Repentista
Hoje acordei com vontade de morrer
Não sei se isso é errado,
Mas vou desaparecer
Sumir de vez do mundo
Parar de me iludir
Dizer adeus a tudo
Enfim, vou desistir…
Sou poeta
No rumo da rima.
Sou repentista
No ramo do rimador.
Sou devaneio
Vivendo por cima.
Sou egoísta
Não divido minha dor.
Hoje sei que não sei
nem serei, só sou repentista
Invento momentos
torço o tempo
brinco de semear amor
com fé de romeiro
carregando andor
Tempo são os momentos em movimento
com turbulências e erupções
Mas no ar
logo se apura
Quando têm jaca madura
abacaxi, cajá e manga também
Vamos saborear meu zen
no dia de hoje
na hora do agora
Pois de repente
no já do estalar dos dedos
o agora vaza
e o momento não semeado
acaba-se.
De repente me pego
repentista de seus versos...
sei que estas em meus
delírios...
sinto a textura de seu rosto
sua barba de fazer,
em meus sonhos...
E no alvorecer
sei que em algum
lugar estas...
e sei que estou...
em seu pensamento
nessa refutação desvairada
de mensagens deliciosas;
como ondas que
vem e vão...
dessa nossa imaginação...
meu rebatedor de emoções...
nem sei se me inspira versos ou
ainda mais amor...
As vezes fico como a lua...
que não vira a face...
pois é sempre a mesma...
mas muda de fases...
e as vezes fico oculta...
meu amor...
Repentista!
O poeta repentista e um artista...
Faz versos e prosas no improviso...
Criativo e faceiro no seus improvisos...
Faz a morena dançar e a loira cantar...
Faz o povo sorrir e descontrair ...
Repentista cantor, poeta e ator...
Com seus rimos e prosas ah grande pensador!
Na minha reta,
Sou um simples poeta,
Não tenho rima e nem rumo,
Também não sou repentista,
Só sigo meu plumo,
E levo de boa,
Essa minha vida de artista,
Vivendo no meu canto,
Rimando e semeando,
Nesse meu mundo de rimador,.
Faço meus versos
Aliviando meus desejos,
Pensando no meu lugarejo,
Com meu coração sertanejo,
Mas tem uma coisa que sou,
Falarei sem pudor,
Sou um tremendo egoísta,
Jamais divido minha dor.
Choro sozinho,
Quietinho no meu ninho,
Me desabafo com o Pai,
Ele é único que me atrai,
Pra enxugar as lágrimas que cai..
Autor :José Ricardo
Quem me dera ser
repentista nordestina,
- só para cantar
os repentes de menina,
Quem me dar ser
o doce Rio Jacumã,
- só para me encontrar
com o seu mar,
Quem me dera ser
a carinhosa duna,
- só para apreciar
esse calmo desaguar,
Quem me dera ser
o amoroso Sol,
- só para brindar
esse espetáculo de amar,
Descrevendo o amor
e a nossa mística,
- até em dias sem
romance e sem luar,
Escolhi a Paraíba
para descrever e eternizar.
Quem me dera ser
o tempo e ser o vento,
- só para semear corretamente
o sentimento,
Quem me dera ter
nos lábios o sabor de romã,
- só para entretê-lo além da hora
Quem me dera ser
o canteiro de estrelas,
- só para brilhar à beira mar
Quem me dera ser
a água do Rio Jacumã,
- só para com amor
o nosso sentimento regar,
Quem me dera ocupar
a tua vida,
- só para ser o rio
ocupando o teu mar,
E fazer você encontrar
um sentido mais doce,
todas às vezes que me encontrares
para me amar.
O bom tem vida curta e deixa um rastro de saudade ao partir, mas o que não presta parece durar indefinidamente.
ANTIGOS REPENTISTAS
Eu tenho muita saudade
dos antigos repentistas,
que cantavam lá na praia,
diziam que eu era artista.
Em dupla, com violões,
encantavam os corações...
nunca mais os vi na vista.