Prédios
"O Vazio Silencioso"
Na cidade onde os prédios parecem tocar o céu e as ruas ecoam de passos solitários, há uma história que se desenrola em meio ao desamor. Não é uma narrativa de lágrimas derramadas em noites solitárias, mas sim um relato silencioso de corações que se afastaram sem alarde. Em um café aconchegante, onde o aroma do café recém-coado mistura-se com a melodia suave de um piano ao fundo, duas almas perdidas encontraram-se, não por acaso, mas por um capricho do destino. Ele, com seu sorriso contido e olhos que guardavam segredos não ditos, e ela, com sua aura de mistério e uma tristeza velada nos cantos dos lábios. O encontro foi casual, como muitos outros na cidade movimentada, mas algo na maneira como trocaram olhares fugazes indicava que ali havia algo mais profundo. Conversas se iniciaram, histórias foram compartilhadas, mas entre as palavras havia um abismo, um vazio que nenhum deles ousava preencher. Eles dançaram ao redor do desamor, mantendo uma distância segura, como se temessem o que aconteceria se permitissem que seus corações se aproximassem demais. A cada encontro, o silêncio entre eles crescia, preenchendo o espaço com uma melancolia sutil. Até que um dia, sem aviso prévio, eles se despediram com um abraço frio e palavras vazias. Não houve lágrimas, não houve gritos, apenas um entendimento mútuo de que o desamor já havia se instalado entre eles, como uma sombra persistente. E assim, eles seguiram caminhos separados, perdidos em suas próprias névoas de desilusão. No café aconchegante, o piano continuou a tocar suas melodias, enquanto as cadeiras vazias testemunhavam o desfecho silencioso de uma história de desamor, onde o vazio era a única certeza.
Flores em Paris
Perambula
Carros
Prédios
Avenidas
Observa
Homens
Janelas
Ruas
Para
Mulheres
Portas
Ruelas
Senta
Crianças
Arcos
Praças
Respira
Bolas
Pontes
Parques
E as flores!
Prédios, chamados de templos fechados! E agora? Como e onde encontrar Cristo? Aqueles que não entenderam onde Cristo habita, sentem falta dos "encontros". Tanto dinheiro investido em templos (prédios) e agora vazios, enquanto muitos Verdadeiros Templos necessitando de ajuda (dinheiro). Aqueles que não cuidam dos seus, que negligenciam os pequeninos, ainda não encontraram a Cristo, pois o contrário disso é a evidência contrária!
Ser contrário evidencia a Verdade no Caminho escolhido para nossa Vida!
Fumo a fumaça dos carros
e vago pelo teto dos prédios.
Ao meio-fio do prazer,
enquanto as ruas
caminhavam sobre mim,
transito, transando com a poesia.
JUSTIÇA PREDIAL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
A justiça tem seus prédios;
ministério; instâncias; varas;
tem guichês; arquivos; gente...
Só não busque, na justiça,
prontidão; boa vontade...
nem justiça, propriamente...
BOA VIAGEM
Caminho no calçadão
Praia de Boa Viagem
Prédios arranham o céu
Eu admiro a paisagem
Tomando água de coco
Sem passar nenhum sufoco
Cai a tarde de passagem
O PARQUE
Em meio a tanto concreto,
Prédios, carros e asfalto,
Mais parece um oásis
O parque arborizado.
Gosto de correr por lá,
Alguns vão só caminhar
Com a natureza ao lado.
Sério que eles acharam que iam ficar de boas ocupando os prédios? Pedindo no Zé delíveri, no Aifúdi e recebendo mesadinha?
Um vai e vem
Pessoas, carros, trens
metrô, catraca, escada rolante
Prédios, concretos, trânsito
Correria.
Restaurante árabe
Logo ao lado um japonês
na esquina uma padaria
com várias iguarias
opções.
Cartão de crédito
Cartão de crédito
Tiquet do metrô
(mais cartão de crédito)
Guarda-chuva
Terno e gravata
Manta suja e rasgada
Brancos, negros, pardos
amarelos
Cabelos castanhos
Cabelos estranhos
E continua o vai e vem...
São Paulo
Metrópole de todos
Metrópole de ninguém.
As artes postais que
pediam basta de guerra
foram recusadas em prédios
públicos na Argentina,
Fiquei muito perplexa
quando soube da notícia.
No meio da praça cada
arte foi parar como
alma exposta no varal
graças ao esforço sem
igual da artista coerente
com a soberania pátria
sobre as ilhas Malvinas.
A América Latina vem
sendo rodeada por
detestáveis sombras
e o interminável
pesadelo de olhos
abertos de todo o Haiti:
(Não é exclusivo daí,
é sobre tudo o quê
se avizinha sobre nossas vidas).
Todos estamos sitiados
por relapsos,
e como isso dói daqui.
Deixo tudo isso registrado
nestes versos latino-americanos
enquanto o tempo passa
e vejo a partida do velho tupamaro,
a injustiça operante contra
paisanos, uma tropa e um General,
e toda a nossa região mergulhada num interminável caos e desgraça.
E ainda há de se consertar um mapa,
e quero que você saiba que noGuadacapiapu-tepui
os meus versos latino-americanos
com intimidade ali transitam
e nos outros onze tepuis habitam.