fim.
Paro, respiro. Existo?
Nem sei para que
tampouco porque.
Sigo para onde não vejo.
Fico, pois o medo estagna.
A árvore já não balança,
fruto não deu.
Está podre por dentro. Seca viveu.
O clima está alterado,e o sertão de seca e sol,como nunca:Tem lugares com pessoas desabrigadas pelas fortes chuvas.Planeta terra.
O MEU SILÊNCIO
O meu silêncio grita de dor
Seca ferozmente a minha voz
Nada ficou deste poema já seco
Agora vivo afogada de lágrimas
Pois tu deixaste tanto em mim
E as palavras já não têm sentido
Nas letras que tiveram vida em mim
É um desassossego, é tecer no escuro
Nos desabafos entre as páginas soltas
De um velho livro, num poema para ti
No desejo forte de me encontrar
Nos teus braços, perto do teu coração.
VORAZ.
O nordeste ainda chora
pela seca que consome
fere mais que a espora
da palma que ele come
entre a dor e a devora
a esperança é a escora
que alimenta a sua fome.
Mal sabe o tempo no estio,
quando a seca em tudo avança,
que em minha alma corre um rio
que eu batizei de "Esperança"!!
Os pingos da chuva são músicas
A terra seca festeja
Fica alegre, esbanjando beleza
Dando frutos de presente
Obrigada natureza.