Revólver
Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu.
Você com um revólver na mão é mesmo bicho feroz, sem ele anda rebolando e até muda de voz!
Maresia, sente a maresia
Maresia, uh
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Um revólver não é uma arma, Marge. É uma ferramenta, como a face de um açougueiro, ou um arpão, ou... ou um crocodilo!
Você consegue muito mais com sua palavra amável e um revólver do que somente com uma palavra amável.
Temos todas opções pra viver dias melhores
Cê sabe que me tem na mão, pena que tu não se envolve
Ela roubou meu coração, olha que nem tinha revólver
Agora eu tô na solidão, faz favor, devolve
Há algo sobre você mesmo que você não sabe. Algo que você nega existir. Até ser tarde demais para fazer alguma coisa a respeito. É o único motivo pelo qual você levanta toda manhã. O único motivo pela qual você aguenta o chefe intragável, o sangue, o suor e as lágrimas. É porque você quer que as pessoas saibam o quanto você é bom, atraente, generoso, engraçado, maluco e inteligente. Tenha medo de mim ou me reverencie. Mas por favor, me considere especial. Compartilhamos um vício: a necessidade de aprovação. Todos nós queremos um tapinha nas costas e o relógio de ouro, o grito da torcida. Olha só o garoto inteligente com o brasão polindo o troféu. Continue brilhando diamante maluco! Afinal somos macacos de terno, implorando pela aprovação dos outros. Se soubéssemos disso, não faríamos isso tudo. Alguém está escondendo isto da gente e, se tivéssemos uma segunda chance, você perguntaria: por quê?
Compartilhamos um vício: a necessidade de aprovação. Todos nós queremos um tapinha nas costas e o relógio de ouro, o grito da torcida. Olha só o garoto inteligente com o brasão polindo o troféu. Continue brilhando diamante maluco! Afinal somos macacos de terno, implorando pela aprovação dos outros. Se soubéssemos disso, não faríamos isso tudo.
É sempre bom um autodenominado pacifista optar por ter um revólver ao seu alcance, pois quando seu pacifismo falhar, necessitará de um novo meio para eliminar os problemas.
O amor machuca como um tiro de revólver ou como uma facada, mas sem o tal de amor nós não somos nada.
A confiança é como um revólver, quando o gatilho trava é porque falhou, assim é quando alguém falha com você.
Fim
Cansado de ouvir-se, encheu seu revólver de silêncios, e, sem parar de falar,
o apontou para sua boca;
disse não,
não,
não
e disparou rompendo a voz.
Quem o encontrou não soube explicar.
Cada um,
cada coisa,
cada ruído
possui seu próprio silêncio.
Um cortejo de sombras
o acompanha.
A diferença entre as palavras e um revólver é que o revólver atinge de fora pra dentro, ferindo a pele, e as palvras de dentro pra fora, atingindo o coração.
Ora não é a noite promessa no amanhecer, a espera esmerada
na aurora cambiante a revolver o sereno na pradaria onde
a granada reluz o diamante, a opala das estrelas planas.
Já tentei te matar algumas vezes, em muitas delas eu quase consegui. Cheguei a carregar o revolver e encostar no meu peito, mas quando estava quase ouvindo o click do gatilho, algo em mim doeu. Eu nunca entendi bem ao certo a minha falta de coragem, no fundo, não era nem nunca foi nada disso. É que quando estava lá, a um passo do homicídio, algo em você não me deixava cumprir a tarefa. Seria livre, poderia sair dali sem nem um pingo de culpa, como se a minha vida recomeçasse depois da tragédia, mas eu nunca consegui, e não consegui porque a grande verdade é que jamais quis isso, jamais quis, que, verdadeiramente, morresse. Como me livrar daquilo que me dá vida, como, se quando matasse você eu também me mataria? Como, de forma egoísta, não querer deixar viver o que transpôs de minha escuridão à luz? Portanto, eu não me entristeço por meu fracasso, já que sempre me fez tão forte. Eu apenas admito as coisas que me rondam todas as vezes em que tento enterrar o que sinto; eu não consigo enterrar você. Então, por todas as vezes que te odiei, por todas as vezes que desejei te ver tão longe de mim, por todas aquelas vezes que me fizesse esquecer o quanto te amei, por todas elas, escandalosamente em todas elas, eu te amei como da primeira vez.
Ricardo F.