Poesias sobre o Corpo
SONHO POÉTICO
A poesia possui corpo físico. Sente dor, alegria e tristeza.
Sobretudo é sentimento que freme.
Qualquer um pode escrever um poema porque isso é expressão de sentimento, intrínseco a qualquer ente. Quando adolescente toda mocinha, todo rapaz, guarda em seu diarinho algumas frases de amor, rebeldia e desilusão.
Embora mais tarde quando as encontra-las, quase esquecidas, amasse em bolinha e descarte. Ou talvez alguns guarde-as consigo para a posteridade. Mas a vida contemporânea nos torna produtos comercial. E isso nos desalenta da produção literária, quase que involuntariamente. Pois quando somos rotulados “responsáveis, racionais”, partimos em busca dos bens frívolos na intenção de uma suposta aceitação social.
- A poesia em sua essência, não!
- Essa subverte...
Porque a arte por si só não permite negócio.
Ela possui a magia de oferecer sentimentos e sentido às coisas.
Já dizia o poeta Leminski o ato de escrever
A linguagem da poesia é um ambiente de santidade.
De tal maneira a fazer aplacar ou indignar o sonho poético.
Eu estou muito cansado da vileza de tudo que não é natureza.
Porque a natureza é a representação da arte.
E a arte materialização do Deus imanente.
Nem mesmo a vasão dessa solidão que carrego sobre os ombros me alenta.
A potência e fragilidade da vida, o nada que a gente representa diante disso.
- A humildade diante de nossa condição frágil
- De nosso próprio espirito imperfeito assusta
- E com a prudência do sábio
Me refugiu na santidade da poesia como essência da vida.
NUDEZ
Me despi
Não do corpo têxtil
Me despi
Desse inócuo corpo físico
Me despi
De sentimentos índolentes que não me apraz.
Me despi
De esperanças vãs que nunca aportam o meu ser.
Me despi
Dessa indolente arrogância que se faz competir.
Me despi
E sigo assim para me vestir de sonhos
E, seguir.
Meu corpo fadigado na frieza marmórea que os dias me facultam.
Só mesmo as letras seriam capazes de desvelar esse meu ínfimo ser.
Esse rude estado de proeminência que às vezes cintila em mim.
Serve-me apenas para velar a escuridão que me sonda
MINHA ROSEIRA
Tu és a rosa que me encanta;
Teu cheiro purifica meu corpo;
Teu verde me faz sentir o amor e a esperança.
Tua paz, pequena grande sombra;
Teu corpo meu, forte frágil caule,
Ensina-me a levar...
Em teu colo, quando me abraças,
Vivo sonhos, sou orvalho em pétalas,
Felicidade refletida...
Além de mãe, és mulher e és guerreira.
Fiéis são teus espinhos que me protegem
Nas batalhas dessa vida.
Teus frutos, também meus frutos; nossas plenas vidas.
Tu és, amor, roseira, uma existência maior;
Tu és, amor, meu anjo, a vida que me faz ser;
Tu és, minha querida, o bem que me faz viver...
Celebro o teu beijo
em cada rincão
do meu corpo
eis o meu segredo.
Não sei se és
minha realidade,
no fundo sinto
que já sou
a tal chama
que em ti arde.
Sou a confiança
de uma criança
que pede por ti
para não temer
a noite escura.
Orgulho solene
de me sentir
erótica, quente
e rica como
uma divindade
por ter feito
você satisfeito
adormecer entre
os meus braços.
Aroma de Cedro-amarelo
nos envolvendo,
Trago Versos Intimistas
para no teu corpo
passar uma vida inteira
escrevendo o poema
de amor e a prece perfeita.
Ouvir o Açubá
e sentir a vibração,
Deixar a áurea
tomar a mente,
o corpo e o coração,
Amar a sua existência
é toda a explicação.
Não conheço
o seu nome,
o seu rosto,
o seu cheiro,
o seu corpo
e o seu gosto;
Mas hoje depois
de muito tempo
posso dizer que
conheço a sua
alma e que você
ocupa absoluto
a minha mente
e o meu coração,
Mesmo que você
se colocou distante
da minha mão,
Só quero que você
saiba que és
o único e inequívoco
amor perpétuo
que tenho neste mundo.
Meu sangue e meu corpo
são de imigrantes e de ameraba,
As raízes d'alma e a poesia
são completamente ameraba,
Desta verdade existencial
ninguém me separa,
É só olhar bem para a minha cara.
Encontrei a Anaantanha
que estava desaparecida
para afastar os males
do corpo e da guerra,
Talvez para pendurar
na entrada da aldeia
para afastar qualquer
mal que pode pairar
sobre esta nossa terra,
como ameraba que sou
ainda insisto ser poeta.
Corpo feito sem igual
de clima tropical,
Choeblack na mão
e alma forjada pelo mar.
Choeblack que enfeita,
que cura e no artesanato
traz o florescer do Haiti
que merece ser amado.
Não sossegarei até
alcançar o êxito de ver
ver o esperado dia chegar.
O amor irá multiplicar,
e inevitavelmente
reunidos faremos um lar.
Entre a mente e corpo
não há diferença
com as Boleadeiras
na mão do gaúcho,
Quando no absoluto
o amor e a sedução
escrevem a sentença
no coração para a vida inteira.
Treze de Maio
O teu nome leva a data
do fim da escravidão,
És italiana de imigração
corpo alma e coração,
que veio para o Brasil
e ajudou a construir
a nossa linda Nação.
Treze de Maio, amada,
amo demais a tua
linda gente de coração.
No Rio Urussanga
o meu amor por ti
jamais se cansa,
e no Rio Correas
só cresce a esperança.
No Rio Lageado
o meu fica ainda
mais por ti apaixonado,
e Rio do Salto ou Caipora
a minh'alma se revigora.
No Rio Vargedo escondo
o meu sonho em segredo,
e no Rio Coruja velo
as estrelas com ternura.
No Rio Perdoná
revelo que encanto
maior na vida não há,
Treze de Maio, terra prometida,
amor maior que o teu nunca haverá.
Felinamente escalaste o meu corpo
E bateste abrindo a porta do meu coração,
Explorando o bom dos teus miados
Maliciosos com os meus afetos delicados.
Pegaste este coração desprevenido
E agora deixando-o partido,
Presenteando com um silêncio imerecido
Este mal feito jamais será esquecido.
Não duvide disso,
O afeto foi enorme, e você desperdiçou;
Deixando tons e ritmos de saudades
Ainda que não fomos além do que foi dito.
Ainda eu tenho a chance de ser feliz
Eu hei de encontrar um amor mais bonito,
Que faça valer cada verso escrito
Construindo comigo um caminho para o amor infinito.
Sigo no teu corpo
Suave é o teu balanço
Saber que te tenho
É um delicioso descanso
Beijo o teu beijo
Com delicioso jeito manso
Colo no teu colo
Danço do meu jeito
E você me bole do jeito que eu gosto
Roçaste o teu desejo
Provocaste um soneto
Outros mil ainda virão
Entregarei para ti o meu coração
Todos passam a ser um
Quando desabrocha a primavera
Seja no mar ou na serra
O coração sempre vira terra
Pronto para ser mais do que um
Oriental é a orientação
Vozes macias, - fino afeto
Homem e mulher que se apreciam
Seguem juntos muito além do sexo...
Sem fazer nenhum ruído
Um corpo foi despido
Diante do espelho,
Para arrancar um suspiro
De desejo lascivo,
Há de ser um belo bailado
No território [conquistado;
Será um pecado bem cometido.
Vou roubar o melhor de ti:
- o prazer do teu corpo
Sem nenhuma cerimônia,
irás cair em tentação...
Vou roubar-te de ti mesmo
para que me implores por mais;
E desconheças a devolução.
As minhas promessas são
e sempre serão cumpridas,
As minhas manias poéticas
hão de ser por ti conhecidas.
As minhas sutilezas são
letras profanas e veras,
As minhas vontades severas
de fazê-lo conhecer a perdição.
Não compreende uma alma
que aprecia a liberdade,
Que aprecia a sedução com vigor
E toda a sensualidade;
Para que não se perca a sedução
na imensidade do mundo,
Cria-se o melhor a cada segundo
- sem pressa -
Porque o melhor de ti eu hei de
- roubar -
Para que o melhor da história
- se fortaleça -
Se misture com as nossas
- emoções -
E o tempo se torne incapaz de apagar.
Desejo que não passa,
cobiça feita de erotismo,
Sinto, anseio e cobiço
o corpo feito de volúpia
Que há de me carregar
para o paraíso [onírico].
Não me basta ficar só olhando,
Necessito tocar o corpo alheio,
Sem nenhum 'tipo de freio'...
Não me basta ficar te esperando,
Preciso tocar o teu coração,
Com toda a minha emoção.
Não me basta ficar te enganando,
Desejo revelar que sempre te amei,
Todo o amor do mundo eu guardei.
Dançam os corais nos oceanos,
- O mundo dá voltas
Colocaste-me dentro de ti,
Porque na verdade eu jamais saí.
Cantam os pássaros nos montes,
- O relógio dá voltas
Coloquei-te dentro de mim,
Porque na verdade és meu bandolim.
Suspensa no topo da Galáxia
Escuto o teu saboroso canto,
Embalando o meu corpo
Despertando do bom sonho,
Que estava no teu porto.
Apenas do sono despertada,
Mas não menos apaixonada.
Porque quando se ama:
A alma sonha acordada.
.
Sonetista do farol da ilha
Escrevo com poeira estelar,
Querendo a rota contar
De um particular encanto,
- Que veio para renovar! -