Primavera
Era um dia de primavera num dia que ficaria para a história das nossas vidas, dos nossos avós, dos nossos pais e da nossa geração um dia que só tem um nome LIBERDADE.
Era um Abril de amigo Abril de trigo.
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus e amor e aventura.
Abril de novos ritmos novos rumos pelas estradas, pelos céus e pelos mares.
Era um Abril comigo Abril contigo e com o povo português.
Ainda só ardor e sem ardil mas muito amor e alegria.
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Uma primavera de cravos e vinhos e fado.
Era um Abril na praça Abril de massas ouvindo os fadistas e os copos de vinho a tocarem de forma cintilante.
Era um Abril na rua Abril a rodos pelas ruas de Portugal.
Abril de sol que nasce para todos e todo o nosso encanto.
Abril de vinhos e sonhos em nossas taças.
Era um Abril de clava Abril em acto.
Em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo e aventureiro.
Abril de boca a abrir-se Abril palavra e gritando ao mundo VIVA A LIBERDADE VIVA A LIBERDADE.
Esse Abril em que Abril se libertava pelos mares e pelos céus.
Era um Abril de clava Abril de cravo e vinho e amor.
Abril de mão na mão e sem fantasmas mas sim de anjos e deuses.
Esse Abril em que Abril floriu nas armas e nas garrafais.
Este dia é um canteiro de obras do amor e aventura.
Com flores todo o ano a encantar Lisboa e Portugal.
E veleiros lá ao largo do amor.
Navegando a todo o pano e beijando o amor.
E assim se lembra outro dia febril de prazer e excitação pela LIBERDADE.
Que em tempos mudou a história das nossas vidas.
Numa madrugada de Abril,
Quando os meninos de hoje já são homens e guerreiro e heróis.
Ainda não tinham nascido e já eram heróis e guerreiros.
E a nossa LIBERDADE.
Era um fruto prometido,
Tantas vezes proibido mas vamos festejar.
Que tinha o sabor secreto da LIBERDADE.
Da esperança e do afeto da LIBERDADE.
E dos amigos todos juntos a gritarem LIBERDADE.
Dbaixo do mesmo teto.
Nós temos sempre necessidade de pertencer à alguma coisa; e a liberdade plena seria a de não pertencer a coisa nenhuma mas sim de termos o prazer de desfrutar a vida.
Mas como é que se pode não pertencer à língua que se aprendeu, à língua com que se comunica, e neste caso, a língua com que se escreve e grita se LIBERDADE.
Se o leitor, o leitor de livros da LIBERDADE E DO AMOR E AVENTURA; aquele que gosta de ler, não se limitar à quilo que se faz agora, se ele andar pra traz e começar do principio, e poder ler os primitivos e os grandes cronistas e depois os grandes poetas românticos e aventureiros, a língua passa a ser algo mais que um mero instrumento de comunicação, transformando-se numa mina inesgotável de beleza e valor, de amor e numa só palavra LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
Era um dia de primavera num dia que ficaria para a história das nossas vidas, dos nossos avós, dos nossos pais e da nossa geração um dia que só tem um nome LIBERDADE.
Era um Abril de amigo Abril de trigo.
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus e amor e aventura. Abril de novos ritmos novos rumos pelas estradas, pelos céus e pelos mares.
Uma primavera de cravos, vinhos e fado.
Precisando de um pouco de verão no meu inverno...
e um pouco de primavera nas minhas folhas secas...
Precisando de um pouco de outono pra a minha boca adocicar...
Não deixe esse tempo lhe corromper
A cada primavera.
Eu sei.
Esperança.
Com a capanga vazia.
Quem deixou essa herança.
Nesse mundo sórdido.
Construindo a vida entre trancos e barrancos.
O sonho do pódio.
A sociedade violenta causando danos.
Um teste.
Uma prova de vida.
Promessas e enganos.
Não permita se a perder.
Não deixe esse tempo lhe corromper.
Você deveras será sua própria unção.
Capaz de deter o canhão.
A voz que reprime.
A ocasião desse regime.
Não, amigo irmão, cale se não.
Bem sei do seu prato.
Um bandeco furado.
Pipoca no almoço.
Única refeição do moço.
Mas nessa garfada aos milhos.
Que se lateja a poesia.
As letras ao trilho.
Formando seu caráter.
Copiando detalhes.
Ai de ser por essas estradas.
Encontrarás novos sabores.
De enganos e tropeços.
Ai de surgir novos amores.
Giovane Silva Santos
Pensemos que o inverno da vida não dura para sempre!
Virá a primavera com a sua colorida paisagem e o verão com o seu sol radiante!
Nada é eterno! A vida é efémera!
Plantei um pé de romance
Foi na primavera.
Eu sonhava com ela.
No começo eu sentia.
Era um lance.
Logo logo.
Plantei um pé de romance.
Adubei com carinho.
Coloquei água dos meu olhos.
Molhei o ninho.
O sol que desejei.
Para fortalecer a lei.
Um amor robusto.
Como manda a poesia.
Palavras em oração.
Minha declaração.
Daquela fantasia.
Continuei a semear.
Logo vi brotar.
Uma vibração.
Um projétil bruto.
De encanto maluco.
Só eu via a canção.
Cada palmo semeado.
Um beijinho alcançado.
Daquela flor com espinho.
Aceitei quietinho.
Pois talvez é o que merece meu coração.
Se vale a pena não sei.
Mas é necessário a plantação.
Giovane Silva Santos
Às Dores de minha mãe -
Eu que não era
vim de onde não sei
e foi em breve Primavera
que em teu ventre me gerei.
Mãe! Eu nasci das dores de minha mãe!
Oh minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de minha mãe ...
Poderei algum dia esquece-lo?!
Deverei juntar minhas mãos
e algum dia agradece-lo?!
Serão apenas momentos vãos,
palavra alguma poderá agradecer
ao ventre de minha mãe.
Oh minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de minha mãe...
Mãe minha, minha mãe ...
Em ti me fiz poeta
em águas-de-solidão
e masceu minh'Alma insurrecta
do teu sanguíneo coração.
Mãe, minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de mimha mãe.
Tempo de Primavera
Aparece sempre
Esbanjando ternura
Anunciando meiguice
Beleza estonteante
Exalando seu perfume
Despertando a alegria
Na revoada de pássaros
Nos bosques dos jardins
Mexendo com a clorofila
Da vegetação, campos e florestas
Contagia todo mundo
Rios e peixes nas correntezas
Retina que aprecia ipês nas
Montanhas e bosques
Eterna gratidão do ecossistema
Espaço aberto a um novo
Colorido nas belas praias
Tempo de reflexão
De abrir os corações
E sonhar para sempre
Espetáculo dos bronzeamentos
Encanta o meio ambiente
Com suas cores e luzes
Sol ardente na natureza
Férias e descanso
Viagens e lugares
Exuberantes, quiméricos
Afinal, ela mais uma vez se avizinha
Com sonhos e quimeras
Planos e paixões
Novos desafios exuberantes
Neste belo horizonte no firmamento
Tempo de amar sem medidas
No trem da história desmedida
A que chamamos de Vida
Ela é como a primavera, vem nos alegra com a sua beleza e perfume e depois vai embora, nós deixa querendo mais....
BRISA
Seja bem-vinda,
oh, brisa das manhãs de primavera,
ao meu recôndito jardim de Heras!
A esse jardim sem flores nem amores.
Não vá embora!
O tempo logo se fará aurora,
e um resto de flores colherei na estrada,
esquecidas, deixadas.
E trarei para cobrir meu muro escuro...
E pousarei nos ramos a flor
que sonhou minha primavera nos galhos da hera.
Naquela primavera em que a vida era muito dura e eu estava em guerra com o meu destino e não conseguia ver para onde havia de ir, chorava sobretudo nas escadas rolantes das estações de comboio.
Quem olha para a primavera deve enxergar as flores, mas o que olha para a escuridão deve projetar a esperança, aquilo que brota do coração é mais importante do que aquilo que vemos. Quem olha com o coração, enxerga a partir do que é e isso basta para que eu continue acreditando. Sempre existem os que derramam o brilho do coração pelos olhos, pela forma como enxergam a vida, pelo jeito como dão cor às ocasiões, pelo modo como enxergam o outro, por tudo aquilo que resolvem enxergar. É preciso mais amor no mundo, aquele que é capaz de enxergar isso, espalha um pouco dele todos os dias...
POESIA TRANSFIGURADA EM AMOR
Como é admirável a primavera em flor
Perfumada, de um colorido afortunado
A sensação impera, encantado primor
No olhar, na emoção, ser apaixonado
Tudo revive, canta, pulsa, tem frescor
Encontro do sentimento emparelhado
Olhar atravessado, suspiros ao dispor
O bem querer, entusiasmo despertado
Todo o afeto flui da alma, doce legado
Versos rimados com brandura e ardor
Desenhando carícias com significado
Então, floresce, do peito o tom maior
Em emotivo acalanto, tão enamorado
Numa poesia transfigurada em amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/03/2023, 16'05" – Araguari, MG
Como uma borboleta a voar
Pelo jardim florido
Na manhã primeira da primavera
Vejo você voar os meus sonhos.
Como a brisa fresca do alvorecer
Seu perfume invade minha alma
E faz-me desejar-te a cada dia
Desfazendo meus dias tristonhos.