Reflexões sobre Sonhos
Não há sonhos.
Não há planos.
Esperança não há...
Não por enquanto.
Futuro? Há.
Hei de, uma hora, tocar o barco.
Hei de tirá-lo do cais da desilusão.
Já faz um tempo que a distância me perturba. As noites não são as mesmas, mudaram os sonhos, os pensamentos. Você tá aí e eu tô aqui, pensando em você, em nós, no que vivemos. E a saudade? Ah! Ela tá me matando por dentro quase o bastante para que eu caia no choro mas eu nem posso e nós dois sabemos porque. Eu sinto uma necessidade tão grande de te ver, te abraçar. Uma saudade tão grande da sua voz, não por telefone mas sim, pessoalmente. Saudade do seu cheiro. Esse cheiro que eu já decorei e que ás vezes acho que estou louca por sentir ele no ar. O nome disso é vicio. Sou completamente viciada no seu cheiro, no seu beijo, em você. E agora o quê que a gente faz?
Aninho os meus sonhos no peito, e envergo minha alma para que se encaixe em meu corpo que aos poucos vai perdendo a elasticidade da juventude, e na penumbra do quarto saem pensamentos borrados que pintam vitrais disformes do tempo...
Você não tem a capacidade de mudar ninguém,
mude seu jeito de ser só assim pode caber nos sonhos de alguém!
Tua alma é quem carrega teu destino. Presos a tua alma estão teus sonhos, reflexos dos teus desejos.
Flávia Abib
Teus sonhos são do tamanho que você deseja, grandes ou pequenos, complexos ou simples... teus sonhos nascem do propósito da tua alma e se realizam pela vontade do teu coração.
Flávia Abib
Às vezes você bagunça minha razão, invade meu coração, leva embora minha emoção. E eu me sinto perdida!
Às vezes você bagunça minha razão, invade meu coração, leva embora minha emoção. E eu me sinto perdida!
Flávia Abib
Sonhos aposentados (parte 01)
Seu marido havia morrido, nem sabia quando, em que dia,
de que jeito, simplesmente morrera, sem anúncio fúnebre, sem
santinho em branco e preto, morreu sem dores, anestesiado, acima
dos lamentos.
Agora ele vivia de alma emprestada.
Deus sabe de quem, esperando sei lá o quê, talvez secar
esfarelar, virar húmus, voltar a terra.
Quis ressuscitá-lo à vida, abriu as janelas que deram vista às
montanhas ondulando, pés de café para que ele percebesse o ciclo
da vida, mas quando chegava cerrava todas as ventarolas com frio,
muito frio.
À noite, deitava com as mãos geladas, cruzadas sobre o peito,
era seu único movimento, e de madrugada exalava de sua boca um
hálito esquisito de fundo de baú, cheirando a curtume.
Agora, esposa tinha certeza, ele havia morrido mesmo.
Ele levantava, dizia exatamente a mesma coisa, vestia as
mesmas roupas, os mesmos sapatos, as mesmas meias. Caminhava
pelo mesmo corredor ao trabalho, dia a dia, cumprimentava as
mesmas pessoas com as mesmas faces doentias, os mesmos assuntos
e recortava e dizia as mesmas palavras. Não acrescentava, não
diminuía, era linear, hermético, impermeável, morno, quase frio,
pois ainda não estava completamente morto.
Sua face endurecera, não esboçava nada, nenhuma estação,
era dura como porcelana. Seus cabelos caíram e ralearam, a pele
ficou manchada de pintas que mais pareciam pequenas necroses.
Passou a ficar pálido, leite, quase transparente, às vezes
custava a perceber sua presença translúcida.
A casa também começou a mudar lá dentro; um frio intenso
que toda criação, gato, cachorro, papagaio, passarinho e pensamento só
ficavam e chegavam até a cozinha, onde o fogo a lenha espalhava calor.
Não podia mais amá-lo porque o frio dele cortava-lhe a pele,
e o calor dela derretia seu corpo.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Os garotos jovens, alimentavam sonhos inocentes (ou nem tanto), a respeito de terem consigo uma garota como aquela, marcando presença, imponência onde estivesse.
O VENDEDOR DE SONHOS
Conheci em uma bela noite ,
Um vendedor de sonhos,
Seus sonhos eram fantásticos,
Não eram sonhos doces, que vendem em padarias,
Eram sonhos mágicos, raros, caros,
Em cada lugar na sua bolsa preta,
Tinha um sonho pra vender,
Todas queriam comprar sonhos,
Princesas, rainhas, mulheres comuns,
Todas, todas tinham sonhos,
Ele também tinha seus sonhos,
E era através das vendas,
Ele realizava os seus,
Eu comprei logo meus sonhos,
Outros encomendei,
Com o vendedor de sonhos,
Muitos sonhos vou viver,
Ajudando ao vendedor,
Viver os dele também…
Entre os meus , sonhos e as estranhezas em torno dessa pandemia, prefiro ficar aqui em silêncio prorrogando as minhas verdades.