Poetas Gauchos
Poetas, escritores até filósofos,
dizem que amizades são eternas ...
tenho minhas ressalvas,
amigos de décadas, confidentes
e amor platônicos são
extinguidos aos poucos,
a distancia dizima a fraternidade.
A POESIA DE CADA UM
Levantem-se, poetas!
Por que esconder tanta beleza
Lacrada em ignoradas escrituras?
Há um poeta em cada homem!
Poesia não é a linha escrita
As frases montadas
As palavras difíceis
O sentido oculto.
Poeta não é o escolhido
O culto
O esquisito
O admirado
O discutido.
Poesia não é a face voltada
Ao pobre
Ao rude
Ao oprimido;
É algo simples,
Universal!
Poesia é do operário
Do pedreiro
Do Lixeiro
Do marceneiro
Do agricultor!
Como é dos médicos
Dos advogados
Dos engenheiros
Dos psicólogos
Dos professores!
Nas mãos do culto
É nota afinada;
Nas mãos do rude
É nota dissonante,
Sem deixar de ser poesia!
Poesia é a oitava do maestro
O tinir de instrumento do ferreiro.
Está nos livros adornados a ouro
E no papel de embrulhar pão;
Na eloquência do orador
E na mudez do flagelado.
Poesia é a flor do jardim imperial
E a flor do túmulo sem nome;
Está nos teatros
E está nos campos;
É a chuva
O sol
O arco-íris;
É a lama
A escória
O temor!
Quanta poesia há
Num mendigo que olha pro céu!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
IMPRESSÕES DA PRAÇA
Velha praça de imortal nome!
Encruzilhada de destinos
Que correm paralelos
Ou se entrecruzam
Em eventuais encontros.
Velha praça de imortal nome!
Onde os pássaros sufocam gorjeios
Ao alarido de veículos céleres;
Onde o trágico e o cômico se revezam
Aos olhos transfixos dos transeuntes.
Velha praça,
De novas emoções!
Em seu solo vicejam
Plantas e flores,
Pegadas e frases
Que Éolo mistura
Em algaravias
Que somente a brisa entende.
Os homens se esbarram,
Mas não se tocam;
Trocam ideias
Ou falam a si mesmos.
As árvores cumprem seus destinos:
Sombreiam, farfalham,
Tingem a paisagem cinza citadina
Com cores vivas;
Mantêm colóquios misteriosos
Entre si;
Brincam com anciões
Recostados em alvos brancos,
Derramando-lhes folhas soltas.
Velha praça de imortal nome!
Ao dia, é vida e burburinho;
À noite, é escura e melancólica;
É abrigo de aves gárrulas;
É repasto de pombos...
E de sonhadores!
Santos, Praça Rui Barbosa - 1980
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
Os Poetas Sonhadores, tiveram em sua vida grandes amores, que os inspiravam a escrever belos poemas, não lhes faltava tinta em suas penas
Ninguém morre de amor
Embora de inspiração sirva aos poetas
A beleza das palavras aos outros encante
O sofrimento alheio é doce, quando parte de você não faz.
Ninguém morre de amor
Ainda que doa, que tire a paz
Que aparte o peito
E tire o sossego
Parece atraente sentir por alguém
Quando em seu coração nada se sente
Mas quando sente, se arrepende
Que bem fazia em não sentir.
E fica inseguro, e tenta ocupar a mente
Tenta se enganar e seguir em frente
Mas o coração teima em ficar
Na lembrança de uma bebedeira
Que sem lar, sem beira
Se nega a partir.
Poetas
Não, não!
Não seremos poetas
De um dia só
De um amor só
De uma estrela só
De um país só
De uma poesia só!
Poetas e violeiros,
Cantam as saudades
Cancioneiros da madrugada,
Cantadores de flores
Conversam sobre poemas
Versos, melodias...
Falam, de amores.
Difícil é ser poeta e não viver como tal.
Poetas se caracterizam pela pureza do sentimento na escrita, sendo ele de dor, de raiva ou amor..
Nós sentimos mais que todos, sentimos por todos, e sentimos tudo a nossa volta, sentimos todo desejo reprimido, sonhos destruídos...
Somos também puros quando amamos, puros... pois nos entregamos, como Julieta a seu Romeo, nos sacrificamos mais do que devemos, mais do que podemos...
Pela simples vontade do desejar o que é "meu"!
Queria tanto amar sem ser poeta .
Assim como todo mundo !
Poetas sofrem e desabam em dobro.
Além de amar com o coração ,
precisam também derramar sua alma
num papel e pra todo mundo ver .
É uma espécie de forca .
Ficamos tão expostos
tão vulneráveis até mesmo para
quem amamos .
E quando o outro lado não enxerga nada
aí é que dói mesmo.
Eu só queria ser como a maioria :
Amar no silêncio !