Rua
Sem perceber
sou o próprio Mamulengo,
sou que nem Babau
com o bloco na rua
com a minha cara de pau
para mostrar o quê
eu quero é porque
você também está querendo.
O ritmo das botijas
antigas é escutado
por quem passa pela rua,
Estás sob o meu perigo,
não fazes ideia do gingado.
Estou aqui pedindo por um Natal de paz. Um Natal no qual as pessoas não estejam na rua sem ter onde dormir ou o que comer. Um Natal no qual tenhamos a paz que precisamos e que as pessoas não sintam inveja de nós pelos nossos esforços, mas que aprendam a ser bons no que invejam os outros e se esforcem pra isso. Estou aqui em oração constante pelos livramentos de Deus contra os males enviados e desejados, sei que Deus tudo pode e quem faz o mal não entende porque não caímos ainda. Sabe, Deus não dorme. E é a Ele que me curvo e me entrego em prece, a mim e aos meus. Por isso, estou aqui pedindo um Natal de curas, cura para a alma de quem vive nas sombras e pratica o mal e para quem passa por dores, mas busca a Deus e procura ser melhor a cada dia sem passar por cima de ninguém. Desejo um Natal no qual as pessoas se respeitem e pratiquem a caridade. E no qual o senhor Jesus seja a maior inspiração. Estou aqui pedindo por um Natal de bênçãos para mim e para vocês. Que seja um Natal positivamente diferente e que nos surpreenda de alguma forma que nos deixe muito felizes.
Josy Maria
Aos que me perguntam: "O que tem na sua rua?"
A minha rua tem mata de um lado e do outro, muita lama no inverno e poeira no verão. Mas há um agravante, dá acesso ao lugar onde me escondo, lugar esse, bem arborizado, ventilado, ar fresco, livre da poluição sonora, amplo, onde as crianças brincam de bola, bicicleta, pega-pega, pique-esconde, soltam pipa e por aí vai, sem medo e sem interromperem a brincadeira esperando um carro ou moto passar. Nesse lugar tem algo mais grave ainda, podemos subir nas árvores, comer o fruto direto do pé, nadar no riacho, ver o dourado do nascer do sol refletido nas gotículas de água nas folhas, sentindo aquele cheirinho do brejo, lugar onde a lua parece se tornar mais brilhante e o céu mais iluminado.
É, a minha rua é assim, tem todos esses agravantes!
Hoje ao passar numa rua vi uma moça com uma criança bem novinha nos braços. Eu disse a mim mesma que um dia eu também tive um filho assim em meus braços. Essa saudade mareou meus olhos.
Eu me abro imensamente
- só para você -
A rua é testemunha abaixo
A vontade morro acima
Faço uma obra prima
Para não sair da tua mente.
Essas distâncias
- não separam -
Os nossos corações
E as nossas mentes.
Eu me mostro carinhosamente
- só para você -
Em cores alegres
Em versos serenos
Faço tudo para te ter
- eternamente -
Com arte e perfumes
- amorosamente -
Para refrescar e te aquecer
- sensualmente -
Nas asas da minha plenitude
- amiúde -
Na minha pele com solicitude.
A rua de paralelepípedo
- acarinhada,
Essa antiga rua percorrida,
Pelos teus passos
- apaixonada,
É noite, mas em ti é dia;
Respiras o verso,
e exala toda a poesia.
Vês nas casas antigas,
- mil alegrias,
Escutas as conversas,
que não foram ouvidas,
Porque és pessoa mediúnica,
Trazes contigo essa sina,
Quem te conhece,
Não questiona, e nem duvida.
A busca eterna por um amor,
que alucina,
E por algo que te comova,
e te impulsione;
Além das brumas que te escondem,
Os vestígios foram deixados ali,
Ao pé da montanha como oferenda.
Não te surpreenda,
e não te repreendas:
A fé no amor toma forma,
vai à tona certeira,
A forma que não a forma dela:
a forma de todo o amor...
Não desista da vida,
aos poucos ela vai dando a pista.
A liberdade de expressão existe,
Alegre, muda, falante ou triste;
Ela é como uma rua que resiste.
A liberdade de expressão resiste
Em passos 'salsos' - ela insiste,
De tanto dançar - ela persiste.
A liberdade de expressão vive
No peito que bate altissonante,
Dono de uma fé que não desiste.
A liberdade de expressão persiste,
Ela no teu peito reside,
Sempre ela dá um jeito
- ela [sobrevive].
A liberdade de expressão reside,
No coração de quem intensamente vive;
É sinal fecundo de tudo nesta terra
- tu [construíste].
Devagar pela
minha rua
porque o meu
tornozelo
ainda me exige,
e não posso
mais ir longe.
Ah, ao menos
os verdes morros
me fazem tranquila!
Venho assim
sentindo os efeitos
da queda,
e da temperatura.
Ah, como essa
Humanidade
anda estúpida!
Dessa maneira
e todos os dias
venho nutrindo
a utopia de salvar
a mim mesma
e de quem da
salvação precisar.
É dos pássaros
que tenho a melodia
para musicar
e condensar a poesia.
A rua acima
da minha rua
é o endereço
da memória
do amor de
muita gente
que migrou
para o infinito.
E todos nós
nos divertindo
com a tragédia
de quem não
nos entende,
e se colocou
num mundo
em guerra por
ignorar que
viver significa
fazer o bem
sem ver a quem.
Da rua acima
da minha rua
não olhamos
só para trás
e para quem
longe se foi,
Em noites
mui escuras
ali sempre
contemplamos
a luz da Lua.
Os que vão
contra o oculto
e o destino
são todos
os que creem
na vida curta,
nem no verdor
e no balanço
das árvores
poemas não leem.
Um carro
desfilando
leve na rua,
emoção e
pele de flor,
e a tua à
flor em pêlo,
De todas
a mais alta
conspiração
surgida até
para o teu
sono ocupar,
No teu céu
tornei-me
a tua Lua
_suspensa,
em teus
sentidos
_presença,
E total
_sentença
que tuas
mãos não
podem
capturar;
Betelgeuse,
Antares,
e Aldebaran
ao redor
da cintura:
o meu rubi
na boca tua.
Você bateu os olhos
em mim naquela
tarde subindo
a ladeira da tua rua,
Reconheceu que
sou adrenalina pura;
Talvez o jogo mais
perigoso da tua vida:
presença que alucina.
Ainda sou presença
que te fascina,
Mesmo que a distância
não permita,
Sinto que ainda
com fogo me anseia.
Até hoje você não
consegue me tirar
da tua cabeça
E a tua memória
ainda sente o meu
perfume de Lua,
Tudo por causa
daquela tal tarde
na ladeira da tua rua.
Em noite de céu
estrelado direto
da minha rua,
vi um cometa
a dar uma volta
ao redor da Lua,
de olhos fechados
algo me diz
que já sou tua.
Com a minha
paz de savana
mediterrânea,
não temo
a noite escura.
Em noite de luar
e céu estrelado,
vibrar com povos,
os namorados
e a ternura
de escutar
canções de amor
sentindo o barulho
dos teus passos.
Sem ter medo
da distância
e sem temer
me perder
na tempestade.
Um coração
apaixonado
está sempre
na maravilha
embalada
por histórias
de amor
e se encanta
com as narrativas
até quando
lê livros sagrados.
Expressar admiração pela sua rua, bairro, Estado e Nação nunca é demais. Não há como estar num caminho de prosperidade onde há pensamento e comportamento hostis e e recheados de radicalismos.
Centro de Rodeio
A minha rua ainda conserva
os paralelepípedos poéticos,
Paralelepípedos da memória
do Centro da cidade e do meu
jeito vivo escrevendo História.
A nossa gente ama você,
os nossos pássaros cantam
e os sinos da Igreja Matriz
a Deus aqui reverenciam.
O Centro de Rodeio passou
a ser o centro poético porque
versos foram semeados
e quando menos esperar você
terá o seu coração capturado.
O Centro de Rodeio virou
o centro do mundo porque
eu só transcrevi porque assim
já estava escrito no destino.
A aurora matutina sobe
misteriosa no Centro de Rodeio,
a aurora vespertina desce
com aquarela no godê,
e assim sempre eu amo você.
Rodeio na Feirinha
Quando fecham
a rua para celebrar
a nossa Cultura,
Rodeio na feirinha
vem se orgulhar
em peso dos sabores
e dos saberes
herdados ao longo
da nossa História,
Somos um povo
amável e acolhedor
que temos por nossa
cidade muito amor.