Se Fosse eu
Se eu fosse tú,
E tú fosse eu,
Eu era tú é tú era eu
Mas como tú é tú é eu sou eu
Eu amo tú é tú amo eu.
E se um poeta eu fosse?
Eu diria com explendor e magia
o amor que me contagia
esse seu beijo molhado
Eu diria mil vezes, as vezes
que me pus a pensar, em algo falar
sobre seu sorriso gostoso
Mas poeta não sou
vou me conformar em apenas olhar e beijar
sem nada dizer
Porém se deixar eu pintar
vou exemplificar
o que sinto aqui dentro.
você vai admirar sem nada falar
ou definir o q sente
Se fosse eu a mulher que tu ama e vive, hoje chegaria nos teus ouvidos, colaria nos teus olhos, grudaria no teu corpo e diria: deixa tudo pra lá e vamos deixar rolar as ondas nos nossos corpos, a areia em nossas peles, a brisa em nossos cabelos...a música no ar, o vinho na taça, o perfume no vento. Vamos amar, amar, amar, amar, amar...até que não sejamos mais dois. Um só somente, sós !
Deixaria teus cabelos desarrumados, roubaria a tristeza do teu olhar, levaria tuas mãos em meu corpo, te jogaria no mato...e loucamente te amaria...até ouvir o teu cansaço, sentir o teu gemido, te descansar em mim. Depois de tudo isso, nos intrigaríamos com um apaixonante e infinito abraço !
Vamos nos intrigar ?
Sempre que adiciono Música aos meus dias mais nublados, sinto como se não fosse eu que a ouvisse, mas como se ela pudesse me ouvir. Sinto-me bem acompanhada.
EPÍSTOLA APOCALÍPTICA SOBRE ESSA BOLHA DE OCEANOS
Não fosse eu um corpo etéreo, um alien grafite,
Na nebulosa; labirinto intracelular cósmico,
Um vírus, um bacilo no azul marinho gasoso
Da inviável via láctea, efêmera vaidade,
Desfilando colar de constelações
E jogando poeira de estrelas nos nossos bolsos...
O terror cósmico dessa solidão intergalática,
Trazendo auroras boreais
De tempestades solar apocalípticas...
Rebelde sagitário se dilui na acidez sideral
E júpiter se avoluma em gases, aqui no meu quintal...
Atormenta-me a fobia de te ver na esquina,
pefil frágil e andrógino,
Túnica lilás, bastão incandescente e cabelos de ouro,
Cantando “chuva púrpura” profetizando um armagedom,
Fazendo-me imaginar,
Praga, New York e Belford Roxo, roxas de melancolia
Solidão e medo da alcaida,
E possíveis ataques norte-coreanos...
Mas não é isso que me leva a consultar
O zodíaco e previsões climáticas,
Que me fazem supor catástrofes e cataclismas
Sobre a caatinga esparsa e escaldante
De Jericoacoara e quixeramobim...
Se eu não fosse essa lua de insegurança,
E assimilasse ensinamentos de epístolas, salmos
E o sermão da montanha...
Mas sou apenas um cervo feérico, numa floresta primitiva,
Contemplando estrelas sob a noite eterna
Há mil anos luz de um dinossauro,
Tentando entender a ternura débil e insana de um t-rex
Estudando a sua caça e farejando sangue
Percebo que o que me sustenta sobre esta esfera,
Sobre esta bolha de oceanos,
Que viaja trágica e inconsequente,
Entre meteoros, meteoritos e cometas reluzentes,
Na harmonia do sistema planetário
E no descompasso de moléculas de hidrogênio e oxigênio
Realizando o milagre da vida...
Ainda é essa eterna e inexplicável força estranha...
É que tua vida não tem sentido. E por meses, eu quis que o sentido da tua vida fosse eu. Ou nós. E como isso não aconteceu, me tornei frustrada. Frustrada por achar que a culpa toda foi minha. Só que hoje, eu percebi que eu não devo me culpar por tudo. E tentei te mostrar que você também não deve se culpar por achar que tua vida é vazia. Quero que saiba que tentei. E não me arrependo de ter tentado. Porque eu não deixei te amar e querer que você seja feliz.
Marejo...
como se do tempo ainda fosse...
eu uma menina...
dos olhos teus...
escoando...
na orla do infinito...
porque sempre seremos...
[a]mar.
[poesias secretas em Maresia - ago/2014]
O eu - objeto
Qual a objetividade dos objetos?
Para que são feitos?
Se fosse eu um, notável seria?
Não sei... mas seria eu um reflexo do meu modo de pensar ou as pessoas me veriam como elas quisessem?
E se eu fosse um objeto? Talvez eu fosse um lápis, acordando com a minha vontade de mudar a minha própria história.
Ou talvez uma borracha? Se você me ver como uma pessoa que finda, sem a sua aceitação?
Acredito que talvez eu nada seria, como um vácuo... mas o que é o vácuo?
É diretamente importante o que eu faço aqui? E se for para mim, é para a pessoa ao meu lado?
Seria o objeto eu ou o próprio sendo observado?
Talvez eu fosse um dinheiro, mas bem pouco, como pagamento pela minha alta ambição, mas dinheiro em objeto, tocável, palpável...
E se fosse para ser o objeto que eu quisesse ser?
Escolheria ser um livro-objeto, não para que mostrasse outras histórias, mas para que lessem a minha, a história de um grande bobo que já pensou em ser um homem-objeto.
"Se eu não fosse 'eu' o que eu seria? Será que as minhas verdades seriam mesmo verdades ou apenas percepção daquilo que sou?"
Se você fosse eu e eu fosse você, será que você encontraria tantos defeitos em mim?
Será que eu me incomodaria com suas criticas?
Felizmente eu sou eu, e você é você!
Estou chorando enquanto caço
Na fumaça, podem me ouvir chegando
Se você fosse eu e eu fosse você
Eu sairia do meu caminho