Rio
O QUE CEROL DE NÓS?
Eu, menino, mirinzinho ainda, voinha me levou para conhecer o Rio de Janeiro.
A gente ficou no bairro de Duque de Caxias, na casa de uma amiga dela, D. Arcanja, que aliás fazia jus ao nome (e sobre quem no futuro contarei algo).
Ocorre que fiquei na frente da casa vendo os meninos empinarem arraias naquela rua de barro.
De repente, um monte de carioquinha veio correndo em minha direção, e - súbito - uma pipa caiu no meu colo.
Tentaram tomar de mim. Aí segurei a arraia com cara de medo e gritei:
- Oxe, oxe, oxe, oxe! Nada! É minha!!!
Aí um deles falou:
- Vc é baiano?
- Sou!
- Oi! Eu sou Arimam!
- Luís.
- A gente vai te liberar, baiano, mas vc vai ter que empinar essa arraia!
Nos dias seguintes, fiquei vendo os meninos temperando a linha - o cerol - para a batalha aérea que aconteceria no dia outro.
Era fascinante ver a algazarra mitológica que a gurizada empolgada fazia. E, quando uma linha era cortada, pequenos troianos fluminenses corriam para ver quem pegava o prêmio. Uma espécie de alegre agressividade coloria o evento... Rsrsrs
Eu não tinha linha nem aprendi a receita do tal cerol. Mal sabia empinar, a não ser o meu nariz, como blefe de valentia (rsrsrs). Então, numa atitude criativa e desesperada (às vezes o desespero é um start para a criatividade...), fui catando um monte de resto de linha velha que via pelo caminho, fui remendando uma na outra e fiz o meu carretel "frankenstein".
Na véspera do retorno à minha Bahia, fiz a arraia ganhar o espaço com as linhas de bagaço.
Arimam já era o meu melhor amigo e me orientava no combate espacial.
- Vai, baiano! Vai, baiano! Puxa! Solta! Vai!!!
Os outros davam risada, pois entendiam que linha remendada, velha, usada, desgastada não garante nada.
Eles entenderam errado...
Consegui cortar a arraia dos meninos da outra rua!
Fui carregado como herói da meninada!
No dia seguinte, a despedida... Ia chover, mas Arimam desenhou um sol no meio da rua de barro... As nuvens respeitaram a majestade solar...
Todos fizeram uma vaquinha e compraram geladinho com broa de milho. Foi uma das melhores festas da minha vida.
Voltei à minha Bahia com a minha voinha.
Isso aconteceu há 39 anos...
Hj não mais menino, lembro essa história e percebo que minha vida é um carretel de linhas remendadas cuja arraia ainda está no céu...
Ainda está no céu...
Sobre o que virá depois?
Não sei mais nada.
A única certeza é que, embora forte e imprevisível, chegará a hora em que a linha será cortada...
E eu correrei em alguma rua do infinito da memória com a meninada.
Obrigado, Arimam!
Nossa vida é como o movimento dos peixes que nadam rio acima no período de reprodução. Nem sempre vamos conseguir alcançar um objetivo, mas para saber se vamos conseguir ou não é preciso tentar.
As sujeiras e os lixos num leito de um rio nunca vem da fonte, assim são as fofocas e os julgamentos.
Sentada nesta pedra
Olhando a cachoeira
Admirando A CORRENTEZA
E o amor que sente pelo rio.
Quantos desafios eles encaram
para se unirem e ficarem juntos
Sonho com a gente assim
Embaixo das águas se Amando
Se entregando aos desejos
E como testemunha os seres
Que estão no fundo passear.
A natureza FICA mágicA
ABRO um sorriso e fico feliz
Estou sonhando acordada
Esperando a HORA de poder te abraçar
Olhar dentro de teus olhos e falar.
Te quero pra ser meu rei
vem tua rainha me tornar
Seremos como os pássaros a cantar
Se alegrando com cada MOMENTO
De fazermos nosso ninho
Ficaremos como casal de passarinho
Agarradinho para o frio não congelamos
E muito apaixonada quero está
Debaixo de tuas asas segura
Onde É o meu lugar.”
―Luana Santos
A vida é um rio. Estamos no mesmo barco. Remaremos juntos.
Para onde vai este Rio?
Para o céu. Se Deus quiser.
“O Certeiro”
O lago e o rio questionam-me sobre o que os difere
Mas nenhuma diferença os difere
Porque o defeito está no que cada um prefere
A luz e o brilho em imbróglios
Pós cada um quer ser enaltecido
Mas é impossível porque o brilho profem da luz
Precisamos da terra para obter a paz
E mesmo assim obtemos a guerra em troca do oposto
Mundo tão sarcástico
Pós por amor e ódio ele é composto
“No meio do inverno sombrio”
Últimopensador
As águas do rio que passam por debaixo da Ponte nunca é a mesma... Tudo muda...
A vida muda...
E você?
AMOR EM ÁGUAS TURVAS
Seu amor era rio de água corrente,
Amainava o calor no dia mais quente.
Era piscoso e atraente...
Era navegável, límpido e perene.
Suas águas eram abençoadas,
Calmas e cristalinas.
Tinha desenvoltura,
Sorriso e postura.
Samambaias à margem, alegravam o passageiro,
Cascatas, ao som de cristal
Desfilavam elegantemente no desfiladeiro.
Suas cores variavam conforme a luz do sol,
Seu olhar marcante, belo como o girassol,
Dava guarida ao amor do amante.
Pena que tudo acabou!
Suas águas não são mais perenes,
Pede socorro ao som de sirenes.
O que era piscoso ficou viscoso,
O que era doce se acabou...
Suas águas cristalinas ficaram turvas,
Seu leito foi desfeito,
Seus meandros não têm mais curvas.
Seu perfume não cheira mais jasmim,
De seu verde, não sobraram nem relva e nem capim.
A culpa pode ser minha, pode reclamar de mim,
Não cuidei do jardim, como cuida o jardineiro,
Não semeei o verde, apenas colhi o maduro.
Não cuidei das formigas, abandonei o formigueiro,
Achando que não tinha culpa, pequei pela omissão.
Élcio José Martins
QUERO O RIO AO VENTO
Quero o rio...
Suas belezas e cascatas,
Sua brisa e serenata...
Quero o rio que passa e que fica.
A mina d’água e a água da bica.
Quero o rio que dorme e levanta todo dia,
Alegre, vibrante. Eterna sinfonia...
Quero o rio e o peixe,
Ouvir o som da água batendo na rocha,
Sentar à margem, sonhar e pescar,
Contar causos, rir e cantar...
Quero aos ouvidos balbuciar,
Tocar e olhar no olhar.
Sentir os respingos das gotas em quedas,
Ver o florir e a semente germinar,
Colher o fruto que ele ajudou a plantar.
Não quero o vento que vai embora,
Pode ser lento ou pode ser forte,
Pode voar a vinte ou a cem quilômetros por hora.
Pode vir do sul ou pode vir do norte,
Poliniza as flores, mas pode causar mortes.
O rio é perene,
O vento é passageiro.
O rio é a calma e a poesia,
O vento é o medo e a arrelia.
O rio é vida,
O vento é a ferida.
Quero a paz do rio,
Não quero a volúpia do vento.
Não quero passarinhos assustados,
Quero passarinhos felizes e enamorados.
Quero o rio na tranquilidade de seus meandros,
Não quero o vento que leva a vida e é malandro.
Élcio José Martins
NADAR OU NADAR
O momento que estamos vivendo é como atravessar um rio a nado, sem conhecê-lo.
Não sabemos se nele tem jacarés, cobras, paus, pedras, buracos ou qualquer outro risco iminente.
Não há recuo. A travessia tem que ser feita. O conhecimento do leito vem no peito e na raça.
O desconhecido vai sendo descoberto à medida que avançamos rio afora.
O segredo é vencer o medo. O medo tira a força. Sem força há o risco de não atravessar.
Não é hora de morrer na praia, avançamos, pois, com fé e confiança, acreditando que somos capazes de vencer mais essa etapa de nossas vidas.
Élcio José Martins
Quero atravessar o rio
Sem risco de me afogar
Quero abraçar o Sol
Pela ponte irei passar
Já faz muito tempo eu ia
De Pernambuco a Bahia
Ia pra depois voltar
O Rio
O Rio no início é tão pequeno, mas lentamente ele vai se tornado volumoso. Cada encontro, cada nascente, cada chegada, cada nutriente o torna mais forte. Assim, ele vai crescendo, se tornando adulto e forte, florescendo tudo a sua volta, colorindo a terra.
Com as pedras e a correnteza, o faz tormentas , fazendo cursos diferentes, se dividindo e ficando mais robusto.
Os peixes são vários, com cores do arco Iris, cada um mais belo que o outro. As cobras que vivem na água são de uma cor que confunde ao olhar, nossa!! cada animal mais exótico que o outro. E pensar que era tão magrinho, pensei até que não ia vingar, que fosse se perder infiltrando no solo, mas estou orgulhosa, hoje majestoso com um final estupendo, O mar.
Angelina Ribeiro
(DES)ENCONTRADO...
Portanto, diante de tudo e tanta interdição...
eu prefiro o teu rio e o riso...
Riso mudo... silencioso...
ocioso... melindroso... medroso...
No teu riso de rio eu vejo
estrelas... sol... lua... mar... luar...
Literatura pura...
Invencionice de uma cabeça de lua...
um coração “solzão”...
Sem sequidão... sem solidão...
Então, sem senão...
um vão por entre risos...
Um encontro de “rio”...
O rio e a vida
Águas que levam vida
correntezas que não voltam mais...
Margens que as águas beijam
ribanceiras que modelam terras
Cândidos cursos que vida clamam
indefesas dádivas que os mortais exploram
Deus!
Tão pouco o rio pede
sobrevivência que o mundo nega
vida que o Homem impede !
Alguns barcos são feitos para o rio e outros para o oceano. E há alguns que podem ir para qualquer lugar porque eles sempre saberão o caminho de casa.