Rio
Realidade que não queria
Inquieto penso sem parar
O Trindade agora é verdade
Gostaria que fosse um sonho
Realidade que pertuba
Amigos e familiares
Não quero imaginar
Doendo o peito
Enquanto tentam se consolar
Dias a pois dias
Obrigado a ser forte
Sem parar esse aperto
Unindo força para não doer
Lembrando do mais lindo Sul
O PORTO
Estamos todos num navio
A bordo, vazios
Estamos cheios um do outro
Em meio à tempestade
De sonhos e medos
Que causam arrepio
Não há nenhum bote
Ou colete salva-vida
Nem necessidade disso
Para nos aquecer do frio
Nem é preciso socorro
Para cairmos na água
Pois quando chegarmos ao porto
Não haverá mais rio.
TEMPO DE REFLEXÕES
A madrugada nos faz jorrar
As imaginações de uma consciência livre e serena
Farta e longínqua
Leve e aliviada
A canção na Alvorada
Tempo de lenimento para a alma
Me faz lembrar de reminiscências
Aprazíveis momentos de ternura
De uma Licoia protetora
Mulher na acepção do termo
Estilhaços de amor puro e verdadeiro
Do amor de Júlia, heroína é infalível
De sincero afeto
De alguns, poucos, de espaço reduzido
Mas agora o que me fascina?
O que me domina as estranhas?
A vida, a esperança de dias melhores
Da Fonte Grande ao Iracema
O sorriso no rosto de cada pessoa
O mundo nos devolveu novamente
A alegria de viver, na dor e na separação abrupta
Do abraço fraterno
Virtual e sem calor energizante
Reaprendendo a viver na arte de sorrir na dor
Brincar de viver?
O néctar que encanta
Mais dezesseis dias de
Pura aflição, dor e segregações
Mas onde está você
No infinito cósmico?
Nesse vazio de trevas?
Ao menos um sofro de paz
Cura a minha solidão nesse
Remanso de incertezas
Viaje serenamente
Na imensidão de incertezas
Resgate definitivamente
A vontade de acreditar na humanidade
Cura a minha incredulidade
Que invade meu mundo de fantasias
Me faz acreditar que atrás
Do arrebol haverá sempre
Luz incandescente a
Iluminar as incertezas das
Veredas, as incógnitas do meu
Tenro coração invadido
Abandonado, desesperador...
Resgate minha alegria contida
O instante de represamentos
O pensamento viaja nas sendas da insensatez, egotista e refratário
Vai feito condor riscando os céus
Do Vale do Mucuri
Da Terra do amor fraterno
Vai nas asas da infinita sabedoria
Transponha o Rio doce e as sombras do ibituruna
Pula feito raios exuberantes
A Ilha dos Araújos
Que ainda habita na mente viva oxigenada pelo Altíssimo
Anunciar ao meu povo a devolução
Da paz e esperança
De dias melhores
Anuncia a todos que ainda nutrem
Alguma admiração pelo poeta do Mucuri
Que ainda existe viva uma chama ardente
De lirismo e amor pela VIDA...
Não atropele a ordem dos fatos: ninguém se transforma em mar sem antes ter percorrido um longo caminho como rio.
As feiras de arte pelo Brasil ainda são vitrines para os interesses meramente comerciais das galerias nacionais e estrangeiras, distantes da verdadeira cultura nacional, do desenvolvimento e oportunidades para o setor, dos trabalhos e projetos inclusivos e sustentáveis dos maiores profissionais do mercado e da maioria dos artistas.
A boa arte nada tem haver com o pano pintado e o arame contorcido. Mas os valores altos nada tem haver com a qualidade, são movimentos autônomos do mercado de arte, segue e acredita quem quer.
Reflexus...
Gargalhadas da alma !
O olhar aprecia tudo por fora,
Reflectindo tudo por dentro,
Alimentando a alma,
A cada momento!
-- josé cerejeira fontes
Por mais que hoje em dia seja difícil, não podemos desacreditar das coisas que sempre acreditamos querer um dia para a nossa vida.
JOÃO ALFREDO
Na vida do interior,
o dia começa cedo.
Tomar banho no riacho,
bem na sobra do arvoredo,
depois deitar no arbusto,
tudo isso sem ter custo,
logo ali em João Alfredo.
Neste recanto de amor aonde nos elevamos, absorvemos cada olhar,
despido de palavras, brilho com brilho, portas adentro, na mímica
e na química dos sentidos, na expressão de cada sussurro trémulo
a vestir sorrisos de contentamento.
Inspiramos todos os gestos das palavras que caiem em cascata,
e no pranto das nossas lágrimas maturadas pela alegria da espera,
tocam campainhas que despertam em nós sensações inebriantes,
nestes soluços de pranto embriagado pelo êxtase de todos os sentidos
a fervilharem em nós coreografias de sonhos que nos percorrem como um rio.
MOTE: NA RUA DO ORIENTE TUDO ME FAZ REVIVER
UMA SAUDADE DE MENINO.
No anzol fisguei piaba no Acaraú.Em casa servia de almoço
Mamãe na cozinha fritava.Doze horas era aquele alvoroço
A rapadura nosso tira-gosto.Não sobrava pra ninguém
No fogão, o cuscuz bem quentinho.
Isso me fez amadurecer
NA RUA DO ORIENTE TUDO ME FAZ REVIVER
UMA SAUDADE DE MENINO.
CÂNION DO XINGÓ
Vou seguindo no meu barco
Nesse curso correntio
Águas verdes, Velho Chico
Muito amor por esse rio
Esse Cânion do Xingó
É um tela de Miró
Um lugar que é ouro-fio
MONUMENTO DO MILÊNIO
Às margens do São Francisco
Monumento do Milênio
Na orla de Petrolina
Obra do engenheiro Stênio
A cidade do sertão
Tá na globalização
Nessa terra só dá gênio
O JANE-IRO-
Teus dedos
dedos de figo, topázio y malagueña
verão,
carnaval em jardins
O Corcovado em teu dorso
o arqueiro cavalga na Lapa
- arcos de íris -
circunflexos, vossos gemidos são preces
Epa babá! quara (o sol) em tuas asas
voltei outro,
toquei harpa em teus fios
tenho fiapos das mangas
da tua flora-blusa de chita
só Guanabara já sabia
meu nado contigo: sincroniza o sismo
podem mar y rio
ser simbióticos
quando dançam
com
liberdades
de
rimar
Sou carioca da gema,
aqui se fala mermo,
o resto é tema, Adoro o Rio de Janeiro
lugar de pessoas acolhedoras,
são amigos de verdade
e não bajuladoras,
Aqui no rio é assim,
puxamos o s,
falamos cantado,
Mas o que não pode faltar na gente,
é o nosso rebolado,
todo canto tem diversidade,
pra todo lado tem uma prosa,
Mas o povo debochado,
diz que nossa cidade é a mais perigosa,
perigo tem em lugares
onde tem gente ruim,
mas o debochado insiste,
em falar mal mesmo assim,
Pra toda diversidade cultural ,
com certeza tem um jeito,
Ja na pessoa debochada,
não falta cultura falta respeito.
Sou carioca repito
estou muito orgulhosa,
não é atoa que a minha cidade é dada como maravilhosa,
No Rio de Janeiro cresci,
o Rio me viu nascer,
quer saber se é verdade o que digo?
Vem a minha cidade conhecer!!
Podem até matar os artistas dentro de um regime autoritário, mas com a consciência de que, por suas obras, a arte não cala.
A dor é imensa e a empatia não cabe em mim, de saber que ainda há a necessidade do derramamento de sangue, para que a pressão midiática seja feita, é doloroso perder pessoas que lutam em prol do povo sem voz de forma agressiva, mas a única coisa que posso dizer é que Marielle fez a parte dela e agora a nós restou fazer a nossa, que é não deixar sua luta esmorecer, é continuar levando a vós a quem não tem é chorar e sangrar junto da família e dos amigos de Marielle e agradecê-la por lutar pelas mazelas da Questão Social.