Respirar
Dia da Árvore.
Feliz por existir, me deixar respirar, me acolher em sua sombra e ainda quando não tiver mais folhas, me aquecer em suas chamas.
Manter a consciência no presente, respirar lenta e profundamente, lançar um olhar a tento ao redor, disciplinar a mente para focar os detalhes são condicionamentos positivos que, com uma boa dose de disciplina, podem se sedimentar.
"O ar que eu respiro
necessita de sua presença
é meio difícil respirar sem você
ao meu lado"........
Quarto de espelhos
As vezes o silêncio toma conta
Até posso ouvir meu respirar
Ouço um som, o som do vento
Parece ser um outro lugar
Fecho os meus olhos
Na escuridão enxergo a luz
Os pensamentos surgem
Já não estou mais sozinho
Sou rodeado por lembranças
Momentos, e mais momentos
É estranho esse lugar
É calmo, vazio, mas é cheio
Sou leve como uma poeira
Tudo parece flutuar, lentamente
Calmaria constante
Mas meu coração bate forte
Sou visitante nesse lugar
Tenho motivos pra gostar, ficar
Mas não posso permanecer
Não precisa compreender
É um lugar, um reflexo
Mesmos móveis, cheiros
Onde me deito, e levanto
Meu quarto de espelhos
Eis que reflete, agora o presente
Mas diferente és o momento
Agora, e nesse instante
Sou habitante em um espelho
Lembrar
Esqueci de me lembrar
Que de tanto que eu penso
Vários ficam sem respirar
Respirar a emoção
Sentindo a vibração
Que vem do coração
Da verdadeira alegria
Lembro que me esqueço muito fácil
Lembro que nem lembro
Do que me lembro
Mas não lembro de você
E você tenta me dizer
Que eu me lembro de você.
Estamos dentro das grades
Portas fechadas
Mal podemos respirar
Já não tínhamos dinheiro
Estamos na era do desemprego
Crise mundial
Vivemos combatendo novos fenômenos
Ouvimos a pingueira contínua da PEC
O disco arranhado das reformas
O bater de gavetas dos processos
São fitas K7 enroladas
Bolo de linhas embaraçado
Impressora com papel atolado
Bujão sem gás num domingo
Sapato furado na chuva
A bactéria hospitalar
Ninguém sabe ou todo mundo sabe onde está o dinheiro
Mas, ninguém sabe quem irá devolver bens
Das ruínas onde agora brilham vidros
Construções de engenheiros fuleiros
Como estalagmites
Icebergues tropicais
Estamos mesmo à mercê de bandidos
Não importam tantos riscos
É ignorar a própria sorte
Se é que ainda alguém pode se desviar do norte
E enganar todo e qualquer coiote
Queremos um pouco de ar
Como é a sensação de ser livre? É como respirar um ar “puro” enquanto a chuva cai em nosso rosto e escorre pelo corpo, fazendo com que nos esqueçamos do que está em nossa volta.