Protesto
Black Voice -Adriel B.
Não existe o conceito de justiça!
Quando só o inimigo é ouvido,
Enquanto se contorce de dor,
E se oculta o gemido do oprimido.
Os tempos trouxeram a vista,
O que outrora foi esquecido,
Voltou a estar à tona,
O problema não resolvido
Chega de ficarmos com migalhas!
Queremos nos juntar a mesa.
É hora de repararem as falhas,
Antes que o mundo de novo esqueça.
Vidas negras importam!
Gritam as ruas todas,
Desejamos de volta o destaque,
Roubados de nossos moços e moças.
Nossos braços não serão abaixados,
Manteremos nossos punhos cerrados,
Voltaremos para aquilo que nos pertence, o trono,
Que um dia retiram de nossos antepassados.
O sonho de Dr King permanece vivo ,
Esta chama jamais será apagada,
Pois não haverá a paz sem este motivo,
Almejamos a volta para “nossas casas”.
Chega de estarmos afastados!
Jogados para os guetos,
Estamos regastando,
O orgulho de ser preto.
Os açoites serão devolvidos
E virão em formas de letras.
Verão que somos evoluídos,
Lotaremos das universidades,
Todas as carteiras.
Não necessitamos de suas cotas,
Utilizadas para aliviar suas culpas,
O que foi feito não será reparado,
E lembrar fortalece nossa luta.
Cansamos de sermos enquadrados,
Fazer parte de estereótipos,
Como se pudessem identificar suspeitos,
Simplesmente pela melanina de corpos.
Chega de buscar representatividade!
Devolvam os nossos postos.
Até quando terá que ser novidade,
O preto com sucesso em seu negócio?
Não quero que meu filho deseje ser branco,
Por ver apenas isso em comercias,
Quero mostrar para ele,
O quanto nós somos legais.
Construímos esta parte do planeta,
Com preço de nosso sangue,
Não quero ver mais um irmão meu morto,
Julgado sendo chamado de mais um preto de gangue.
A high society vê os protesto assustada,
Olha que isso não é nem um por cento,
Do que ver famílias destruídas,
Quando de sua terra foram arrancadas.
Chega de opressão!
Chega de ficar calado!
Se a liberdade não vier,
E melhor dormir do que continua acordado.
Chega de vermos Floyd no chão!
Chega de João Pedro sem solução!
Chega de Arbey caído, sem ação!
Chega de Amarildo sem caixão !
Deixem viver nossos Martins,
Não calem nossos Malcon X,
O lugar é de Rosa Parks,
O que veio em protesto,
Virá também como arte.
Fazer carreata em automóveis confortáveis, buzinando enquanto desfruta do sistema de som e do ar-condicionado e protestando para que pessoas pobres sejam compelidas a voltar ao trabalho (não essencial) em plena pandemia, espremendo-se em trens e ônibus lotados é de uma cretinice inacreditável; típica atitude escrota de quem não dá a mínima para a vida humana.
enquanto falarmos de violência
ela irá existir
enquanto cultivarmos ódio
mais ele irá nos destruir
enquanto falarmos de preconceito
ele persistirá expandir
enquanto brigarmos por paz
mais bombas irão explodir
na guerra que você começou
na reação que o igualou
o tempo passou
e mais discórdias você comprou
e uma vítima, sangue derramou
criaram dias para conscientizar
marchas pra nas ruas protestar
matam
denigrem
prendem
oprimem
toda uma vida pra outras preservar
presenteiam-se com hidras de lerna
onde lobos e cordeiros com tacapes governam
uns clamam por paz
outros guerreiam por ela
lutam por direitos
enfatizam mais preconceitos
nascem inocentes
e morrem indecentes
fazem justiça com suas próprias correntes
religiões
culturas e nações diferentes
lamentam com a mesma dor
em nome de uma cor
falando de diferenças para mais surgir
de racismo para mais ressair
cortando a pele para se ferir
não entendem que o preconceito só irá se extinguir
quando o coração também evoluir
Está errada a educação que não reconhece na justa raiva, na raiva que protesta contra as injustiças, contra a deslealdade, contra o desamor, contra a exploração e a violência um papel altamente formador. O que a raiva não pode é, perdendo os limites que confirmam, perder-se em raivosidade que corre sempre o risco de se alongar em odiosidade.
Caramba! Como eu achava que com o grito poderíamos mudar o mundo. Até faz uma pequena, mas superficial diferença, mas em suma, temporária.
Os protestos de massa que estão se tornando parte do cotidiano norte-americano são uma reação contra a submissão emocional que atrela o homem à máquina.
Me deixa ser louco,
me deixa ser solto.
Ser livre, amar feito um bobo.
Deixa voar nas minhas ideias,
querendo se apresentar
para várias platéias.
Cabeça nas nuvens, cabeça na lua.
Com o vento na cara,
o mundo flutua,
correndo nessa rua.
É disso que vive o criativo.
De repressão, é o maior fugitivo.
Me deixa mostrar quem eu sou,
o que eu quero passar,
por onde andei.
Não me sufoca.
Foi sobre esse caos, que lhe contei.
Arte, nunca te degradei.
Afasta de mim esse cálice,
que hoje, já não posso mais.
Hoje, é revolução, é opinião.
É o fim dessa idealização.
Por que essa arte, superou tudo
até qualquer tipo de intervenção.
“O nível do mar protesta, lá da linha do horizonte, as classes sociais.” Osman Matos (de seu livro, Bolhas de sabão)
Sou a tempestade
Do deserto,
A história próxima
De um povo refém
De um Estado em
Total obscuridade.
Dos porões da China
Ouço gritos uyghurs
Sendo torturados,
Dobra intrépido
o sino de metal,
Não posso fingir
Que nada sei,
Não sou cúmplice
Do silêncio letal.
Poucos têm noção
Que ainda existe
Sem algum perdão
Neste giramundo
Para quem quiser
Com os próprios
Olhos constatar:
Os tantos campos
De concentração.