Preso
Preso inocente
há um ano
e meio a uma
prisão sem
ter dia certo
para terminar
e sem ter
tido sequer
a tal audiência
preliminar,
Não é exagero
com ele
se preocupar.
Não dá para
dizer que vai
escrever poesia,
Se na verdade
e na vida você
não a pratica.
O General foi
internado no
Hospitalito de
Fuerte Tiuna,
Um lugar onde
não dá para
saber se
vivo ele está,
Ali a pergunta
dificilmente
recebe a resposta.
O General foi
preso sem
nenhuma culpa
há pouco
mais de um
ano e meio,
Ficamos até
sem saber
onde foi levado,
E sei que ele
ainda está
fisicamente
debilitado;
A história é
uma trama
macabra,
Só de pensar
me preenche
de medo,
Nem que eu
seja a última
voz a falar,
A liberdade
dele não vou
parar de rogar.
Ele nunca foi
golpista
ou traidor,
E sim um
ele é grande
idealista,
Um dos mais
raros deste
continente,
Desde ontem
vem crescendo
a expectativa
que ele seja
libertado,
Ele não merece
permanecer
aprisionado.
O General foi
carregado em
meio a uma
reunião pacífica
dentro de um
hotel só por
ter discordado
de tudo que
para ninguém
não é segredo,
E mesmo assim
nunca deixou
de ser apegado
a Pátria e um
militar ordeiro.
Por ele e por
quem precisar,
Reclamarei
até você deste
sono acordar,...
Ainda
preso
está o Pedro,
porque dizem
que foi por tuitar
o quê na Internet
já se conhecia.
Não quero que
países irmãos
entrem em
confronto por
quem não sabe
da melhor
forma estar,...
Não deixem
mais
nenhum atrevido
nunca tocar
no lindo Esequibo.
Até mesmo se
você precisar,
Estarei aqui
para reclamar,
Porque mágoa
não guardo,
nem nunca
vou guardar,
e não permito
ninguém cultivar.
Está na hora
de libertar
o General que
não deveriam
tê-lo prendido,
Estão dizendo
que um acordo
jurídico com ele
não foi cumprido.
Ainda prefiro
não acreditar,
Soltem ele e não
se fala mais nisso.
Jamais escreverei
uma carta para
o General que está
preso inocente
em Fuerte Tiuna
porque sou estrangeira,
Foram escritos por
mim poemas demais,
e ele nem idéia faz,
mas são todos
de minha total
responsabilidade.
Não é difícil de imaginar
que não vão me deixar
ultrapassar a fronteira.
Semeando, produzindo,
e ensinando,...
Compartilhando,
abraçando
as filhas e os velhos
pais agora só
na memória afetiva,
Com as amorosas
palavras da irmã
e as saudades
dos tempos
em liberdade
do filho a mesa
do almoço
que no coração
da Mãe doem demais;
Não escutaram mais
mais a alegria da gaita
e os acordes do cuarto,
Que as deixava em paz.
Não é segredo nem
ao poeta que venho
pedindo insistentemente
a liberdade do General,
É notícia recente
que penas variadas
serão revisadas,
De novo peço que
não se esqueçam
dele que nada deve,
e hoje até de saúde
mui frágil padece.
Terra de General
preso injustamente,
sem ventilador,
sem devido
processo legal,
e tropa na
mesma situação
todos vivendo
tragicamente.
Em La Mulata
não há mais
segredo para
tantos segredos,
e sabemos
bem o porquê.
Não estou em
nenhum desses
dois lugares,
mas quando
tu pensares
agredir o povo
é a mim que
estás agredindo.
Há terror em
Palma Redonda
que não
mais transita,
e sim ele
fixou moradia.
Não estou em
nenhum desses
dois lugares,
mas quando
tu pensares
desassistir
o povo é a mim
que estás
desassistindo.
É por ele que
vivo, persisto
e assumo
que sofro,
Ninguém aguenta
mais ser agredido.
A cela do General
que está preso
injustamente
não tem janela,
não deixam
entrar ventilador
e lá está
quente como
a Amazônia
ardente pelo
fogo destruidor;
é um claro sinal
de que se estende
o quê é um horror,
e ele segue sem
acesso ao devido
processo legal.
Estranhos
estes tempos
modernos
estranhos,...
Abrem
e fecham
as asas
do condor.
Ah, Colômbia!
Não preciso nem
entrar em detalhes,
A tua política
perdeu o andor
desde o dia
que iniciou
a fazer
a Pátria Grande
conflitante.
Posso até vir
perdoar as
heranças dos
maus hábitos
oligarcas,
porque perdoar
é cristão,
mas o tempo
e a história
são diferentes:
ele(s) não.
O General leal
ao Comandante
Supremo teve
o seu direito
de reunião violado,
Ele foi preso
no dia 13 de março
do ano passado,
E está tendo
o direito
de defesa negado.
Preso sem culpa
em Fuerte Tiuna,
teve o direito
de dar um abraço
na própria Mãe negado;
Não tem acesso
a nenhuma literatura
e ali para ele
até ler a Bíblia
passou a ser pecado.
O quê falta ao povo
e o quê dói nele,
A mim me falta
e também me dói,
Por isso além
do General falo
de outros que
estão presos
nos sótãos
e calabouços
em meus
versos atordoados,
rogando a intercessão
do Foro de São Paulo
para que todos
sejam libertados.
Levaram preso
um jovem
sob alegação
de ameaça,
Mas no fundo
só pode ter
havido pirraça,...
Enquanto houver
juventude sempre
haverá contestação,
não querer entender
é cruz invertida,...
E quando houver
dificuldades
sempre haverá
rebeldia em prol
da transformação.
Pai, afasta de nós
esse TIAR que
dói, castiga e faz
guarimbas verbais,...
Porque
de guerra
já basta a de nervos
que todo o dia um
país inteiro consome,
O General está preso
injustamente há
mais de um ano,
não está mais
em greve de fome
e ele sequer viu
o sol da justiça.
O conhecido militante
de esquerda que foi
preso ilegalmente
na aldeia universitaria
ontem foi libertado,
A viúva
do Capitão-de-Corveta
que morreu de tanto
ser torturado
pede o direito
de enterrar o marido,
As visitas aos presos
políticos foram
suspensas sem aviso,
Em cada miliciano
e coletivo também vejo
rostos de filhos sofridos,
Há ainda muito
o quê ser esclarecido.
Insisto em saber
do General desaparecido.
Insisto em escrever
sobre a cada novo fato um registro.
Insisto em saber
se o General está vivo.
Insisto em dizer que por
cada verso eu me responsabilizo.
Insisto em saber
o porquê de tanto silêncio envolvido.
O irmão do General
que se encontra
preso injustamente
onde só Deus sabe,
recordou quando
os 4F foram presos
no Quartel de São Carlos.
Eram tempos áureos
de direitos atendidos
pelos superiores;
Não quero os fazer
mais magoados,
Só aceno para
que não sejam
mais esquecidos:
- Das Mães dos filhos
de hoje em dia ninguém
se importa com as dores.
Da Torre da Liberdade dou
loas as vozes pela opressão
perseguidas e censuradas,
Quero bem mais do que isso:
- Desejo andar contigo
de mãos dadas e almas
plenamente reconciliadas.
Nos teus olhos não
há mais como conter
o amanhecer e a primavera;
Você vai libertar cada
prisioneiro da cela,
E juntos não vamos
mais olhar para trás e nem
para cada um que ofendeu.
Ninguém sabe
mais do paradeiro
do General que
foi preso inocente,
A irmã perguntou,
O pastor também,
E ecoei porque
sou insistente,
Não dá para fingir
que não me
sensibilizo
porque nasci gente.
Não se sabe
onde está
o Vice-Presidente,
O Inferno e suas
Cinco Letras
estão emudecidos
simplesmente;
Há mais de um
desaparecido
neste continente.
Nenhuma linha
de Oslo
os desaparecidos,
Poderia até
fingir que
não percebi
a ausência disso;
A incoerência
sobre isso inspira
e até mesmo
sugere que não
está ciente
ou é indiferente.
Foi preso um
General acusado
de ordenar
falsos expedientes
contra quem
pensa diferente
e por ter se aliado
ao autoproclamado,
Se é verdade
que é culpado,
Ele oferece perigo
igual ao bloqueio
contra Cuba,
Porque quem obstrui
a verdade não
merece desculpa.
Do sumiço do tal
deputado ainda
é preciso saber,
A truculência é
urgente vencer.
Ser opositor não
tem nada a ver
com inimizade,
E sim com ponto
de vista diferente
em relação ao que
se pode enxergar
como realidade,
Quem pensa
diferente sempre
merece a liberdade.
O coração está sofrido,
sei de toda a urgência,
Para uns é preciso
ter clemência,
E com outros é
preciso ter paciência,
Só não dá
para fazer pedidos
sejam lá quais forem
seguidos de ofensas.
O General dos meus
poemas é inocente
e merece libertado,
E a tropa inocente
é preciso igualmente
em nome de fazer
justiça neste lugar;
Quero ver com os
meus olhos a paz
voltar a reinar,
Do jeito que a vida
está não pode continuar,
sei que você pode
contribuir para melhorar.
O tenente que não
teve nada a ver
com o episódio
da tanqueta
já estava preso,
Há tanta gente
que nem deveria
estar presa,
e não tem previsão
de ver o sol
da justiça,
E tudo continua
por isso mesmo;
Os desertores
passaram
para a condição
de despejados
porque acreditaram
em quem não merecia.
Não deveria estar
me metendo,
Mas eu sigo mesmo
assim pedindo
pela vida e liberdade
da tropa injustiçada,
Por todos os fatos
que estamos vendo
já deveria ter
sido inocentada.
Um helicóptero caiu
e levou sete guerreiros,
Eis aqui as mais
sentidas condolências
de quem que já
viu esse filme,
Não entendo como
nessas horas ainda
exista gente que
consegue fazer
piada com tragédia,
Por isso o meu apelo
é pela paz, pela vida
e por um destino
novo neste século.
Sei que já deveria
ter me calado,
Mas não vi nenhum
passo favorável
em defesa do General
que é inocente,
Pergunto onde
foi parar a cabeça
dessa gente?
Sei que cada militar
é capaz de dar
a vida pela Pátria,
Mas eu quero cada
filho de Bolívar
vivo e reconciliado,
Para que tenham
vida para desfrutar
de um País recuperado.
Não entendo
como em cada
hospital não
há ao menos
um gerador,
Há quem
continua preso
e nem notícia
sobre não há,
Me explica
como em grito,
prosa e poesia
não se queixar?!
Mesmo
a Pátria
não sendo minha
eu deixei por
ela me afetar
pois sem luz,
água, remédio
e sem comida
não há quem
consiga aguentar.
O autoproclamado
perdeu a imunidade,
E tudo segue do jeito
que você bem sabe,
E pela liberdade
da tropa e do General
Não me canso de rogar,
pois nenhum deles
tem perigo a ofertar,
Devolvam eles vivos
cada um para o seu lar!...
O General antes de ser
preso injustamente
deixou como mensagem
a reconciliação nacional
como caminho principal
para resgatar juntos
o tempo que perdemos.
Relembro com
o peso dos anos
e o abatimento
físico do General
preso injustamente:
no final da noite
do dia primeiro,
recebi a visitação
própria desse dia
que não me permite
não parar de falar
que o mar ainda não
foi devolvido ao seu
povo de direito,
e ele por mim
não foi nenhum
pouco olvidado.
A poética diurna
não fluiu porque
chegou a notícia
de uma grave
enfermidade
que ceifou a vida
do infante com
nome de rei,
e a agressividade
alheia me roubou
com competência
por algumas horas
a minha poesia.
Por falta de moral
por parte de uns
que suscitam
o abandono
da sobriedade
corremos o risco
de viver uma
noite de agonia
prolongada mesmo
em dias de sol,
esta é a iminência
que nos encontramos,
e se quisermos que
daqui para frente
tudo de fato
seja diferente:
mudamos ou
nos entregamos
ao obscuro do ocaso.
Ao dar conta
do General
e de cada
preso político,
haverá de se
entender que
manter ele
e alguns já é
desproporcional.
Não faz
sentido nessas
prisões insistir
porque não
levará cada
um a lugar
nenhum,
e quando se
tem consciência
disso é melhor
não prosseguir.
Cada um com
o seu fardo,
porque quem
não tem sangue
nas mãos merece
ser poupado,
da mesma forma
quem não foi
sequer julgado;
e até que se
encontra há
muito tempo
aprisionado
merece ser
libertado,
pois com
boa vontade
dá para fazer
isso sem
nenhum embaralho.
Em idílica jornada
escrita na parede
A Historia não mente:
Estás preso inocente.
As minhas letras
são feitas da tinta
Do clamor do amor
do teu povo,
Padecendo de agonia.
De joelhos, coração
e mãos reunidas
Em profunda oração:
sou pedido de justiça
E convicta teimosia.
Não me calo e não deixo
ninguém calar,
Permaneço irredutível
até o pesadelo passar.
Para se tornar
um preso
de consciência
não é preciso
de muito,
e não é preciso
ter feito nada,
não é preciso
nem ter
ter vestido
ou não alguma
vez na vida farda,
Aliás, a roupa
não faz a menor
diferença;
Para se tornar
um preso
de consciência
só é preciso
de duas coisas:
decência
e dizer aquilo
que o mundo
precisa ou tudo
o quê você pensa.
Não me lembro quem
falou que o pior castigo
para o preso político
não é a prisão,
mas o esquecimento.
Por isso a minha poesia
se colocou em missão
para não esquecer disso
a todo o momento.
Não vejo a hora de ver
o fim desse tormento,
pois não há como aceitar
nenhum falso justiçamento.