Reflexão de Tempo
Alfétena II - Ómma
"Os olhos, como janelas de um mistério profundo, desvelam a dança das estrelas perdidas, onde cada piscar é um sussurro do universo em sua forma mais íntima."
Eis a profunda tristeza que o tempo, sob sua forma melancólica, impõe a estes olhos envelhecidos e opacos: uma névoa opressiva e inexorável que encobre o caos primordial como uma cortina obscura. A cada instante, o vislumbre de outrora se desvanece, como um grito silenciado, perdido nas sombras abissais.
Diante de tal agonia, o silêncio é um testemunho desta calamidade que permeia os limites da existência, onde, por fim, também jaz, deixando muito pouco. Não restam vestígios, apenas a mera lembrança de um esplendor há muito extinto.
Assim, o tempo esvai-se, e o silêncio amarga seus segredos, como um abismo inerte.
***Mais Um Dia**
Rami , acordou com o toque do despertador e sentiu, como sempre, o vazio ao seu lado. O travesseiro onde Adam, costumava dormir ainda tinha o leve perfume dele, mesmo meses depois que ele havia partido. Ela puxou o cobertor um pouco mais, como se pudesse esconder o vazio dentro dela, mas o dia precisava começar.
"É só mais um dia", pensou.
Enquanto caminhava até a cozinha, as memórias insistiam em se misturar aos passos. Lembrava-se de como eles costumavam preparar o café juntos, a risada de Adam ecoando pelas paredes da casa enquanto ele fazia piadas sobre suas manhãs preguiçosas. Rami abriu o armário, pegou a caneca favorita dele e, por um instante, hesitou. Aquele ritual parecia sem sentido agora, mas algo a fazia repetir os passos, talvez na tentativa de se sentir próxima dele outra vez.
Ela saiu para o trabalho e, a cada esquina da cidade, alguma lembrança surgia – um restaurante onde almoçaram, a praça onde sentaram para conversar até o anoitecer, o café onde planejavam os sonhos que jamais aconteceriam.
Ao longo do dia, as pessoas ao redor de Rami não percebiam o que se passava por dentro dela. Para eles, era apenas mais um dia normal. Mas para Rami , era mais um dia sem ele. Um dia de dor silenciosa, de um desejo calado de que, de alguma forma, ele pudesse entender a falta que fazia.
Naquele fim de tarde, sentada no parque onde sempre passeavam, ela olhou o pôr do sol e tentou se convencer de que o tempo iria curar tudo, que a saudade um dia se tornaria apenas uma lembrança. Ela sabia, porém, que algumas marcas ficam mais profundas, e que o coração demora para aprender a andar sozinho.
Mesmo que ninguém percebesse, Rami sabia que cada dia era uma batalha. Ela apenas respirava fundo, murmurava para si mesma que tudo ficaria bem... e, então, seguia em frente.
Evangehlista Araujjo O criador de histórias
● A Ilusão da Permanência e o Chamado à Essência
Quantas vezes confundimos o brilho do ouro com o valor da vida? Nos prendemos ao tangível, ao material, como se isso pudesse definir quem somos ou quanto valemos. Mas será que os muros das nossas conquistas físicas não escondem o vazio de uma existência sem propósito?
O que são os títulos, as posses, as honrarias, diante da brevidade de nossa passagem por este mundo? Cada diploma, cada bem acumulado, é apenas um lembrete do que o tempo pode consumir e do que ele não poupa. O homem que busca sentido no poder e no status encontra, ao final, a solidão de uma narrativa incompleta.
A sabedoria não é medida por linhas em um currículo, mas pela profundidade com que tocamos as vidas ao nosso redor. A verdadeira inteligência não está na acumulação de conhecimento, mas na capacidade de utilizá-lo para criar pontes, aliviar dores e semear esperança, mesmo entre aqueles que nunca saberão nosso nome. O que é mais nobre: ostentar aquilo que o tempo destrói ou viver de forma que o legado de amor, respeito e transformação desafie a própria mortalidade?
A vida é agora. Não é uma promessa, não é uma espera. É o pulsar de cada segundo, o som silencioso do coração que bate e o instante que escorre como água por entre os dedos. E quando olharmos para trás, o que queremos encontrar? Um inventário de bens perecíveis ou uma história de significado e impacto?
Tudo aquilo que acumulas - carros, casas, títulos; tornar-se-á poeira. Mas aquilo que semeias em gestos de compaixão, sabedoria e amor, isso, sim, atravessará gerações. Acorda! O agora que tens em mãos é tudo o que te foi dado. Não o desperdice com o ilusório, com o passageiro. Respeita o próximo, ama-te a ti mesmo e faz da tua existência um reflexo de tudo o que é eterno.
Porque, no final, a única coisa que deixamos neste mundo não é o que possuímos, mas o que somos para os outros.
Tu és efêmero, mas tua essência pode ser imortal. A escolha é tua: viver pela aparência ou viver pelo impacto. Que farás com o instante que tens agora?
#Viva Direitinho
Aniz
Aí o tempo resolve brincar de esconde-esconde e a gente correndo atrás tentando achar o esconderijo de nossas vidas...
É comum reclamarmos da falta de tempo. Particularmente, gosto de compará-lo com a areia, não dentro de uma ampulheta, onde chove seus grãos, paulatinamente, sob o peso monótono da gravidade. Mas, como se estivesse em nossas mãos, quanto mais o apertamos, mais ele escapa por entre os dedos.
Somente a serenidade do bom observador é capaz de formar lacunas entre o espaço e este respeitoso senhor: o Tempo.
Gosto de pensar que ele é um bom amigo, não um rival que vive jogando contra. Mas um amigo que nos segura numa conversa gostosa e só arranca de nós a melhor risada.
Então, assim como selecionamos as amizades, selecione formas de estar na companhia deste mestre, que só ensina.
Aquilo que nos prende, quando nos sentimos livres, para fazemos o que amamos é a ponte da felicidade.
Era engraçado como as vidas podiam se emaranhar, como tantas vidas podiam tocar em você apenas para desaparecer na manhã seguinte.
A ansiedade é o destruidor sutil e penetrante da nossa felicidade. Ela depende de pensamentos sobre o passado e o futuro, não pode existir no presente.
E naquele lugarzinho perto ao mar, é tudo que eu preciso para relaxar, e assim então, minha alma se acalmar.
É estranho, como você não tem ideia de quão longe chegou até que, de repente, não consegue encontrar mais o caminho de volta.
Sei que meu tempo é escasso para realizar tantos sonhos e ainda consumo grande parte dele refletindo sobre isso
O que é ser bom?
Imagina, você chega em uma entrevista de emprego, você tem todas as qualificações para o cargo, mas o contratante fala que você é bom que gostou do seu currículo, mas ele diz que não te contrata. Ou talvez um cliente te encher de elogios dizendo que você é o melhor, que tem o preço bom, mas que não vai contratar o seu serviço. E no amor? No amor fica mais difícil ainda de entender, você passar a conhecer o seu parceiro ou parceira, passa a acostumar ligações, o som da voz, com às risadas, tudo quase perfeito, e chega um momento que o mesmo diz você é bom, me sinto bem ao seu lado, mas não dá pra continuarmos. Estranho né?
O que é ser bom?
Quando falamos que alguém é bom será que damos a importância ao significado de ser bom?
De repente você acha sua mãe boa, mas você dá valor a isso? O trata como ela realmente merece?
Então vamos valorizar o que realmente é bom e vamos parar de mimimi.
O problema é que a gente sempre espera que o outro dê o primeiro passo para que possamos dar o nosso, e assim a gente vai tropeçando em nossas próprias pernas e o relógio voa com os seus ponteiros derradeiros como num galopar de cavalos selvagens e misteriosamente imponentes aguardando o apito para a corrida do meu e do seu tempo.
Cada pedaço do universo esta escrito na vida de cada um, a mente relembra todo momento passado, e almeja todo futuro, isso nunca mudará, é a essência do viver.