Ritmo
Eu precisava entrar na equipe de dança. Eu. Uma garota que nem tem ritmo para andar, que dirá para fazer coreografias.
Deixe que nossos corações fiquem no mesmo ritmo, no mesmo tom, na mesma melodia. Siga a música, sinta a oscilação entre o grave e o agudo, o intenso e o suave, o desejo e o fastio, entre a paixão e o amor.
Flávia Abib
A menina que dançava
Falaram-me de uma menina,
Que enquanto descobria seu ritmo,
Pensava-se menos leve,
Que o ar que a circundava.
Seu corpo feitio de brisa,
Se deslizando compenetrado,
Já mostrava que havia canto,
Mesmo quando não escutavam.
Parece-me que seu cabelo,
Poderia ser azul esverdeado,
Como se fosse coreografia de raios,
Se estendendo em sua face.
Como a desconheço, dar-lhe-ei o nome Eduarda,
Aquela que guardou nos pés,
A dança como abrigo,
E se foi envolvendo de ritmos,
Pungidos de existência.
Assim lhe surgiram os duetos,
Com seus deleites sonoros,
E também o estrondar de tambores,
Sucedendo sinfonias.
A esperança lhe chegou,
Como um bale compassado,
Mantendo firmes os braços,
Olhando para o alto, a seguir na direção.
As vezes até parece,
Que nem sequer percebia,
Que viver também se aprende de dança,
Que o tempo faz emergir.
Dança-se no silêncio da alegria.
Na tristeza acalentada.
Descobrem-se em distintos momentos,
Cenários convertidos de linguagens.
Na há movimento sem emoção,
Pulsar alheio, sem sonoridade.
Se dança com pó no rosto,
Com o brilho de enfeites costurados.
Mal sabe essa menina, que um dia lhe contarão,
Que estava a dançar com dor e graça,
Feita melodia de passos,
A poesia dançante da vida.
Carlos Daniel Dojja
In Poema para Crianças Crescidas
Caminhando para Iluminação - Esta cada vez mais claro que o ritmo menos acelerado nos permite desconectar e desligar as turbinas mentais do volume de informações que chegam a assustar e até mesmo fazer com que alguns desistam de sonhar ou reconhecer -se como um ser humano CRIATIVO. Será que existe uma alternativa para essa realidade? Sim! Um upgrade nos pensamentos, no sentido figurado é a viagem mais sensata e consciente para dentro de si.
Para sentirmos a jornada da vida cotidiana voltada para aquilo que transcenderá pela espiritualidade pessoal ou COLABORAÇÃO precisamos deixar para trás o que não nos servem mais e assumirmos a bela caminhada pelo processo de inspiração (iluminação) encarando a vida com alegria e bom humor deixando de culpar os outros por tudo. É o que chamo de ‘’Luz própria’’ que cada ser Humano possuem.
Sair das esferas circunstanciais dos velhos padrões, diminui o estado evolutivo onde os paradoxos e estigmas do poder limitantes impedem que a Lei da Simpatia Universal funcione na nossa vida. Que a humanidade não se esqueça de olhar no espelho e enxergar o quanto Belo, Grande e Bom é SER.
Ela parou de tentar traduzir o passado. Agora o seu coração consegue ler o presente e bate em ritmo normal.
"Estou dançando no ritmo da canção
Escutando as batidas do meu coração
Então, ouço barulho dos relógios avisando
De repente, sinto as horas acabando
E só quero que o tempo não passe.
Sinto que não dancei toda canção
Não escutei tudo que diz, meu coração
Mas, estou vendo os ponteiros avançando
Vou sentindo os minutos passando
E só desejo, que hoje, o tempo não passe. "
Pequeno Ritmo Incontínuo
em meu Peito...
Doeu minha vida
O beijo que não ganhei de ti
A esperança que não pôde
viver nem mais um segundo!
Foi assim que comecei a cantar...
↠Catopês ↞
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Dança, ritmo, até mesmo um batuque,
Conto um folclore de Minas Gerais, antes que eu caduque.
Há 170 anos, Marujos, Cabloquinhos e Catopês
Os festeiros cantam em frente a minha casa de sapê.
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Em Montes Claros, no mês de agosto
O povo humilde toma o seu posto,
De reis e rainhas, príncipes e princesas, imperador e imperatrizes
E em uma mesma folia, a origem das suas raízes.
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Homenageiam o Divino, São Benedito e Nossa Senhora
Os Santos atendem as preces, sem demora,
Cada fiel com sua roupa: bonitos, alegres, porém pobres
Com chinelas ou descalços, porque não tem cobre.
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Carregam na voz a suas maiores riquezas: a sua tradição,
A crença na religião, o sacrossanto de devoção,
Ser escola e ter a história como convicção,
E manter esta cerimônia sem fim, no coração.
Que seja ad aeternum a cultura deste sertão!
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira/Agente bate cabeça no concreto ou na madeira/Eaprende na marra de qualquer, de qualquer maneira/Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Com a pandemia não somente a imunidade baixou, mas a humanidade também acompanhou esse ritmo. Ainda falta humanidade em um mundo que se diz humanizado.
Soraya Rodrigues de Aragao
Numa ciranda de amigos é necessário dançar no ritmo que a maioria está tocando, caso contrário ficamos de fora da roda.
Viva o mundo
aprenda outros sotaques
Mude o ritmo de pensamento
conforme se é solicitado
Outras línguas, outros pronomes
Outras vidas, outros nomes
Só não esqueça seu tom de voz
E se puder faça isso sem sair de casa
É mais ecológico.
TRIBUTO
Eu acato cada verso de uma poesia
Com gosto de ventura e de passado
Onde cada ritmo é um elevo sagrado
De dourado sonho e sentimental via
Bendigo o vocabulário em sintonia
A ousadia duma inspiração, ao lado
A poética que faz do bardo fadado
Ao tom intenso que d’alma contagia
Os versos são eternos, com riqueza
Da mente que tem saudade, tristeza
Também, de ser emotivo, ser amado
Sensação que torna vez em quando
A imaginação no imaginário voando
Para se tornar no aplauso venerado
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 fevereiro, 2022, 15’25” – Araguari, MG
A vida com poesia tem um ritmo sem medos,
e acelera meus segredos,
como um brinquedo de faz de conta,
que contou o que nunca fez,
mas amou todos os dias,
como se fosse a primeira vez
Quando a gente percebe que a vida não é uma competição, começamos respeitar o nosso ritmo e andar mais devagar.