Quando a Chuva Passar
Talvez cada gota dessa chuva é uma oportunidade, uma situação que deixei passar, uma palavra que eu não disse ou um sorriso que não dei, a chance que eu tirei de você de mudar o final, uma vida que não escrevi. Porque tudo que eu faço é por impulso, preso ao passado não consigo seguir. Andar para frente olhando para trás só me faz cair, cair em um esquecimento. Quem sabe eu sou uma palavra nunca dita antes, um sentimento que não foi sentido, um ar que não foi respirado ou simplesmente essa gota que caiu no chão e se junta às demais pelo simples fato de não possuir uma razão única para existir ou que decide fazer isso simplesmente por ser mais simples começar novamente um ciclo sem fim onde um dia, talvez um dia, consiga seguir para algo ainda não conhecido...
Passarinhe-se.
Vez ou outra se encolha lá no alto do galho.
Espere a chuva passar,
respeite o tempo que a tudo rege.
Depois chacoalhe o corpinho e espalhe as gotas que lhe inundam e pesam.
Então, abra as asas e voe.
Ganhe o largo.
Passarinhe-se.
Definitivamente, passarinhe-se.
"Só quero retornar para o mar, me deixem passar." Disse a água da chuva aos homens de um certo lugar.
"Nada como uma fina chuva
para irrigar o pensamento...
Romantizar o momento...
Passar o dia lento..."
E se tudo o que temos for este momento?
E se tudo o que temos for até a chuva passar?
Até sua carona chegar?
Até o dia em que eu morrer?
E se tudo o que temos for este olhar pela janela?
Eu topo o que temos.
Me visto com retalhos de papel crepom multicoloridos, pois se vier a chuva consigo passar despercebido, com a pele de todas as cores.
Lá vem a chuva, para lavar o pensamento de você, sim
Lá vai a dor e tudo o que você me fez passar
Fui tão idiota por você, não sei o que fazer
Aí vem a chuva, ajude-me a esquecer o seu nome
CÉU NUBLADO
Se o tempo já fechou
E a chuva vai chegar
Se proteja nesse dia
Logo tudo vai passar
Céu nublado e dia frio
Recife sombrio
O mistério está no ar
Você já imaginou a magia de ouvir a água da chuva caindo no telhado, o suave canto dos pássaros ao amanhecer, ou o sussurro do vento nas árvores? Esses sons, que muitas vezes passam despercebidos, são dádivas que conectam nosso coração ao mundo ao nosso redor. O poder de ouvir vai além do som; ele nos permite sentir a vida, captar emoções, e entender o que palavras não conseguem expressar.
Mas e aqueles que não podem ouvir? Para eles, os sentidos se expandem, e a comunicação ganha novas formas, como a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), que é um verdadeiro ato de amor e inclusão. Através dela, o sentir se transforma em gestos, o ouvir se traduz em expressões, e a conversa acontece em um nível profundo, onde as mãos falam e os olhos ouvem.
A importância de sentir, ouvir, e se comunicar em LIBRAS nos ensina que a verdadeira conexão vai além dos sentidos tradicionais. Ela está na vontade de entender, de partilhar, e de se fazer presente na vida do outro, seja por meio dos sons, dos gestos ou dos olhares. Que possamos valorizar cada uma dessas formas de comunicação e lembrar que, no fundo, o mais importante é o laço que criamos com quem amamos.
Esperar a chuva passar
e o céu glorioso se abrir,
com você eu sei como
e para onde devemos ir
seja no topo da montanha
com o som do carro
ligado nas alturas
enquanto tocamos estrelas
ou estar presente sempre
quando lê os meus poemas
com você sempre sei onde
ir porque olhos nos olhos
o fluir de um pertence
ao fluir do outro a impelir
rumo a direção ainda
mais alta ou a mais profunda
que nos leve a colocar a expectativa
sobre uma Acropora subulata
esférica potente para que nada
nos alcance e tudo em nós
seja mantido sob proteção oceânica.
Quando a chuva chegar, você terá duas alternativas: esperar ela passar ou ir dançar na chuva. Eu prefiro a segunda opção, porque as gotas de água caindo lavam minha alma e fazem meu coração florir.
O segredo não é a paciência em esperar a tempestade passar. Mas se propor a sair e se molhar por aquilo que acredita.
O que realmente é em vão
É passar toda uma vida
Atrás de uma parede escondida
Invisível e rígida
E não se deixar banhar
pela chuva da emoção.
Perdi a placa dianteira do carro ao passar por uma rua alagada pelas chuvas de março.
Foi na rua Virginópolis, esquina com Abel Cabral em Nova Parnamirim próximo a BR101 sul na Grande Natal-RN. O alagamento era Dantesco, mas resolvi arriscar. Era cedo da manhã do dia 29 de março 2018, chovia muito e depois que se entra em alagamento não é possível retroceder, manter a aceleração e torcer para tudo dar certo. E deu, mas a placa ficou e nem vi. O motivo principal para a placa cair é o fato de que a água exerce uma forte pressão na parte mais baixa do carro fazendo com que se quebre ou solte o parafuso da placa dianteira onde acontece todo o repuxo. O alagamento tomava conta de mais de 50 metros da rua que fica numa baixada exatamente onde está o Condomínio Renassence, 58,com vários majestosos blocos de apartamentos. No dia 31 voltei àquela rua na esperança de encontrar a placa. Não tinha mais água e nem parecia que houve alagamento. Resolvi parar diante do Condomínio Renassence e perguntei pelo interfone se por acaso não haviam visto a placa do meu carro na rua após a água ter escoado. Para minha surpresa a moça que atendeu disse que um servidor do Condomínio havia coletado cerca de 30 placas de carros que foram arrancadas pela força da água em frente ao Condomínio. E lá estava a minha placa, digo a placa do meu carro, PXV5925, inteirinha. No momento havia exatas 21 placas de automóveis que se arriscaram em passar no alagamento. Achei fantástico. Alguém se preocupou em recolher todas as placas que estavam no leito da rua e guarda-las cuidadosamente a espera que o dono acredite nesse milagre urbano e venha busca-la. Foi na páscoa. O ressuscitar da fé.
Pare,
olhe ao redor...
sinta a brisa,
veja a beleza ofertada
pela natureza,
ouça o canto dos pássaros,
molhe-se com as gotas da chuva
ou experimente o calor do sol
que desponta lá no horizonte...
Acorde,
acredite,
tudo vale a pena
quando você tem uma alma
repleta de querer...
VIVER, SENTIR, SER,
AMAR, CUIDAR, OLHAR,
OUVIR, EXPERIMENTAR...
Queria passar um tempo
numa casinha simples na praia
desfrutando de alguns bons momentos,
às vezes, ficaria sentado na frente
apreciando o mar
com vaivém de suas ondas,
os pássaros de asas abertas
usufruindo de suas liberdades
e os raios de sol como fios de ouro
deixando ainda mais rica aquela imagem,
não precisaria de muito luxo,
aproveitaria até em dias nublados
com a chuva molhando o meu rosto
e lavando a minha alma,
um cenário bastante satisfatório
daqueles que o ânimo e a fé restauram.