Relato
Não sou didático, só relato percepções que tenho do mundo, da vida e do viver.
Faço o que qualquer mortal faz, Observa.
A diferença reside apenas em transformar essas percepções em sinais gráficos, colocando-as no papel, arrumando, florindo e depois apresento-as ao mundo para que todos possam ver e sentir, como eu as sinto.
Não espero que concordem com elas, mas peço-lhes que as trate com carinho e simpatia assim como se trata uma criança, iniciando ainda os primeiro passos e expressando as primeiras palavras.
Relato
Sou
dessas que se quiser o primeiro encontro como se fosse o último> vive
Sou
dessas que usa batom vermelho para tudo
Sou
dessas que deixam o decote aparecer
E
Se quiser mais, põe as lindas pernas para a vitrine social!
Homenagem a Recife
Recife Estado
Desde o passado
É um relato
Do seu retrato.
Veneza Pernambucana
E metropolitana
Patrimônio cultural
Desde os tempos de Cabral.
Cidade pura,
Da cultura,
Que bravura,
Com tanta literatura.
Com suas vistas naturais
E com seus mananciais
Não tem como explicar nem mensurar
O que me basta é admirar.
relato de fantasma
Sobre ser um fantasma?
não é nada "massa"!
não dá pra vestir a carapaça
As vezes acho que estou sozinho,
aí do nada começa a tocar um hino
um hino de fantasma
isso sim é "massa"!
fico muito alegrinho
alegrinho de verdade
com muita felicidade
felicidade e bom gosto
com um sorriso no rosto.
RELATO SIMPLES
Porque...
Esse dilema
Chamada ideia
De destino
Me persegue?
Porque...
Esse pensamento
Ainda está vivo
Dentro de mim?
Vejo o meu destino
Sem tino
E enquanto ele existe
Eu não viverei.
Simplesmente
Não há espaço para os dois na vida
Enquanto eu esperar um futuro
Jamais terei um presente.
O futuro só me traz medo.
O destino me faz viver com covardia.
A própria ideia de destino é fruto da covardia.
Destinado à quê?
Não há o que fazer.
Não há esperança.
Não há salvação.
A única coisa que existe é a vida.
‘VALE DO TAPAJÓS: UM BREVE RELATO...’
Meu bairro tem apenas doze anos. Passou a minha idade! Tenho dez, mas sou muito pequeno para o meu tamanho. Tem um lago aqui próximo onde juntos quase moramos. Quase todos dias me levam lá! Aqui não tem água encanada ou esgoto para jogar resíduos. Ninguém está imbuído em ajudar o bairro que eu amo…
Não tem praças para meus amigos me levarem ou brincarem. Quando chove é o melhor dia, na brenha da mata, fazendo alegrias, adoramos brincar na lama! A rua é querido abrigo, tão largo, tão vasto, tão plano. Serviço público aqui só promessas, já há todos esses anos. Sei não! Mas acho que o atual está se recandidatando. Muita gente gosta dele na cidade que eu canto. Pode ser bom lá nos outros, mas aqui é ledo engano…
É um bairro periférico suburbano. Posto de saúde não tem! É uma tremenda agonia. Sempre me levam em outros, quando vou lá todo dia. A principal é cheia de buracos e quando chove? Ah meu Deus quando chove! Ir à escola mais próxima é engano. E quando lá chegamos, não tem merenda! O professor está revolto, é tanto baixo o salário que nós quase não reclamamos. A vida aqui é bonita, mas turbulenta e esquecida. Vejo a rua sempre larga, imagino cada casa, às vezes fico voando…
Mamãe foi para casa da patroa. Ela é meio à toa, fica igual a eu sonhando: com uma escola bem pertinho, um pouco de água tratada, famílias com boas moradas e uma creche para o meu maninho. Amanhã faço onze anos! Nunca tive aniversário e nem cultivo. Mas isso não me deixa bobo. Sou contente com o pouco, ´só queria ter mais anos. Alguém para escutar os gritos, ver meu Vale bem bonito, e voltar para casa andando…
Deste tempo em que estamos
(de onde escrevo este relato),
uns dizem o fim de uma era,
outros, o início de um fraternal estágio.
Eu bebo meu chá.
Sou do tamanho da minha janela
e nela cabe até o mar.
Quando os cargueiros somem no horizonte
deixam de existir aos meus olhos carpinteiros.
Talho o mundo a minha medida.
Usei amores, naufrágios, despedidas,
e já não eram sentimentos,
eram versos.
Este é o relato de alguém desesperado que espera que alguém lhe repasse e que entre os que lerem essa mensagem você também esteja na lista.
Saudade insana, desejo intenso e razão brutal
Sinto muita saudade de ouvir sua voz;
Sinto saudade das suas ligações;
Sinto saudade de me perder falando com você, esquecendo onde estou esquecendo-se de te ouvir devido o desejo que sinto em prolongar cada instante, o qual me agarra e me faz viajar junto a você;
Senti em meio a tudo isso medo de que tudo acabasse então por um instante fingi não me dar conta do que estava acontecendo;
Senti vontade de fugir e estar com você, mas não pude fazer nada a não ser ouvir sua voz mais uma vez.
Senti que estava te afastando por medo e pela razão, a qual é brutal com meus sentimentos;
Hoje tento te ver mais uma ultima vez; tento lembrar cada traço de seu corpo, de cada gesto, cada palavra e principalmente cada olhar e sorriso;
Sinto que era possível o que hoje é impossível;
O destino se deu conta de que desde o inicio estávamos quebrando todas as regras da natureza, estávamos agindo sem pensar no amanhã como se o qual não houvesse, estávamos amando um ao outro na mesma intensidade, estávamos apaixonados, estávamos ligados pelo pensamento e corpo de modo que os pensamentos se interligavam e os corpos de ambos apesar de distante sofriam dos mesmos males, estávamos sendo incrivelmente humanos, e ainda apesar de tão parecidos completamente diferente de forma que um completasse o outro;
Hoje eu sei que ambos nos amamos ao longe, sem contato, em segredo, tentando recusar este amor incontrolável;
Hoje já tentei te destruir dentro de mim, tentei me convencer de que você é a pior pessoa que já existiu, quando para mim é a melhor pessoa que ainda tão bem é de pura modéstia, tentei lhe desenhar a outro modo, um modo que eu não gostasse tanto, que não fosse tão marcante, que não fosse tão bonito, que tão puro ao mesmo tempo que é malicioso de um modo carinhoso e selvagem;
Sinto que ainda vou te ver novamente, só peço que não se esqueça de mim, que não pense que fugi; que não duvide do meu amor, que não se aborreça por eu estar tentando agir com um pouco de razão, e que não me deixe nunca mais ir embora onde durante muito tempo estaremos separados;
Sinto que entre esse nosso desencontro haverá um desencontro;
Sinto te beijar apesar de nunca ter beijado devido a sua fidelidade sincera; você foi fiel de um modo sincero dizendo que apesar da vontade a qual não deixava você se afastar, mas a sua consciência fiel a quem se comprometia impedia que você realizasse o seu desejo de me beijar;
Sinto muito por não ter corrido te ligar quando podia, e sinto por não ir contra a razão e ir ao seu encontro;
Sinto essa saudade insana, sinto esse desejo intensamente que vai além do amor, mas que ainda assim seria capaz de te ver partir em busca de te ver amar, sinto também essa razão brutal que me avisa que podemos ter vários problemas ao dar continuidade ao nosso amor proibido;
Sinto, apenas sinto, e desejo que seja feliz mesmo que longe.
Um beijo que nunca lhe dei e esperanças que sempre lhe darei...
Alguém que ama muito
O massacre físico e psicológico do Confronto deixou marcas. Relato O pouco que consegui extrair do que vivi em 28 e 29 de abril de 2015, levei quase um mês para colocar no papel. Quem esteve na praça Nossa Senhora da Salete, Centro Cívico em Curitiba, sabe que o nosso desespero era o confronto bastar para o opressor. Nunca 2horas e 40 minutos foram tão longos...sei que são lembranças nada boas, mas o que está em nós, não sucumbi.
O saber cura?! - Não...mas o amor sim!
Primeiramente a minha opinião, sou E.U, com toda a extensão da tinta visualizada nessas duas letras, e.u!
Mas, como opinar toda a minha identidade em um conceito? Se em questão de segundos, acontece um fato que jamais, por nenhum milésimo de segundo, pensei na minha vida, em chuva de b.om.b.a.s!!( ok! Já sonhei com chuva de neve, chuva de pétalas de rosas em uma declaração de amor, chuva de batata frita sem sal e até: Está chovendo hambúrguer).
...Já não sou mais eu, diante da tamanha guerra, fora de toda a análise literária e seus elementos, mesmo no mais sábio enredo do mais renomado escritor, no mais vendido bestseller. Volto ao princípio: _ Você quer de verdade saber minha opinião, sobre qualquer assunto? Qualquer tema ou conversa é diferente após 29 de abril de 2015;
Se você foi, ou, é meu aluno? Assistiu alguma aula minha? Essa com certeza, posso repeti-la, mas jamais será a mesma...
Não sou a mesma! Algo em mim morreu...não sei se a Wilma ou a Professora! Ou as duas! Em mim, ficou outra... que ainda não conhecia...essa, com instinto animal, de proteção que nunca vi...a ponto de se arriscar para ajudar, retirar, acalmar, reanimar, levantar, puxar, tirar, proteger, indignar, xingar, gritar, protestar, entristecer, chorar, correr...de uma forma tão intensa que tudo só tem, agora uma explicação, não sou mais aquela de outrora.
Nasci de novo, ressurgi em mim... ando a buscar explicações nos pressupostos teóricos de minha limitada biblioteca mental e de acervo mesmo...livros...revistas e claro meu novo e amplo mundo virtual...e a definição continua a mesma: EU NÃO SOU A MESMA...sou o divisor de águas mais fiel: Wilma pré e P.Ó.S o dia 29 de abril de 2015!
Dessa forma, penso em, para tentar saber o que sou? Quem eu sou? Isso é sucumbir, em interrogações, mas há respostas...e a única que uso e me convence a aprender, é o a.m.o.r! Assim, o saber desse sublime sentimento, me curará...
Há o amor?? Esse sentimento que nutre a selvagem em mim e a põe a sentar para ler e se encontrar... Já essa é outra história!! Mas só digo isso e com toda certeza materna que minha mãe Senhorinha me deu:
Não se "luta" por amor. O amor nunca é uma batalha. O amor é entregue, é confiado, como a chave de um lugar secreto do próprio ser. Sem remuneração, sem exigências, sem cláusulas especiais.
Isso pode parecer absurdo para os idealizadores. Já pareceu, para mim. Mas é justamente nessa simplicidade que reside sua beleza. O amor chega e se torna tudo o que há para ser conhecido. E, do nada desaparece. A chave volta para a mão de seu dono, só para ser confiada a outrem. Quando se precisa lutar por amor, de "AMOR", já não resta mais nada.
(Wilma Nunes Rangel, é professora do Quadro Próprio do Magistério, mãe de adolescentes, blogueira e esteve no Confronto dos dias 28 e 29 de abril)
RELATO DE UMA MENTE INQUIETA
Hoje eu sonhei que estava no topo da Serra Fina, uma montanha que divide Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, esse lugar permite caminhar pelos três estados, possibilitando visualizar uma área endêmica e uma vista privilegiada, onde eu conseguia considerar toda a beleza natural que a vida proporcionou de presente, eu me sentia no céu. Eu não sabia se merecia ou não aquela sensação de plenitude.
Eu sempre ouvi meus amigos dizerem que as montanhas são fonte de inspiração e causa uma sensação de êxtase nas pessoas. Naquele momento eu vivia essa experiência, desprendi de todos os pré-conceitos e receios internos. Era um lugar sereno, tinha um cheiro agradável de vegetação e luar, podia sentir o perfume, o vento em meu rosto e arrepio em meu corpo.
Eu estava sozinha, mas me sentia completa e protegida, muitos pensamentos bombardeavam minha mente.
Avistei uma estrada, tive curiosidade para saber onde me levaria, mas ali eu permaneci sentada contemplando aquela paisagem por horas, com objetivo de entender aquela sensação de acolhimento e paz.
Era tão diferente da minha vida desperta! Eu sempre me senti uma pessoa insegura, ansiosa e solitária, mesmo diante a tantas pessoas amadas ao meu redor, além disso, eu me sentia desorientada e fora do contexto referente a tudo e todos.
O relato daquele sorriso.
Ele sai de casa todos os dias, pois os milagres esperam em todos os lugares para acontecer. Está é a vida onde ele reside: uma correria sem fim, mas sem pressa. Levanta cedo, toma banho, passa batom, faz "escova", calça os saltos, veste-se várias vezes, prepara café, e, finalmente, olha pela janela. O céu fez-se cinza, e para os dias que nascem assim ele comprou lápis de cor. Mas o que realmente importa não é o trabalho que vai desempenhar, a amiga que vai visitar, o namorado que vai beijar, a inimiga que vai odiar, pois o que realmente importa é o sorriso que a sua alma vai estampar. E com ele, doando-o pela rua, foi aproveitar a vida um tanto quanto injusta, mas que ainda assim é boa. E assim, honesta consigo mesma, edificando cada dia, progredindo em seus sonhos, amando incansavelmente, seguindo o seu caminho, ignorando os fantasmas do passado, deslumbrando do futuro, perdoando sem esquecer, e o melhor de tudo: sabendo que o melhor ainda está por acontecer. Fez do sorriso sua melhor companhia, a mais linda maquiagem, o mais puro presente, o mais sincero elogio, a marca das suas manhãs. E a pouco eles saíram juntos de casa com a certeza que hoje é o amanhã que sempre procuraram.
Um relato
Chove muito rio sobe rapidamente onde moro a casa de madeira fica em cima de
Córrego as madeiras que da sustentação da casa fica beirando o rio e quando enche o rio o lixo bate muitas vezes madeiras provenientes de desabamento ou um sofá velho ou outra coisa qualquer...
Enquanto dormimos a muito barulho parece vai derrubar tudo orações unicamente o que se tem a fazer... Ninguém vem nos socorrer...
De manhã acordo vejo não nada para comer.
Apenas um gole de café de ontem.
Saio para rua acho algumas latinhas de cerveja... E uma senhora joga fora mais algumas coisas acho um chuveiro velho...
No ferro velho vendo a balança está viciada então rouba pouco que consigo de um quilo sobra pouquinho não da muito compro um almoço mais não tenho todo dinheiro para pagar o dono deixa olhando com cara de mal gosto levo para casa divido com minhas irmãos. Hoje não tem aula não tem nada para comer saio novamente ai tenho ir mais longe está ficando tarde... Quando de repente cai mais uma chuva paro num padaria quando vejo na televisão da padaria minha casa sendo levada pelas águas do córrego minha mãe irmãos estão mortos. Agora que a da vida que sobrou nada apenas a vontade de viver.
EFEMERIDADE
Minúsculo flagelado
Pequeno Relato
Célula Viva
Descida Escorregadia
4 membros, uma cabeça e um tronco
Ainda frágeis, totalmente prontos
Começando a usar os membros
Falando e aprendendo
Brincando e sendo feliz
Sem pensar que a vida está por um triz
Logo vêm os conflitos, mudanças
Reconhecimento de Identidade
A vida passa
Já tenho muita maturidade
A inocência jaz
Resta experiência
A vida passa, já aparecem rugas faciais
E a vida num passo de um segundo
Já estou entre os especiais
A PRÓXIMA GUERRA
Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou
recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em
Roraima. Trata-se de um Brasil que a gente não conhece.
As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil
um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a
fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.
Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até
pessoas com um mínimo de instrução.
Para começar o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense, pra
falar a verdade, acho que a proporção é de um roraimense para cada 10
pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense,
piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto falta uma identidade com
a terra. Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é
funcionária pública, e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se
concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da
prefeitura é claro. Se não for funcionário público a pessoa trabalha
no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo. Não existe
indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do Território roraimense
é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%,
descontando-se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para
se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades. (Na
única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a
Manaus, cerca de 800 km) existe um trecho de aproximadamente 200 km
reserva indígena Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da
manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos
índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos
não sejam incomodados.
Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos
americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena,
diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e
autorização da FUNAI.
Detalhe: Americanos entram na hora que quiserem, se você não tem uma
autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A
maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas
a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de
algumas reservas encontrarem-se hasteadas bandeiras americanas ou
inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerds com cara
de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e
catalogá-las, mas no final das contas pasme, se você quiser montar um
empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí
camu-camu etc., medicinais, ou componentes naturais para fabricação de
remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas
japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos
típicos da Amazônia...
Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: É os
americanos vão acabar tomando a Amazônia e em todas elas ouvi a mesma
resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma
senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:
'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles
comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam.
Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que
fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde
iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.
A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de
nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de
nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão
libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já
estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da
fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o
pseudo objetivos de combater o narcotráfico. Por falar em
narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada
Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem Estrada para as
Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada,
principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar
um incidente diplomático)... Dizem que tem muito colombiano traficante
virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a
cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares.
Pergunto inocentemente às pessoas; porque os americanos querem tanto
proteger os índios. A resposta é absolutamente a mesma, porque as
terras indígenas além das riquezas animais e vegetais, da abundância
de água são extremamente ricas em ouro (encontram-se pepitas que
chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas,
minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO.
Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de
Socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao
presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa. É
pessoal, saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá
diminuir de tamanho. Um grande abraço a todos. Será que podemos fazer
alguma coisa???
Acho que sim.
Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique
sabendo desses absurdos.
Mara Silvia Alexandre Costa
Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.
Patog. FMRP - USP
Opinião pessoal:
Gostaria que você, especialmente que recebeu este e-mail, o repasse
para o maior número possível de pessoas. Do meu ponto de vista seria
interessante que o país inteiro ficasse sabendo desta situação através
dos telejornais antes que isso venha a acontecer.
Afinal foi um momento de fraqueza dos Estados Unidos que os europeus
lançaram o Euro, assim poderá se aproveitar esta situação de fraqueza
norte-americana (perdas na guerra do Iraque) para revelar isto ao
mundo a fim de antecipar a próxima guerra.
Fecham os olhos esses seres humanos, Flor. Digo-te, relato-te, a miséria é sempre se angustiar com o que de mais revelado está! Vida, Flor. Essa vida trêmula há de consumir as carnes dos homens, pois a desconfiança é sempre uma decompositora. Decompõe as carnes, decompõe o amor. Olhe, de que adianta mais um punhado de revelações, um a mais, se as pessoas insistem em grudar as pestanas; fechar os olhos! De nada vale a visão a um cego martelado, obstinado e cônscio, Flor. Consciente da própria estupidez, mas que prefere pôr-lhe um sorriso. Flor, pois, te digo: distancio-me, cada vez mais, pois sou eloquente! Separo-me da ambiguidade humana, pois sou fato revelado. Esculpido, completo; visão privilegiada.
Relato da noite em que tudo somente, era.
A mão era gélida e pequena. Magra. Posso senti-la enquanto escrevo. Sempre virando o rosto, fitando a porta. Procurando alguém. A mezinha e as cadeiras onde estávamos sentadas eram nojentas. As garrafas de cerveja estavam quase vazias, e os copos caídos. O lugar era apertado e barulhento. Muitas pessoas. Muita energia infeliz concentrada num lugar só. Posso sentir estas coisas. Eu era a única estranha ali. Estranha que digo é, saber certamente o que estava acontecendo no local. Minha irmã também tem uma percepção digamos que, boa. Mas estava desprendida, em termos de fragilidade, completamente. Todos estavam infelizes, mas eu era a única que não conseguia esconder este fato. A menina é magra, olhos castanho claro, creio que eles ficam às vezes verdes. Muito pequena. Insegura. No momento não estava sóbria. O banheiro deste lugar era pequeno e cheio de adesivos rebeldes na parede, pelo que eu me lembro. Havia dois homens suíços pagando bebidas para mim e para a minha irmã. Eram altos e tinham um cheiro de perfume caro. Antes de avista-la eu estava criando laços de uma noite só, deixando que o homem, loiro e alto, chamado Heitor, pegasse em meus seios. Ele parecia ser alguém de confiança. Era turista então não iria me ligar no dia seguinte, nem tentar criar vínculos. Antes quando tentamos conversar, tentamos, porque o português dele era péssimo e eu não sei falar a língua dele. Eu disse que tinha dezoito anos, ele compreendeu. Eu disse que era uma artista, e que não sabia direito como dizer coisas sobre mim, pois não sabia bem quem eu era. Ele me entendeu, fiquei besta. Quando fomos para este bar, onde disse que o banheiro tinha adesivos, ele ficou exitado com a música e resolveu dançar, já que todos estavam fazendo o mesmo. Eu como já havia trancado meus pensamentos num armário onde só permanecia, Ela. Não conseguia me importar com mais nada. E Heitor gritou: Levante-se, eres una artista, no? (Talvez tenha sido diferente, mas foi mais ou menos assim que aconteceu) Foi aí que uma mulher o beijou. Feia. Uns dez anos mais velha que eu. Adulta e baixa. Fiquei imaginando ele querendo ao envés dos lábios dela, os meus, rosados e com gosto de cigarro. Mas eu nem fumo. Fiquei por uns segundos pensando, de onde este homem veio, qual é a estória dele. O fato é que nos conhecemos. Nunca mais irei revelo. Nunca mais irei esquece-lo. A menina apesar de ter uma postura autosuficiente e um tom arrogante, sempre deixava escapar uns sinais de insegurança e infelicidade. Como por exemplo, o uso de drogas, e isto sempre tem uma porção de motivos. O efeito momentâneo é apenas uma desculpa. Ela praticamente é vítima de “suicídio inconsciente”. Isso é provocado pela baixa auto estima, mas como ela se protege deste fato em publico, se tornou orgulhosa até quando esta a sós consigo mesmo. Creio que alguém de sua família também tenha os mesmos aspectos. Sua mãe, talvez, não pelo uso de drogas, mas, pelos aspectos, somente. Problemas familiares e diversos costumes foram implantados em sua mente. Coisas que afetam o inconsciente e fazem com que a pessoa não saiba direito o que ocorre ao seu redor. Percepção inútil. Semelhante a uma criança que necessita ver imagens para entender um livro, pois não consegue criar imagens sobre o que esta escutando dentro de sua própria mente. Mal sabe o que esta ouvindo. Eu a vi na porta, olhando discretamente para trás. Tentando reparar em mim e no homem ao meu lado. Eu estava sorrindo. Quando ele se afastou ela veio me cumprimentar. Começamos uma conversa inútil ao pé do ouvido, inevitável pois o lugar estava contagiado pelo som alto. Pude encostar meu rosto brevemente no dela. Era fria e branca. Olhava para o nada e bebia a cerveja rápido como se fosse água, com uma vontade incontrolável de se afogar ali. E logo depois olhava para a porta. Quando segurei sua mão, ficamos em silêncio, pude compreender que nosso próximo encontro, será introspectivo. Ela não é arrogante, só parece ser. Ela sabe confundir os outros. Mas comigo ela não obteve sucesso. Das poucas vezes que eu a vi, pude interagir com seu lado interior, seu lado perdido, seu lado frágil sem que ela percebesse. Pois sei que tenho o dom da camuflagem, sei ficar invisível quando necessário. Não seja idiota. Invisível que digo, é ficar invisível interiormente. Nada me afeta quando uso o poder da camuflagem. Se no momento me perguntassem o que estou sentindo. Iria responder:
Sinto fome e uma enorme vontade de abraçar alguém. Sinto também um pouco de sede, e um frescor apesar do dia estar ensolarado. Ontem choveu. Eu estava cantarolando a música “Crying in the rain” quando começou a respingar as primeiras gotas em mim pela minha janela. Mas ao contrário do que diz a música, não sou orgulhosa e também não chorei na chuva. Também sinto o cheiro de comida vindo da cozinha. Ouço o miado de um gato e o latido estranho do meu cachorro. E ouço também um som extravagante de um carro que acabara de passar em minha rua. O barulho do ventilador. A voz da vizinha gritando. Celular tocando. Pássaros.
Retomando ao lugarzinho infeliz onde toquei o rosto da menina brevemente com o meu, posso acabar dizendo que ela não foi pra pousada onde os homens estavam hospedados, ela não foi comigo e com a minha irmã, mas foi com certeza cometer mais um “suicídio inconsciente”. Voltei pra casa chorando. Emfim. Se perguntassem o porquê da minha extravagante ilusão de querer entrar em frequência com os sentimentos dela, eu responderia: Porque ela é igual, igual e faz parte de mim. Não passou despercebida por mim, como muitos costumam passar. O que me chamou atenção foi o fato dela não ter nada de especial. Ela não se parece comigo, provavelmente não entraríamos em uma boa concordância verbal. Ela não tem conhecimento sobre nada do que eu acredito. E eu particularmente costumo dar valores em pessoas que me entendem, e que possuem algo em comum com as minhas loucuras. E ela não tem nada em comum comigo. Mas com certeza nos conhecemos talvez em um outro plano, tal plano que ela estivesse consciente e não tão perdida e exausta.
Emfim. Era fria. Como se tudo em volta de si fosse desimportante. Estamos todos no mesmo barco, eu diria a ela. Não me importo, ela diria.