Procura
É como o correr das águas que a existência procura sentido, ou talvez simplesmente significâncias tardias no caminho. A chuva quando cai, não parece liberta para a salvação dos que sonham o verde frágil de seu encolhimento?! Água não tem barreiras; quando inquieta translada um novo começo, num instante revoluções para outras vidas. E nós, quanta água permanece adormecida? Quantos mergulhos mais precisamos para não recuar dessa sobriedade restaurada que não hesita e nem dormirá outra vez?! Água é lançamento imediato de momento nascido que nunca encontra estranhamento; como de um tempo antigo que vive em nós o entendimento de não pensar, apenas molhar a vida e sonhos num provável respiro de existir água.
Hoje , acordei sentindo uma dorzinha…
Aquela dor sem explicação e uma palpitação!
Resolvi procurar um doutor…
Fui divagando pelo caminho…
Lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco
e que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo…
Meu doutor, que curava a minha dor!
Não apenas a do meu corpo, mas a da minha alma…
Que me transmitia paz e calma!
Chegando à recepção do consultório,
fui atendida com uma pergunta!
“Qual o seu plano?” meu plano…
Ahhh! meu plano é viver mais e feliz!
É dar sorrisos, aquecer os que sentem frio e preencher
esse vazio que sinto agora!
Mas, a resposta teria que ser outra!
“meu plano de saúde”…
Apresentei o documento do dito cujo,
já meio suado tanto quanto o meu bolso… E aguardei.
Quando fui chamada, corri apressada…
Ia ser atendida pelo doutor,
ele que cura qualquer tipo de dor!
Entrei e o olhei… Me surpreendi…
Rosto trancado, triste e cansado.
“Será que ele estava adoentado?
É, quem sabe, talvez gripado!”
Não tinha um semblante alegre, provavelmente devido a febre…
Dei um sorriso meio de lado e um bom dia!
Olhei o ambiente bem decorado.
Sobre a mesa à sua frente um computador
e no seu semblante a sua dor…
O que fizeram com o doutor?
Quando ouvi a sua voz de repente:
“O que a senhora sente?”
Como eu gostaria de saber o que ele estava sentindo…
Parecia mais doente do que eu a paciente…
” Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação”
e esperei a sua reação.
Vai me examinar, escutar a minha voz
e auscultar o meu coração.
Para a minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:
– “Peça autorização desses exames para conseguir a realização…”
Quando li quase morri…
“Tomografia computadorizada”,
“Ressonância magnética”
e “Cintilografia”!
Ai meu Deus! Que agonia!!!
Eu só conhecia uma tal de “abreugrafia”…
Só sabia o que era “ressonar” (dormir),
de “magnético” eu conhecia um olhar…
e “cintilar” só o das estrelas!
Estaria eu a beira da morte? De ir para o céu?
Iria morrer assim ao léu?
Naquele instante timidamente pensei em falar:
“Não terá o senhor uma amosta grátis de calor
humano para aquecer esse meu frio?
O que fazer com essa sensação de vazio? Me observe doutor!
O tal “Pai da Medicina”, o grego Hipócrates acreditava que,
“A ARTE DA MEDICINA ESTÁ EM OBSERVAR”.
Olhe pra mim…
É bem verdade que o juramento dele está ultrapassado!
Médico não é sacerdote…
Tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano…
Mas, por favor me olhe! Ouça a minha história!
Preciso que o senhor me escute e ausculte!
Me examine! Estou sentindo falta de dizer até “aquele 33”!
Não me abandone assim de uma vez!
Procure os sinais da minha doença e cultive a minha esperança!
Alimente a minha mente e o meu coração…
Me dê ao menos uma explicação!
O senhor não se informou se eu ando descalça… Ando sim!
Gosto de pisar na areia e seguir em frente
deixando as minhas pegadas pelas estradas da vida,
estarei errada?
Ou estarei com o verme do amarelão?
Existirá umas gotinhas de solução?
Será que já existe vacina contra o tédio?
Ou não terá remédio?
Que falta o senhor me faz, meu antigo doutor!
Cadê o Scott, aquele da emulsão?
Que tinha um gosto horrível
mas me deixava forte que nem um “Sansão”!
E o elixir? Paregórico e categórico!
E o chazinho de cidreira,
que me deixava a sorrir sem tonteiras?
Será que pensei asneiras?
Ahhh! Meu querido e adoentado doutor!
Sinto saudade…
Dos seus ouvidos para me escutar.
Das suas mãos para me examinar…
Do seu olhar compreensivo e amigo…
Do seu pensar..
Do seu sorriso que aliviava a minha dor…
Que me dava forças para lutar contra a doença…
E que estimulava a minha saúde e a minha crença…
Sairei daqui para um ataúde?
Preciso viver e ter saúde!
Por favor me ajude!
Ohhh! Meu Deus, cuide do meu médico e de mim,
caso contrário chegaremos ao fim…
Porque da consulta só restou
uma requisição digitada em um computador
e o olhar vago e cansado do doutor!
Precisamos urgente dos nossos médicos amigos…
A medicina agoniza…
Ouço até os seus gemidos…
Por favor! Tragam de volta o meu doutor!
Estamos todos doentes e sentindo dor! E Peço!!!
PARA O SER HUMANO UMA RECEITA DE “CALOR”
E PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA
UMA PRESCRIÇÃO DE “AMOR”!
ONDE ANDARÁ MEU DOUTOR?
(Por Tatiana Bruscky, médica pernambucana)
“A procura pelo Ser, que é sua natureza original, assemelha-se à imagem de um pastor procurando uma ovelha que durante todo o tempo carrega nos próprios ombros.”
Procuramos a felicidade durante toda a vida.
O que ninguém sabe é que, a graça está em procurá-la e não em obtê-la.
"paixão" em sua essência mais pura, Uma obra de arte, que a vida nos procura. Que seja eterna enquanto dure, como disse o poeta, Porque na poesia da paixão, cada momento é uma festa.
Cléber Novais
Toda língua fofoqueira
procura ouvidos
desocupados. Se tem quem
fofoque, levante falso ou
calunie, é porque tem quem busque ouvir.
Felicidade não se procura.
Felicidade é construída nas escolhas.
Há quem a busque pelo mundo.
Há quem a encontre nas pequenas coisas.
Você procura por algo a vida Toda, mas ela está ao seu derredor.
A perfeição da Sonoridade de sua paisagem.
VERSOS do A ao Z
A- Andorinha quando chove
Quer logo se abrigar
Procura um telhado
Não gosta de se molhar.
B-Beija-flor é diferente
Adora cheiro de chuva
Entra em nossa casa
É alegria pra gente.
C- Centopéia nas folhas se esconde
Não quer molhar os pesinhos
Na casa da vovó
Esqueceu seus sapatinhos.
D-De manhã, bem de manhãzinha
Assim que nasce o Sol
A lagartixa preguiçosa
Entra embaixo do lençol.
E- Esperança é um bichinho
Com a sua cor verdinha
Se camufla na natureza
Parece uma folhinha.
F- Formiga aventureira
Foi passear na floresta
Trabalha no verão
No inverno faz festa.
G- Gavião chama o pardal
Que logo se esconde
Sem querer muita conversa
Foge e não responde.
H-Hoje vai ter folia
A chuva tá chuviscando
Urubu tá resfriado
Um chazinho tá tomando.
I- Iguana procura sombra
Nos galhos da aroeira
Com o frio pegou no sono
Dormiu a tarde inteira.
J-Joaninha foi na cidade
Esqueceu a sombrinha
A chuva caía forte
Molhou a pobrezinha.
L- Lá vem a bicharada
Brincando com alfabeto
Chamou o professor
O leãozinho Alberto.
M- Manhã de chuva é assim
Tem folia dos bichinhos
Tem canto de cigarra
Serenata de passarinhos.
N- Nenhum fica de fora
Tem nambu e sabiá
Quero- Quero e coruja
Tem coelhinho e preá.
O- O macaco aventureiro
Querendo atrapalhar
Foi cutucar a onça
Fez a pobre se molhar.
P- Papagaio gaiato
Foi na casa da foca
Pediu logo um café
Começou fazer fofoca.
Q-Quando a noite chega
Morcego fica acordado
Tem medo da claridade
E dorme dependurado.
R-Rato e ratazana
Esperando a chuva passar
Sonham com um queijo
Para a fome passar.
S- Sapo e jacaré
Foram morar na cidade
Logo se arrependeram
Lá só tinha maldade.
T-Tanajura fica feliz
Desfila no calçadão
Se exibindo depois da chuva
Exibindo o seu bundão.
U-Uma hora a chuva para
O Sol vai aparecer
Grita a araponga
Antes do amanhecer.
V- Vespa se aproveita
Corre para o pomar
Às frutas madurinhas
Logo vai devorar.
X- Xexéu é um passarinho
Escolhe a melhor hora
Avisa aos amigos
Bate asas, vai embora.
Z- Zangada a borboleta grita:
Parem de reclamar
Precisamos tanto da chuva
Para a vegetação brotar.
Irá Rodrigues.
o Homem é o único ser que procura resposta em todas as perguntas e se esquece que nem todas perguntas merecem respostas.
O chão é a maior cadeira do mundo
Se procura um bom lugar para sentar,
O chão é a maior cadeira do mundo...
E de lá você não cai.
Quem procura segurança é porquê tem medo. Tenha coragem de investir e conquistar a satisfação de viver do seu legado.
Insatisfeitos com a baixa procura de luvas, um grupo de empresários decidiu contratar artistas para que, de agora em diante, só andassem de quatro apoios.
Os primeiros a aderir foram os adolescentes e todos passaram também a andar de quatro apoios. Depois, gradativamente a medida que a prática ganhava volume e bom apelo da crítica, foi a vez dos homens e mulheres muito copiosos dos outros e perdidos de si.
Preocupados em garantir que os demais fizessem o mesmo, os empresários trataram de procurar especialistas. Estes afirmaram: "os adolescentes enfim têm razão! Andar de quatro apoios não só previne problemas circulatórios como reduz o desgaste ósseo dos membros inferiores e, vejam vocês, auxilia na cognição graças ao maior aporte sanguíneo para o cérebro". A única precaução a ser tomada diz respeito ao imprescindível uso de luvas para proteger as mãos.
Não satisfeitos, os empresários foram também falar ao prefeito que a época já ensaiava o novo andar e, diziam, que também mugia em segredo. Em pouco tempo as crianças aprendiam a andar de quatro apoios nas escolas e nos Egrégios Tribunais era indecoroso caminhar de outra forma.
Aos poucos, os bípedes que restaram eram cabeceados às cadeias e hospícios.
Viveram assim até o dia em que a cidade foi varrida no mesmo evento geológico que apagou Macondo. Não obstante, ainda hoje se encontram quadrúpedes nas ruas.
Madrugada de 30 de dezembro, 2022