Poesias de 20 Linhas
Eu poderia escrever mil linhas recheadas de palavras vazias, mas preferi não escrever uma palavra se quer.
Eu poderia armar meu guarda-chuva nessa tempestade, mas preferi tomar este banho revigorante.
Eu poderia abrir meu sorriso para disfarçar a dor, mas preferi derramar minhas lágrimas para amenizá-la.
Eu poderia ouvir aquela música bem baixinho, mas preferi topar o volume e dançar loucamente a meu estilo.
Eu poderia fechar os olhos para as coisas ruins, mas mantê-los fechados não irá fazer com que coisas ruins desapareçam.
Eu poderia falar tantas coisas, mas mesmo não falando nada, você entende tudo.
Eu poderia, pelo menos nos fins de semana, agir sem pensar. Mas minha razão sempre questiona meus atos: antes, durante e depois.
Eu poderia ser uma pessoa totalmente lucida, mas minha loucura é indispensável.
Eu poderia fazer planos para te colocar em meu presente, mas preferi te enterrar em meu passado.
Eu poderia andar com os pés fincados ao chão, mas preferi voar por entre o céu azul.
Enfim, eu poderia, eu poderia, eu poderia... muitas possibilidades para uma garota cheia de sonhos, com pouco juízo e muita fé.
Posso até compreender as entrelinhas do universo.
Algumas linhas mostram-se incompreensíveis ,
outras claras demais,outras indecifráveis.
Queria não ousar saber sobre as linhas que me algemam neste enredo.
Tampouco, gostaria de entender o desânimo frente aos pequenos desencontros dos passos.
Queria, apenas, saber se o meu amor incomoda o seu coração!
Como é que se escreve sem antes rabiscar o papel? Essas linhas todas tortas que me peseguem. Será que eu te assustei com essas minhas letras todas garafadas?
Esses rabiscos que escrevo ao mundo, tentando de forma quase que inutil traduzir o que se passa aqui dentro, pergunto se elas tem chegado ao destino desejado, ou estacionaram no caminho e por alí ficaram com a esperança que alguém o leia, será?
Quero amadurecer as idéias, essas que no momento me parecem insanas, construir um novo roteiro, sem vírgulas, sem pausas e paragrafos. Sem as mesmas brigas repetidas em cômodos da casa diferentes.
Por um ponto final nessa tua ausência, continuar nossa história, com infinitas reticências e se ainda for possível com o pra sempre juntos até o fim.
Como um cântico cancioneiro, a sorte de um galdério
que se põe mastro a frente das linhas dos seus mistérios
contempla querência amada
que de suas prendas tanto ouviu falar
Na puxada da relva adiante
o delirio da história enaltecida em suas andanças
Presbítero em conhecimentos
o apache de seu chão, coroando a velha entoada
da consequente revolução
Sopro da escotilha farroupilha
em mananciais heróicos de vilarejos eternizados.
Na cruz de seu batalhão, a revoada dos passaros no céu de Viamão
em que o último dos seus ancestrais ainda pisa firme
nesta terra de tão renomado brasão.
No Vale dos Sinos montei minha estância
da erva do chimarrão, o churrasco e a congada
tão peculiar estendi meu rincão.
Certa vez alguém me disse :"...Mais
proveitoso seria se a mente fosse as linhas
ja escritas do meu papel ..."E não é que ele
tinha razão?! Lá se vai um texto perdido...
Negras linhas,
Corredores da memória
Teimando em revelar ...
Tão minhas
As sombras dessa estória
De uma noite de luar,
Que começou por adivinhas
De forma tão simplória
Para assim, me desenhar!
(Negras Linhas)
Desenho meus traços em folhas velhas
Descrevo-me em linhas silenciosas
mas
em
novos passos, novos laços e novas sílabas
Se-pa-ra-da-men-te
...
De forma delicada
Como um anjo
Que joga letras ao vento
Esperando que protegerá a si mesmo
de sua poesia funesta
e
dos estragos de uma ventania
causada
por suas próprias asas
Segue-se linhas do céu até o mar, um barco a remar. céu azul, nuvem, azul, terra, mar, rede, mar. barco. luz e sol. só faltou o som.
B.
Encontre-se, primeiro, nas linhas da sua história.
Depois, então, quem sabe, poderá tentar entender as minhas.
Nos pararelos
Por todas as linhas
Paralelos estamos
Do trem que não chega
Ao celular que chama
Da pipa que empina
À vida que prossegue
Do destino, do porvir
Da palma da mão
Que em outra descansa
Do contorno facial
Que remoça, envelhece
Minhas linhas tão suas
Retas, tortas, sinuosas
Ao seu lado traço
Uma vida toda em duas
Seus rabiscos, meus riscos
Entrelinhas o que somos
Por desejos sublinhados
Desígnos alinhavados
Talvez viremos distância
Talvez circulos viciosos
Ou triângulos amorosos
Por agora nos pararelos
Dos universos nos encontramos
"Linhas e Entrelinhas"
Quem sabe um dia eu seja livre....
Livre pra seguir em frente,
pra seguir meus sonhos,
pra ser feliz, sem fronteiras, sem barreiras,
sem um passado a passar a minha frente,
andando entre minhas entrelinhas,
as entrelinhas que só eu poderia estar,
só eu poderia andar,
mas sempre vai estar lá,
para me impedir de seguir em frente,
de seguir meus sonhos,
de ser feliz....
Por enquanto, sem tu não conseguirei...
Você sempre estará presente,
no meu coração,
ao meu lado,
e quem sabe um dias nossas linhas se encontrem,
e assim poderemos andar entre as nossas entrelinhas juntas....
TE AMO...
Não deixe as linhas desencontradas da sua vida algemarem suas asas.
Podemos flanar sempre.
Pensar é o alívio para as aflições que emperram o sorriso.
Vou e volto, mas, muitas vezes, fico... talvez, por isso, o lenitivo é não voar demais.
25.04.12
Quem sabe ou na certeza de sermos obra Dele...cruzamos as linhas do destino para sorrirmos enfim.
Arquiteto ímpar das nossas vidas...desenha as nossas asas para flanar novos ares e para velejarmos novos mares.
Nele coloco as minhas mais puras convicções de fé, de perseverança, pois sem a caridade não há obra edificada.
Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas...
Eu acho que Ele escreve certo por linhas retas. O problema é que Deus escreve muito e tem letra de médico...
Tome a mão.
Diga meu futuro olhando essas linhas que mais parecem arames farpados.
Diga o que serei.
Diga o que nunca terei.
Diga se continuo lutando
Ou se é melhor acostumar-me com a solidão.
Diga se terei amor
Diga se as lutas passarão
Diga se serei feliz junto de quem amo.
Diga-me.
Diga se serei amado como sempre duvidei.
Diga se viverei num lugar tranquilo onde o sol se põe mais tarde.
Diga se verei a noite apenas pra me inspirar.
Diga tudo: exceto meus medos
São eles que, às vezes, me impedem de lutar.
Se descobrir algo além, guarde para si.
Apenas diga o que eu preciso para seguir.
Apenas diga algo que tire o tormento de minha alma.
Não peço que mintas, apenas oculte coisas ruins
Dentro de mim já tem o suficiente para tirar-me a tranquilidade.
Por favor, diga-me apenas coisas que tragam pelo menos uma fresta de um sorriso.
Não tire de mim essa ponta de esperança que me diz todo dia:
Tudo vai dar certo. Um dia.
GRITO CALADO
Escrevo por linhas tortas
Os meus desamores
Do verso
Sou o inverso.
Nos rastros do poema
Silencio as frases não ditas
Escritas na areia
Soltas no ar.
Sou poeta sem nexo
Um dilema complexo
Derrota na rota
Vitória em ação.
No eco dos meus rabiscos
Grito sem preconceito
Por acaso
Desabafo.
Fugindo a inspiração
Embriago-me nas letras
Ressaca
Liberdade.
Grafando rimas e desejos
Aborto o que me escraviza
Rotina
Estricnina.
Linhas e Entrelinhas
Anseio-te,
Imagino-te,
Desejo-te,
E uma infinitude de verbos acompanhados de “te”, de ti.
Muitas palavras desimportantes, que rascunham o que pode vir a ser,
O que não se sabe se de fato é
Uma obra completa ou meramente ou um bilhete pregado na geladeira
Sobram linhas e faltam certezas
Sobram poesias e faltam carícias.
O óbvio se esconde
Entre sorrisos cordiais,
O que de tão óbvio é passível de ser desacreditado,
“Deixa para depois, amores platônicos são sempre tão impossíveis mesmo...”
Somos o reflexo um do outro,
Iguais até no medo
E se...?
E se só eu for igual a você?
E se for um espelho de reflexo único?
Refletirá o nada? O vazio de nós...
Sem querer me vi escrevendo estas linhas... Sem pretensão nenhuma... Enfim!
Percebi que, ressaltando em atos a compreensão dotada outrora, pois pensar dói, mas crescer dói muito mais.
E uma certa fuga, para achar-se em paraíso escondido que ainda não foi encontrado.
Então, diante de colossal preposição, me vi incapaz de insurgir algo diverso do que se fez... Me vi inerte, sem ação, esperando imóvel a próxima reação que estava por vir.
E nessa visão intimista, mostrar-se forte e voraz; suficiente para si, creditar em si os débitos insólitos de não ser, mas estar.
O que vem depois? Criar, reinventar-se em si a maneira plena de viver.
Sem remorso, sem culpa, sem desculpa para ser feliz.
A ternura e a brandura ou a fortaleza em rocha flor?
Enrugar-se com a alva doçura... Assim, fez aflorar nesse incauto coração um sentimento bom.
Emoções difíceis de sustentar, tal qual como o olhar!
Quiçá tornei-me prolixo, desculpas peço por tal extensão...
E por essas palavras, singelas e diminutas, apenas quis mostrar, sem razão nenhuma, sem motivo algum, que gosto mesmo de você!
"Se Deus escreve certo por linhas tortas, por que insistimos em seguir linha reta?! Vamos ousar!"
-Aline Lopes