Prosa Amizade
...
Tão bom quanto ruim
Saber que sou tanto
Para tão pouco
Tão bom quanto ruim
Saber que meu canto
Vai me deixar rouco
Tão bom quanto ruim
Saber que seu espanto
Vai me deixar louco
Tão bom quanto ruim
Saber que meu acalanto
Embala tampouco
Tão pouco
Tão rouco
Tão louco
Tampouco
Tão poesia quão prosa
Saber que meu pranto
Regou sua rosa
Tão poesia quão prosa
Saber que seu manto
De linho airosa
Tão poesia quão prosa
Saber que, no entanto
Tem mente invejosa
Tão poesia quão prosa
Saber que, entretanto
A inveja é onerosa
Meu pranto
Seu manto
No entanto
Entretanto
Paixão é um instante: é um estalo de luz que desabrocha no coração a partir dos entre olhares. É o oceano que transborda a terra em instante de dilúvio emocional.
É uma maravilha!
Tudo brilha em cores quentes e o que importa é manter este
carnaval que bate no peito provocando suspiros rítmicos em
samba!
Ah! Minha bela amada. Como desejo consumir este raro Eros que ainda guardo no coração; mas o bloco dos iludidos já se foi, e encontraram, os iludidos, outros amores; Mas ainda continuo aqui.
Silenciosamente absorto em metafísica continuo aqui.
Fevereiro passou; e ainda continuo aqui.
Devaneio à meia-luz ao materializar sentimentos em palavras, e sem querer faço alquimia ao dissolve-las em seu balsamo impregnado nas minhas reminiscências.
Seguramente faço contrassenso ao entrelaçar palavras vis com sentimentos sublimes, logo reativamente as cores quentes congelam ao mesmo tempo que as neutras degelam.
Ainda que sem tempero ou sabor meu tamborim ecoa a ti, ainda que em vão.
O POEMA E O TEMPO
Foram dias de tamanha imaginação,
Acordar e saber qual seria o tema,
Eleito entre tantos, ao novo poema,
Acordar, te ver e ouvir todos os dias,
Era uma alegria vinda do fundo do coração,
Dois dedos de prosa e pimba...
Vinha na memória a ideia mais clara,
Passada a limpo, traduzida tão rara,
E tudo ganhava forma e rima,
Versos transcritos no carinho no brilho do teu rosto,
Cada palavra ganhando vida como a vida que produzia em mim, tua voz,
Que vinha de um som bem fina,
E eu me perdia pensando em nós,
Escrevia enquanto lá fora a neblina,
Escondida entre nuvens e raios do sol que de mansinho,
Como um gigante abria o caminho,
O astro rei então surgia,
Tazendo um lindo dia,
E nós não vimos a noite passar,
Nem o dia clarear,
Somente nossas longas conversas,
Inspiravam outras sensações,
Transbordavamos de emoções,
Que essas mesmas palavras,
As tuas a mim provocavas,
Emoções que ficaram guardadas,
Numa gavetinha, trancada a sete chaves,
Emoções perdidas no meu coração,
E que ainda permanecem sem uma clara definição,
Para abrir essa gavetinha,
Escrever novas páginas ou apenas uma nova linha,
Um novo verso, novo trecho,
Do poema que permanece inacabado, guardado,
Sem saber se serás o presente,
Ou se farás parte do passado?
Emoções perdidas às avessas,
Pela imensidão de sentimentos,
Que surgem a todo momento,
Quando o barulho das ondas do mar,
Despertam- me para um novo dia,
E assim permanece esse poema,
Esperando surgir nova inspiração,
Para concluir essa divina sensação...
Amor, saudades, encanto,ou paixão?
O tempo será a solução...
O bela dama,
sua língua afiada me arranha,
Enquanto sua pele me chama,
Perto de você queria estar.
Sua boca com um batom vermelho,
Que me lembra rosas de um floreiro,
Que eu adoraria cultivar.
Seu cheiro me marcou,
Então quando a noite chegou,
Abracei o casaco que com você usei.
Seu rosto tão lindo e fofo,
Esse olhar que me afunda em fogo,
Porém tenho medo de queimar.
Enxerga minhas qualidades e defeitos,
Tudo em seu corpo é perfeito,
Só em você consigo pensar.
Então quando crescer suas asas,
Em vez de apará-las,
Lhe ajudarei a voar.
Perto de você me sinto confiante,
Ainda sou iniciante,
Nesse tal amar.
Seu jeito me deixa abonado,
Talvez esteja apaixonado,
Por quem sou perto de você.
A pessoa que me deu tanta liberdade,
Me trouxe felicidade,
Eu só a queria ter.
Mas sabemos que isso é difícil,
Você me vê como amigo,
Então deixo como está.
~Luiz Feliphe Reis Giglio~
Súplica Muda
Para fora
Para longe
Já foi embora
Em uma falta de firmeza
Permaneceu sem mudança
E perdeu por fraqueza
Chorou
Implorou
Clamou pela volta
Em uma súplica calada
Procurando sem sentido
Em um quarto sem mais nada
Levante-se
Faz alguma coisa
Perde o medo da vida
Perde o medo do pensamento
O pensamento de outras pessoas
Percebe
Que no fim já não importa
Que não deve nada ao outro
E que o sofrimento lhe devora
E que no fim das contas
Necessita colocar tudo pra fora
Se decide
Define a meta da felicidade
Corre atrás do que já foi
Em busca da liberdade
E da sua própria vontade
Entra na luta
Vai contra a sociedade e suas condutas
E argumenta incessantemente
Deixando de lado todo pudor
Rogando para que no fim
Tenha de volta seu grande amor
Pedaço de mim
Não te vejo!
sinto você,
seu cheiro e
ouço seu choro.
sinto seu calor,
suas mãozinhas
e seu olhar.
Sem te ver,
consigo todos os
dias te abençoar e abraçar.
Laço sanguíneo pedaço
de mim. Te amo tanto!
O tempo não apagará
esse vínculo sagrado,
Pois você é o
presente que
Deus deu pra mim.
Vovó do Isaac ♥️ Rosânia Almada
Mais uma vez.
É tão chato amar, e não ser amado.
É tão triste se doar, e não ser aceito.
Por mais que a gente queria ficar bem, a tristeza e, a dor de ser rejeitado, nos tira todo o chão abaixo de nossos pés. Parece que essa tristeza e dor, nunca chegarão ao fim.
De repente, quase sem querer, bate uma vontade de chorar.
As lágrimas surgem no olhar e, a toda hora, pedimos a nós, que ninguém perceba e pergunte o que temos, e o que está acontecendo, pois, se isso acontece, não há como segurar as lágrimas, elas começam a rolar.
A gente não quer falar com ninguém, só queremos ficar sozinhos até a tristeza ir embora.
Isso é o que achamos que queremos, mas, na verdade, o que queremos, é que a pessoa amada chegue perto de nós, e nos diga: — “está tudo bem. Eu estou aqui. Eu gosto de você”.
Vai ser difícil superar esse momento, mas sei que preciso dar a volta por cima.
Muitas pessoas dependem disso e, esperam por mim.
Mas nunca conseguirei apagar ou esquecer, tudo o que sinto por você.
Perdoe-me pelo modo como reagi, após ter a certeza de que não poderei ficar esperando um dia, você se entregar a esse amor.
Obrigado por me permitir ter momentos tão especiais ao seu lado.
Jamais os esquecerei.
Jamais te esquecerei.
Esperar...
Esperar você ligar para ouvir-te dizer que sente minha falta, que não para de pensar em mim também, assim como eu penso em você.
Esperar-te mais uma vez para receber seu abraço e seu carinho.
Espero-te todos os dias, todas as horas, minutos e segundos.
Espero ver sua visualização em meus status a todo minuto e, é tão frustrante não ver que você visualizou, mas mesmo assim continuo olhando para ver se você viu.
Os números de visualizações só aumentam, mas nada de você aparecer para acalmar o meu ansioso coração que só espera por você.
As vezes tento te castigar, mas percebo que quem mais sai castigado sou eu.
Finjo não me importar e nem sentir sua falta, mas isso só aumenta ainda mais a minha dor que sua ausência e seu silêncio me trazem.
Tento entender o que se passa com você para poder de alguma forma acalmar este meu coração aflito que só quer tê-la.
Sempre prometo para mim mesmo e, às vezes para você também que mudarei minha atitude infantil, mas não consigo.
Não consigo entender o que acontece comigo, e sempre que tento ser forte percebo que sou fraco tanto quanto uma criança recém-nascida e que dependo muito de você, do seu carinho e sua atenção.
Seu cuidado e preocupação para comigo é imprescindível para o meu bem-estar.
Não sei por que, mas gosto de ouvir sua repreensão por algo que fiz errado e, quando me olha com aquele olhar de desapontamento e espanto finjo não ligar, mas no fundo no fundo sinto que sou importante para você, e por isso é que me olha assim as vezes.
Agora, neste exato momento sinto que meu coração já até se acalmou um pouco mais só em lembrar que você ainda se importa comigo e que por mais que eu me faça de infantil sempre terei uma nova chance de ter sua aprovação e satisfação em me ver crescer e amadurecer um pouco mais.
Espero ter sua atenção e carinho sempre comigo.
Perdoe-me mais uma vez.
Só penso em você.
Esperar você é tudo que mais tenho feito.
Esperar...
Vivo leitura
No lato vislumbre da vida
Sou poesia
No resumo das frases que
escrevo para descrever
Sou filosofia
Nas lágrimas do
desaguar do tempo
Sou história
Na naturalidade
em me manifestar
Sou prosa
Nós dramas e dilemas
Sou Teatro
Na relação de tudo que sou
Sou ciência.
DEVANEIOS
Quem me dera
Da rosa o verso.
Do verso a trova.
De trova em trova
Uma boa prosa.
Quem me dera poeta, escritor, trovador.
Quem me dera
Da prosa a canção.
Canção de rosa toda prosa
Em verso e trova.
Poesia transbordando, arte em ebulição.
Quem me dera a inspiração.
Valéria R. F. Leão
QUEM INVENTOU A SAUDADE?
Num cantinho da memória, entre suspiros e lembranças, lá está ela, a saudade, envolvida no fluxo do tempo como uma história antiga, um fio dourado que nos une ao passado e nos faz sentir a falta do que já foi vivido.
Mas quem teria sido o mestre de tão delicada e dolorosa invenção?
Ah, curiosidade, sente-se aqui comigo, deixe-me contar-lhe uma história que se mistura com a bruma do tempo, uma narrativa de encanto e melancolia, onde a saudade dança ao som das estrelas e se reflete nas águas serenas do rio da vida.
Havia uma vez, num tempo imemorial, um poeta errante que vagava pelas estradas poeirentas do mundo, com os olhos fitos no horizonte e o coração repleto de sonhos. Ele carregava consigo uma pena de ave rara e um frasco de lágrimas estelares, e com esses singelos instrumentos, ele tecia versos de amor e despedida, de esperança e saudade.
Certo dia, enquanto contemplava o crepúsculo tingindo o céu de tons dourados, o poeta sentiu uma dor aguda no peito, uma saudade tão profunda que parecia dilacerar-lhe a alma. E ali, sob a luz do sol moribundo, ele compreendeu que a saudade era mais do que uma simples ausência, era a presença invisível de tudo o que amamos e perdemos.
Com a sabedoria dos sábios e a sensibilidade dos artistas, o poeta decidiu dar forma àquela emoção indomável, transformando-a em palavras que pudessem ecoar através dos séculos. Ele entrelaçou a saudade com a ternura de um abraço perdido, com a doçura de um beijo nunca dado, e assim nasceu o mais belo dos sentimentos, tão doce quanto amargo, tão suave quanto cruel.
E quem teria sido esse poeta visionário, minha cara curiosidade? Alguns dizem que foi o próprio tempo, tecendo com paciência e cuidado cada fio de saudade que une os corações dos amantes separados pela distância. Outros afirmam que foi o destino, traçando com mãos invisíveis os caminhos tortuosos que nos levam de volta ao lar, onde a saudade se transforma em nostalgia e os sonhos se transformam em memórias.
Mas eu prefiro acreditar que a saudade é uma dádiva dos céus, um presente precioso que nos lembra da fragilidade da vida e da eternidade do amor. Pois só aqueles que amam verdadeiramente podem sentir saudades, só aqueles que se entregam de corpo e alma podem compreender a dor e a beleza desse sentimento tão humano e divino.
Então, minha querida curiosidade, da próxima vez que a saudade bater à sua porta, abra-a com um sorriso nos lábios e um brilho nos olhos, pois ela não é uma invenção da tristeza, mas sim uma manifestação sublime do amor que habita em cada um de nós. E enquanto houver saudade no mundo, haverá também a certeza de que o amor é eterno e imortal, capaz de transcender fronteiras, unindo para sempre aqueles que se amam de verdade.
A maturidade não é gratuita. Não me sujeito a modas ou cânones que considero inapropriados. Sou dona de mim e da minha vida.
Há que desvencilhar-se dos ditames externos ao nosso ser.
Não seria justo ultrapassar o tempo a nós destinado sem alguma, ainda que mínima, contribuição para nosso próprio aperfeiçoamento e, com alguma sorte e total desapego, estendê-la ao próximo.
...
Me agarro na metamorfose
Duas pernas me levam bem longe
Degusto meu café, minha dose
Não espere que eu te desaponte
Distante da resignação
Desperto e adormeço tentando
Bem longe da acomodação
Avalizo minha fé, vou lutando
Tem dias que entorpeço feliz
Tem dias que adormeço doído
Escapei da expiação por um triz
No mais estou sempre sorrindo
Valente, me tornei imigrante
Carreguei minha bagagem, família
Do caos, virei itinerante
Meu jargão, minha filosofia
Na estrada vi muitos espinhos
Ferrões, e eles não são meus
Nem fui, nem sou Zé-Povinho
Sou grande, acredito em Deus
O triunfo em verso e prosa
Melodia llanera cantada
para todo o continente,
que em sinal de gratidão
devemos honrar quem
sempre cuidou da gente.
A ironia do destino acena,
que cada um não tema,
e levante uma bandeira
de honra e defesa
para mudar o destino
que foi pelo rumo
que não deveria ter ido.
Entregue nas mãos de Deus,
mas não deixe de fazer
a sua parte pela História,
Ele sempre contempla
por quem busca a glória,
por isso peça que se abra
as portas das cadeias
para a sacrificada tropa.
Venerando a liberdade
em todas as instâncias,
Na voz da esposa
do Tenente Coronel
que está desaparecido,
E presente na voz da esposa
que não pode sequer
se pronunciar e ela
nem sabe que eu existo,
mas por ela sinto:
Na voz do pequeno filho
que ainda nem tem
vocabulário para falar,
E assim sou a voz
dos que não
podem ter voz,
mas justamente
todos estes me têm;
Eis me aqui a reivindicar
junto a sua consciência
para que coloque toda
essa história no lugar,
Inclusive, sou contra o feroz
bloqueio que não deveria
nem ter começado,...
Cadê a liberdade do General
que nem deveria
seguir aprisionado?
Enfim, superam cinco
centenas de discordantes
pelos cárceres,
os militares em mesma
situação há confronto
de cinco dados,
mas superam
a duas centenas;
Não dá para esperar
para trabalhar
por um país reconciliado.
Dedos apontados
para quem
se encontra
injustamente
fragilizado
porque preso
foi levado,
o destino
costuma
lecionar
a quem
'interessa'
de um jeito
preciso,
não esperado,
e jamais superado.
Não procure
provocar
aqueles que
buscam
teorias
estranhas
no subsolo
da moral,
aplaine caminhos
e apenas peça
para as estações
do tempo as conduzir,
e a solene sabedoria
do vento as carregar.
Não há o porquê
nenhum tipo
de contenda travar,
esse tipo de gente
nas próprias tramas
irão se enroscar,
porque cedo ou tarde
a vida mostra
que é assim,
enquanto vendem
aquilo que não são,
há gente cantando
na travessia,
e muitos plantando
flores no jardim
a espera do novo dia raiar.
Como não havia
encontrado
a palavra certa
para explicar
muito além
da liberdade,
Fui versando
sobre as nuvens
eletrizantes
da tempestade.
Chegou a hora
de contar o porquê
de tanta poesia:
a vida é capaz
com o pincel
da ironia pintar
as paralelas,
essa é a realidade
da História do Brasil
e da Venezuela,
não há como ser
indiferente e se calar.
Como uma praga
que devasta
uma lavoura,
O assunto é
mais grave
do que se imagina,
não sei o quê
será do destino
do continente,
ninguém tem
compaixão
do destino
da nossa gente,
que a verdade
seja dita:
não nos ensinaram
a nos amar,
e a nos fazermos admirar,
pedir pela libertação
da tropa já virou rotina.
Tudo consta que eu errei,
mas ainda prefiro pecar
pelo excesso de humanidade,
assim vou exigindo
que contem tudo sobre
a verdade, porque não
sou e nunca fui
de fácil convencimento.
Ariana liberada,
em condicional está
a liberdade,
e deixo bem aqui
a perplexidade:
a história da Capitã
está mal contada,
dizem que o filho
não foi preso,
Nina não
foi extraviada,
e ela tampouco
foi torturada.
Dizem que o único
prejudicado foi
o pobre cirurgião,
aonde está a nobreza
dessa gente que diz
que é cheia de coração?
Sigo no meio
das Mães e esposas
perseguidas
pela opressão,
quero a base
da poesia abrir
as portas da prisão.
Tudo mostra que
o desvio tem
sido certo,
falam de tudo,
menos do centauro
preso injustamente,
atitude de gente
que não me convence,
atitude de quem quer
apagar a injustiça
contra um homem correto.
Quintilis deu o seu
sinal inaugural,
abrindo as cortinas
para o próximo
capítulo e as luzes
pouco a pouco
estão sendo acesas,
não negue a justiça a lei,
se és mesmo de fina grei.
Não me negue jamais
a verdade à história,
para os poetas o quê
vale não tem a ver
com poder ou dinheiro;
e sim com a verdade
o fim da agonia,
a glória e liberdade,
a poesia sempre será
infinitamente maior
do que a crueldade.
Não é preciso
inventar história
para ter o quê para
o mundo escrever,
basta ter um
bom ouvido e falar.
A poesia da noite
também pertence
aos observadores
da cena que veem
a democracia desmaiada,
as lideranças retraídas
e a prisão a cada dia
com muros mais altos,
portas e janelas fechadas.
Não é possível que
não haja uma saída,
a justiça é um poder,
mas não uma ilha,
não me permito
acreditar na desdita.