Poesias Romanticas para a Pessoa Amada
Gente Infeliz —
Julgar que alguém é ruim porque
é infeliz, é uma enorme
crueldade.
Pois parte da premissa de que se conhece as causas, os motivos e as circunstâncias do íntimo particular do sofrimento do outro, quando, na verdade,
na grande maioria dos
casos,
vê-se, quase sempre, somente a
superfície do problema.
Contudo,
ainda assim, ignora, desdenha
e condena-o mau.
Acredito que se perguntarem a ela
qual a cor que a representa,
prontamente, responderá
que é a cor vermelha
por ser uma expressão de vitalidade,
de uma paixão calorosa, de um amor de verdade, a vivacidade de cada emoção, tanto que, às vezes,
fica vermelha de vergonha
ou por causa de alguma irritação,
já que nem sempre é uma pessoa calma,
mas geralmente prevalecea doçura
do seu coraçãoe o fulgor da sua alma.
Os Meus Nove Anos —
O que aqueles anos me traziam?
Bem,
eram dias e tardes e, muitas vezes, noites preenchidos por brincadeiras.
Evidentemente
havia horários para outras coisas:
uma coisa ou outra em casa,
escola, igreja.
Mas a maior parte do tempo era gasta mesmo com brincadeiras: jogo de botão, futebol na rua, pega ladrão... e, em especial, uma brincadeira com carrinhos e bonecos, em que revivíamos personagens de uma novela.
Eram os meus nove anos e, quando se
é criança, naturalmente, esquece-se
de se observar sendo.
Fantasiamos outras idades:
a juventude, a vida adulta, e só assim podemos, verdadeiramente ser
e estar criança.
Nós, adultos, emburrecemos: perdemos a capacidade legítima de sonhar, de divertir-se verdadeiramente.
O que aqueles anos me traziam?
Bem,
traziam-me a mim.
Eu não sou essa pessoa forte que todos acham que sou.
Por trás desse escudo existe uma mulher frágil, precisando de uma ombro para chorar, de alguém para ouvir sem ser julgada, de uma pessoa amiga.
Contra o Desespero —
Dizer,
como uma confissão,
que eu já sei que essa pequena
chama de ânimo e esperança
logo se apagará, e assim
eu terei de, mais
uma vez,
buscar algo para tentar inflamá-la
contra o desespero,
é só uma parte da lucidez sobre
a realidade. — minha realidade.
A outra parte, dentre tantas outras,
e o que, constantemente, em mim falta,
é suportar essa realidade sem alarde,
com alguma decência — íntegro.
É difícil conviver com gente que tratam as pessoas como descartáveis, porque não sabem administrar problemas, e ao menor sinal de um deles quer se livrar da pessoa e não do problema;
É difícil conviver com gente que para esconder os sentimentos, tratam as pessoas como lixo;
É difícil conviver com pessoas que são tão insensíveis e indiferentes que a gente chega a pensar que está se relacionando com uma porta;
É difícil conviver com pessoas que estão mal humoradas o tempo inteiro;
É difícil conviver com pessoas que para se sentirem maiores, te humilha, te diminui com frequência;
E para dizer a verdade, não é só difícil, é cansativo, é desgastante.
Assim somos nós: uma pessoa em várias poses!
A vida toda ouvimos: você precisa separar vida profissional e pessoal. É possível?
Na minha opinião não é possível! Somos um só, com os mesmos princípios e valores. O que fazemos é assumir os diversos papéis e responsabilidades necessários no dia a dia. Assumimos o papel na profissão, no lar, com os amigos, na religião e afins! E está tudo certo!
O que importa é se sentir bem, feliz, em paz, convergindo os papéis, mantendo o mesmo “sorriso” em cada pose que assumimos ao longo da vida!
Insta: @elidajeronimo
Gestos Nobres —
Quais gestos traduzem melhor
o amor?
Minha mãe costuma fazer tudo por nós
aqui em casa:
O essencial;
O necessário;
O exagerado. — progressivamente
(que eu me lembre), sempre
foi assim.
Dizemos: "não é preciso tudo isso,
mãe! — acabará adoecendo."
"É o certo: se eu não o fizer é que
adoeço." — responde-nos.
Na infância e na adolescência,
naturalmente, não percebemos tais
gestos nobres (muitas vezes
sacrificantes), de amor,
vindos dos nossos pais, nossos avós.
A Luz Maior veio-me depois que eu
me tornei pai, tornando-a vó.
E é aí que está a magia:
Num processo, aparentemente
natural, de renovação do espírito humano, dando-lhes a sabedoria infantil de,
outra vez, tornarem-se puros,
dotados de mais cuidados
e mais afeto e mais amor,
"Deus" — com ternura — (como para as
crianças e para os animais), olha
muito mais para os avós.
Se pecados realmente existem,
eles são pagos em vida,
não em morte.
Em morte
se descansa dos outros,
não de nós mesmos.
Mudados —
Depois de mais de dois anos
ausentes — numa distância que nos aproximou por um tempo,
enquanto afastava-nos
para sempre (talvez) —,
estávamos, outra vez, sob o mesmo
céu, o mesmo cep. — (e sem que eu soubesse): mudados.
Então,
naquela tarde de brisa e sol suaves,
num casual encontro-despedida,
ao perceber-me e eu ela,
viramo-nos as costas,
e o Universo a
página,
e a Vida continuou (normalmente),
um piscar de olhos
depois.
Mal Alcanço —
O mundo — este mesmo, feio,
feito de gente — roubou minha
doçura auroreal;
Meu olhar afetuoso e admirado;
Minha essência nobre e
esperançosa.
Agora, tenho tido raiva de ser bom,
de ser amoroso, de ser gentil...
sentimental.
Deixei de acreditar nos fins
de tardes dos sábados;
Nas manhãs amenas
dos domingos;
Nos dias cinza de chuva
e frio. — ah, que desperdício!
O mundo — este mesmo, feio,
feito de gente — poupou-se
esgotando-me.
Hoje, quase tudo que me faz bem
é passado, distante, antigo — mal alcanço.
Não Identificado —
E,
de repente,
contra a única luz que ali havia,
surge-me um objeto voador logo ou,
melhor, não identificado.
"Um pernilongo! Por onde
entrara?" — pensei aos berros na minha
cabeça —, erguendo-me num impulso
até a luz do quarto, para confirmar
e expulsar o invasor
inconveniente.
Com o auxílio de luz intensa
não se via inseto algum.
Mexia pra lá, sacudia pra cá.
Confere, percorrendo detalhadamente,
cada centímetro de pele e roupa e cabelos
do outro eu — meu filhote —,
e nada da iminente ameaça. — "então,
na escuridão do vazio da escuridão de um
quarto escuro e uma mente
obscura e cheia,
contra a luz na escuridão do vazio
da escuridão de uma mente
obscura e cheia,
o tal delinquente — gigante — neste
meu universo — subjetivo —,
era só um inseto menor — bem menor,
ínfimo — alongado pela pouca luz
na grande escuridão (do vazio da
escuridão de um quarto escuro
e uma mente obscura e cheia),
sem arma, sem fama, sem
alma de pernilongo?"
(...)
Como um zumbido ouvi
(vindo de fora):
Apaga a luz e dorme!
Um Convite —
A noite foi péssima, o dia está
cinza,
mas eu amanheci.
E como, quase sempre, me sinto melhor
nos dias cinza de tempestade
do que nos dias dourado
de sol,
a escuridão da noite tem se tornado
um convite quase que irrecusável
à luz:
Interna.
Abismos —
Há um abismo entre cada
um de nós.
Entre alguns, há uma ponte — larga
na ignorância, na mediocridade, na superficialidade. — raramente
sólida, segura.
Decerto, entre distintos e sublimes,
quase sempre, estreita, irregular,
arriscada, que, vez ou outra,
balança e assusta — ainda
assim, uma ponte:
um acesso, um alcance,
uma conexão,
ligando solidões, medos,
sonhos — vidas.
Mas entre a maioria
— a grande maioria —
e a parte que salva, só há o abismo:
enorme, sem ponte, sem pontos
de conexão, nem acesso, nem alcance.
Do raso ao profundo;
Do descartável ao raro;
Do extremo vazio à poesia:
Um Abismo.
Não quero pensar. — pensar abre abismos.
Degustar —
Ainda que haja no coração de quem planta e cuida e colhe,
o nobre sentimento pelo o ofício,
pela terra, pela Vida (tal como a
epopeia do espermatozoide
que vingou e criou-a),
a uva — a mais nobre das uvas —
para o mais nobre dos vinhos,
antes da taça,
é só (ainda que fundamental),
um processo, exclusivamente
químico, matemático — científico.
A poesia começa a ser escrita
ao se servir a taça.
A partir do primeiro degustar,
fecha-se o cálculo e, então,
abre-se um Universo
inteiro.
Dissimulado
Substantivo masculino. Pessoa que oculta seus reais sentimentos ou intenções; fingido, falso, hipócrita: pessoa dissimulada. adjetivo Que está escondido; não aparente; encoberto, oculto.
… se minha história ajudar uma única pessoa, já será muito bom.
Tenho a minha história ,
nas letras procuro o sentido,
com emoção escrevo a minha inspiração,
pra mim e pra você.
… eu escrevo.
Só nós
Vamos nos amar em silêncio,
nunca ninguém saberá
desse amor.
Será só nosso,
dirás à mim coisas de amor
guardadas em teu coração,
e o mesmo eu farei.
Seremos únicos.
Entre tantos que assim vivem,
o seremos.
por que amar, não se escolhe
a quem, mas sim, aquela pessoa
que nos fala, mesmo sem nada dizer.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista, R.Jj
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da.U.B.E.
Acadêmico Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente
De Cinza –
Era, quem sabe,
aquele dia ou aquela
semana ou aquele mês.
Era, talvez, o ano, talvez a década...
a vida.
Ainda que haja — e há — motivos
e motivos para sorrir, cantar,
brindar à vida,
aqueles que me conhecem
sabem:
Ao me encontrar, há de haver
sempre alguma coisa
vestida de cinza.
Seja
o dia,
o corpo
ou a alma.
Uma Fotografia —
Era só uma fotografia,
e eu fiquei ali, irreversivelmente
parado, fitando-a.
Uma simples foto como,
aparentemente tantas outras,
mas que, a mim, trazia o Ônus:
Um cálido meio sorriso,
olhos pontiagudos e anoitecidos,
de um amor utópico, contínuo,
antigo. — jamais começado,
tampouco esquecido.