José Mauro de Vasconcelos
Na outra encarnação eu vou querer nascer um botão. Qualquer um. Mesmo que seja um botão de cueca. É melhor do que ser gente e sofrer pra burro.
Porque pra lembrar a gente precisa primeiro esquecer, e isso eu não posso nunca.
Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu.
Até agora aquela música me dava uma tristeza que eu não sabia compreender.
Uma voz falou vindo de não sei onde, perto do meu coração.
– Mas, amigo não se despede assim.
– Psiu! Lá vem ela.
Glória chegou mesmo na hora em que eu o abraçava.
– Adeus, amigo Você é a coisa mais linda do mundo! (...)
– Não sei se posso contar. Mas um dia eu conto um milagre para você, Godóia.