Poesias sobre Escola
Enquanto a escola mantiver
um currículo, apenas, como
pano de fundo de suas ações
os professores continuarão
exercendo um papel
de meros colaboradores,
de um sistema de ensino,
que prioriza os resultados como
determinantes de uma qualidade questionada.
O neoliberalismo transformou a escola
em uma empresa que produz ensino,
onde o aluno é um cliente
para a instituição privada
e um número para a pública.
Enquanto que na primeira
o foco no cliente tem o propósito
de garantir o acúmulo de riqueza,
na segunda o uso do número
é o recurso estatistico utilizado
para sinalizar que estão no caminho certo,
capaz de garantir a ideia falseada
de uma qualidade que não se traduz em
uma verdadeira aprendizagem significativa.
A escola tem que funcionar
como uma extensão da realidade
que o aluno encontra no meio em que vive,
para que ele encontre significação
no que aprende.
Enquanto a escola estiver
assumindo como seu foco
as exigências de um sistema de ensino,
para o qual ela está subordinada,
bem como, atribuindo ao currículo,
o norte de suas ações,
a formação integral de seus alunos,
continuará se perpetuando
como uma utopia,
oriunda de um discurso
desagregado de sua prática.
Quando o aluno não encontra
significado em que lhe impõem aprender
não consegue ver na escola
um motivo para a sua atenção reter.
Quando a escola muda o foco de suas ações,
do aluno para o reconhecimento da mesma,
a educação deixa de ser algo que transforma
para se tornar no caminho que molda
os resultados necessários para a sua glória.
O maior mal que o neoliberalismo fez à escola, foi torná-la em um ambiente de
de profissionais na arte de auto-negar a sua capacidade de educar.
Dizer que a escola não educa,
ou que o educar não é seu papel,
é desconhecer a dimensão da educação escolar,
é não ser capaz de enxergar a carência dos alunos
que se manifesta dentro da escola,
é não compreender que o ensino
está incluso no processo educacional.
Estamos numa escola que se chama vida;
Nela, jamais conseguiremos aprender tudo,
É importante que tenhamos consciência
de que as provas são naturais e de extrema
importância para o desenvolvimento e crescimento!
A ladra da divisória
Escola ladra de baixa diretoria,
diz que o seu cargo é superior,
humilham e expõe a acessoria,
do faxineiro, até ao professor!
Acordo dali e acordo de lá, dá,
é cabresto de quando precisar!
Filtra com diligência o é pra já,
paciência é pra poder enganar!
Pra derrubar a máscara da cara,
a intervenção vem do supervisor,
se o humilhado esclarece, declara!
Por fim ficou confirmado a ladra
da divisória que não era tão cara...
Levou pra casa dela ou à quadra?
II
A curiosidade logo se espalhou,
a diretora ladra teria defesa?
Devolveria a divisória que furtou,
ou seria ela condenada e presa?
A história teve pano pra manga,
pois a escola sendo ela pública
tudo foi parar no Palácio Ipiranga
por estância de auditoria jurídica!
Por o país estar no trilho da justiça
a diretora não pode sair dessa ilesa,
e não saiu! - É agora Brasil de raça!
Pois, divisória ou não, roubo é roubo,
foi - se o tempo da opressão de graça.
Chega de furto, de roubo e de rombo!
Cotas cerebrais
Escola, escola
está na hora de ir pra escola:
pega o lápis depressa,
pega o lápis depressa,
pega o lápis depressa...
Sem essa de esquecer o que aprendeu
a lousa estava cheia,
o livro foi pra reciclagem,
porque já venceu o seu e o meu,
são três anos e nada mais!
O que é isso escola, explica pra mim:
porque é que tem ser assim,
se o governo não tem dinheiro
o livro serviria por diversas gerações,
porque o básico não muda tão ligeiro,
espera um pouquinho...
amanhã a lição acabou e te vira professor!
Vá xerocopiar, vá reproduzir te vira por aí...
Amanhã já volta das férias
e a criança estacionou
não lembra mais de nada,
do que na escola aprendeu!
O que será que aconteceu?
Ninguém sabe, ninguém viu,
essa forma de aprendizagem
que cota exporta seus neurônios cerebrais!
Explica de novo, de novo, de novo ô professor...
e depois já passou ...passou já dez anos ou mais!
depois no desemprego seu desempenho tanto faz!
Amanhã já volta das férias
e depois já se passaram os anos
mas, ficou uma lembrança na parede,
olha a criança aí...olha aí...ai...
A escola virtual
Tá na hora da transmissão
a aula já vai começar,
liga logo a televisão
eu quero estudar!
Matemática é na segunda-feira;
Terça é Língua Portuguesa
Quarta tem história e geografia
Quinta a Ciência vem ensinar. ..
Sexta-feira vem a Língua Inglesa;
A arte e a Educação física onde colocar?
No sábado e no domingo não dá!
Então dá um jeito nesta grade horária
mesmo porque está escola virtual
tem caráter emergencial e será temporaria!
Maria Lu T S Nishimura
Grito de Garra
Nossa escola é de paz
Aprendizado e amor
Aqui tem solidariedade
Tem sim senhor
Oooh! Somos da paz e do amor (3x)
Solidariedade um com o outro
É um princípio de ouro
Com amizade e empatia
Fazemos um mundo novo
Oooh! Somos da paz e do amor (3x)
Grito de Garra
Essa gincana é de paz
Solidariedade e amor
Nossa escola veio fazer parte
Participando com fervor
Oooh! Somos da paz e do amor
Aaah! Gincana Itaquá
Paulo Nunes vai ganhá
Solidariedade um com o outro
É um princípio de ouro
Com amizade e empatia
Fazemos um mundo novo
Oooh! Somos da paz e do amor
Aaah! Gincana Itaquá
Paulo Nunes vai ganhá
A escola do caiporismo
A escola do caiporismo ouve as algazarras
que se estendem nas salas
arranhando o chão!
'Que criançada em educação'!
Ecoa sob a caliça despejada nos arremendos...
O páteo esburacado todo gretado
Sob a chuva, vira o aguaceiro!
Sob desvios vagarosos, vão os passos
e as rodas dos carros silenciam,
nos motores que desligam...
Ali ficam nos cantos escolhidos,
desviando a lama da desgrama de novo,
e a política da escola encolhidos
que ainda se continua a engano do povo!
Construtores da Nação
Pela escola a trabalhar todo dia
os profissionais da educação
são maravilhosos!
Professoras principalmente,
nesta escola em maioria
são todas competentes!
Os problemas existem
mas as guerreiras persistem,
se dedicam com afinco e amor
porque na educação
são sim mestres,
mestres dos milagres em sala!
Mas, tudo o quanto deles falam
é que o salário é uma miséria,
e sabemos que merecem muito mais
pois, um mestre transforma,
educa, se sacrifica por seus alunos,
porque acreditam que cada um é capaz!
Está é a verdadeira motivação de escola,
porque muitos vezes o aluno sem mochila
vem com a barriga vazia,
às vezes, perdido em confusão de família,
e os mestres são os que vêem tudo isso,
mas, têm nas mãos o desafio de ensinar,
ainda que possam querer ajudar!
Por isso, a qualquer tempo os professores
merecem ser respeitados, valorizados,
se não for pelos políticos e pela sociedade,
que saibam ser por sua classe em união,
reciprocidade e compreenção,
afinal são todos construtores da Nação!
Ao longo da minha trajetória, aprendi com a escola da vida. Que desistir é um ato de coragem, amor consigo mesmo.
Sonhe alto, voe alto. Só não permaneça em lugares e ao lado de pessoas que te machucaram ou magoaram.
Lembre-se sempre disso!
A desvalorização da escola pública e dos profissionais de educação, arte e cultura é nítida, manifestando-se na diminuição de salários e na ridicularização social.
Atribuir a culpa exclusivamente à população é uma simplificação capitalista.
Há alguns anos, fui convidado a fazer um treinamento numa escola estrangeira. Na hora do almoço, sentei com um norte-americano.
Não perdi a oportundidade e perguntei em inglês pra ele:
- Você sabe como chama as pessoas que falam várias línguas?
Ele olhou para mim com curiosidade: - Como?
- São poliglotas, respondi.
Lancei outra pergunta: - E pessoas que falam duas línguas, você sabe?
Ele fez um não com a cabeça.
- Bilingue, afirmei com sorriso.
Não parei por aí e fiz uma terceira pergunta:
- Agora, você sabe como chama quem fala só uma língua?
Ele olhou para mim, intrigado, aguardando a resposta.
- Norte-americano.
Gargalhei,
ele não riu.
E nunca saberei
se meu inglês tava ruim,
se era vergonha,
ou raiva de mim.
Na escola,
a nota alta era eu que tirava;
a nota baixa, o professor que me dava.
Hoje sou um tadinho;
um profissional de nariz sujo,
que culpa o chefe chato
e cospe toddynho.