Por você eu Limpo os Trilhos do Metro
"Ai, que preguiça dessa gente igual. Estou à espera de um convite para sair dos trilhos da monotonia. Quero criatividade, ousadia. Quero alma!".
TRILHOS DA SOLIDÃO
Como, colecionador de solidão
eu colecionei... A minha solidão
sozinho!
Sem canto de passarinho
sem chuvas pra se molhar
sem vento de redemoinho
sem musica ecoando no ar.
A minha solidão...
É um bonde encarrilhado, no meu trilho
Sem apito, sem grito, cheia de duvidas
... Toda sonsa, cheia de grilos.
Ela, dotada de silencio...
Apagou meu riso, meu astral,
agora trilha em clima propenso...
me deixando tenso,
... Me deixando mal.
Antonio Montes
Já percorri demasiados trilhos de desejos, expetativas, deceções e frustrações. Agora vivo de coração sossegado e sinto os meus momentos com muita alegria e com muita loucura, realizando os meus planos.
Venho saindo dos trilhos
e vejo o bem que me faz.
Há tantos que vejo perdidos
em busca de uma sonhada paz.
E estes dizem que a vitória é garantida
se pagar o preço que ela custa...
Nesse "sistema" não existe valor para vida
que explora o ser em sua busca.
Já estive nos trilhos, sei como é a pressão,
Mesmo não querendo "aquilo"
uma prisão invisível
obriga que as "normas e regras"
sejam mantidas em seu coração.
Só tem um jeito de sair da prisão
é você estar ciente dela.
O que você vê, você luta.
O que não ver, fica refém nela.
Se o homem anda sobre os trilhos, carrega consigo uma probabilidade menor de ver sua vida descarrilar.
MUNDO OVO
Meu cavalo corredor
pelos trilhos, pelas tardes
vai marchando ao por do sol
para matar as saudades.
Todo dia voa aos ventos
galgando seu arrebol
entrega-se aos sentimentos
no tempo do por do sol.
Vai cavalo em sua chama...
Chamegando de paixão
pela poeira, pela lama
com fogo em seu coração.
Cal vague em seu por do sol
em cada noite um dia novo
disfarça do povo o anzol
nesse nosso mundo ovo.
Antonio Montes 2
Estou saindo dos trilhos;
Estou descarrilando...
Plano B, cadê você?
Outro meio de transporte
Eu viso...!
Quero estar esperando em um cais
imaginário,
Ainda que seja a ver navios, que jamais
atracarão para levar-me daqui.
Se possível for, até um rally,
Seria providencial!
Andar em círculos, que fosse!
Sumir daqui, dali, de lá...
Sumir de todos os lugares,
das vistas das incertezas,
Que não me revelam nada,
Das clarezas que preciso!
No trem da vida, espero que ele ande sobre longos trilhos, que passe por diversos lugares. Assim, que da janela, eu possa admirar novas e belas paisagens e antes de chegar no fim da linha, que eu tenha passado por todas as estações
O que chamamos de vida nada mais é que um trem rápido, transitando nos trilhos de uma montanha russa, e nesse trem você pode estar sozinho ou acompanhado, porque a compra dos bilhetes você já fez antes mesmo de nascer, mas a decisão da companhia quem faz é você.
Solta essa camisa,
Lembra o cheiro que ele tem.
Joga essas lembranças
Nos trilhos de um trem...
Deixa esmagar-se.
Deixa teu coração exalar um fúnebre desejo,
Logo as estações passam,
E tudo voltará ao seu normal.
Mesmo que tenha que morrer e renascer.
Corre lá fora, veja a vida, vai viver.
Somos antinomia.
Mas os teus olhos são conducentes .
Onde encontrar razão em tudo isso?
Ser humano que é humano não controla o que sente.
No instante que diz que controla, mente.
Desapegar é algo externo,
Podemos por um momento, ou dois, fingir.
Destruir o que há em nosso âmago tem outro nome.
Destruir por dentro, é desistir.
Por que, por que destruir?
Vê-se os trilhos do bonde, no pé das frutas do conde, no entorno do misto dos milhos, com as doces e tortas espigas do conde de monte cristo.
Trilhos
Passageiros nos vagões
Despedida na estação
Apita o trem
Difícil não pensar
Trem partindo
Silêncio no coração
Caminhando pelos trilhos
Canto uma canção
TRILHOS
Eduardo B. Penteado
Olhos, olhos e tudo o mais
Vi teus olhos hoje na praça
Correndo soltos nos olhos do velho
Fitando os olhos do menino franzino
Iluminando as luminárias das Neves
E foi somente nesta praça
Flutuando num outro tempo
Fustigada por outros ventos
Que a chuva alagou os trilhos do ontem
E como nos filmes antigos
Tudo ficou mudo e foi-se a cor
Tudo pode, nas histórias de amor...
A chuva encheu o ar com o cheiro de teu suor
Num rompante, sem conter tal ardor
Peguei minha saudade pela mão
E dancei na praça uma valsa
Um rock, um baião
Refrescando na chuva torrencial
Os sintomas da minha paixão
E dançando uma coreografia de raios
Canalizei o que havia fantasiado
Para um ponto inerte do meu passado
Até achar-me num nicho imaginário
Um segundo além do presente
Sempre um segundo distante
Mas vi-te passar tantas vezes de carro!
Com tantas pessoas conversaste!
Um segundo após o raio
Tudo era de novo uma grande ausência
Como a chuva caindo nos trilhos do bonde
Que hoje não quis se molhar.