Poesias sobre o Brasil
Siriri
A tua voz macia
na toada do Siriri,
Na minha mente
está gravada
e ando dançando
até debaixo da chuva
me preparando
para a próxima vez
que a gente se encontrar
e em mim você vai notar
que o amor chegou para ficar.
Cururu
Balançando a minha saia
dançando o Cururu,
Você percebeu que não
sou para o bico de qualquer um,
Você não me troca por
outra na vida de jeito nenhum.
Negação
Os que cometem
o crime de limpar
etnicamente um povo
jamais irão confessar
a barbárie genocidária,
Eles irão entrar
no modo negação
até convencer
outrem a absolver
de tudo o quê foi feito.
Fandango de Tamanco
Escutar a viola de dez cordas,
a sanfona de oito baixos
e os tamancos estalar
após a colheita do arroz
é neste Fandango de Tamanco
que só os homens podem dançar,
E nós as damas descansamos
da labuta para gentilmente apreciar,
Te encontrar foi o presente
mais lindo que eu pude ganhar.
Fandango Tropeiro
O nosso sangue quente
é tropeiro e o Feijão também,
O Fandango Tropeiro saindo
da viola amorosa,
E vocês dançando ao redor
da fogueira fazem
a gente se sentir muito bem,
Mais cedo ou mais tarde
o amor entre nós haverá de virar lei.
Poço
Quando preparo o Chimarrão
com o Mate eu faço o Poço,
Quem conhece a vida
sabe que mais cedo ou mais
tarde para tudo tem troco,
Por isso não me permito
me render ao desgosto.
Ponte
Na Cuia faço do meu
Mate a famosa Ponte,
Ninguém pode ficar
o tempo todo sozinho,
Caso não compensar
o caminho de volta
está bem preparado,
porque para tudo
na vida requer cuidado.
Petúnia do céu noturno
florescida no continente,
Traz para mim o augurio
de viver um amor contente.
Está nublado no imperceptível
esternocleidomastoideo
do Hemisfério Celestial Sul,
As estrelas estão se aproximando
para ajudar a trazer a cura
que na verdade dependerá
de cada um sair dessa ficção
produzida por uns que querem
nos atirar nos braços
da descrença e de um conflito
aparentemente sem saída
por não sermos autoconfiantes
e firmes em desarmar
bombas sociais internas,
Se não recuperarmos
a consciência coletiva
para nós só haverá queda.
Na Mata Atlântica do lindo
Rio de Janeiro floresce
o Jacarandá que faz o meu
coração encantado e faceiro,
Este belo e inesquecível
tesouro ocupa inspirador
cada verso romântico
e atlântico que declaro o meu amor.
21/07
Busque manter vivo
tudo aquilo
que não desligue o seu afeto,
para que no futuro
não passem por cima
do que é mais precioso na vida
para você e por você.
Ver o Butiá-azedo
enfeitar o jardim,
Não ter mais medo
do tempo passar,
Ter você do meu
lado é o meu maior
desejo apaixonado.
O Butiá-branco
balançando
pelo vento minuano
me faz intuir que
você está chegando,
e para você decidi
ir me preparando.
Um conceito para ocultar
a maledicência ou é
ignorância mesmo que
ainda persiste nos tempos
de hoje por parte de pessoas
que preferem suprimir páginas,
rasgar e queimar certos livros
em vez de ler e pesquisar
para o seu horizonte ampliar.
Não vejo a hora de encontrar
uma muda de Butiá para plantar
no jardim da minha casa
e ter doces para te mimar
quando você passar por aqui
na minha querida Rodeio,
Enquanto não encontro
vou alimentando com
carinho para ganhar
o seu amor antes disso.
O caminho de volta
é possível sempre
que houver boa vontade,
Levar um Pau a pique
com folha de Bananeira
para assar no forno,
Memória brasileira
de uma infância feliz
e orgulhosamente roceira.
Aguardar pelo seu amor
como se aguarda
pelos frutos Butiá-açu,
É algo que dedicada
faço com louvor,
porque a intuição diz
que serei a sua amada.
Então parecendo uma
cena de série da televisão,
Numa noite depois
de uma volta na pequena
cidade do interior,
Veio a memória romântica
onde há anos atrás
eu beijava os seus lábios
cheios de sorvete de creme
numa noite de Verão
onde eu entreguei o meu coração.
Criam um caleidoscópio
de contradições
para provocar distrações
e nos dominar,
Se permita cultivar
a sua idiossincrasia,
Seja o seu Aloe Vera
e busque um ponto
de fuga para respirar.
Butiás-da-praia maduros
para colher são beijos
para a alma e o paladar,
Vou fazer um doce
que você vai amar.